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terça-feira, 12 de junho de 2012

Veja e Israel - Quando o título e a matéria se contradizem

O site da Veja publicou hoje uma matéria entitulada "Israel expulsou 240.000 palestinos em 27 anos". O grande problema -- além de a materia ser extremamente tendenciosa, de não ter ouvido nenhuma autoridade israelense ou de ter checado os números ou a veracidade dos argumentos apresentados pela tal ONG (baseada em registros militares) -- é que o próprio título contradiz o conteúdo da matéria.


O título, em letras garrafais, afirma que "Israel expulsou 240.000 palestinos", mas a própria matéria afirma que dentro desse número estão 45.000 palestinos que, por vontade própria, viviam fora do território por mais de sete anos e que mais 62.000 não estavam presentes em censos realizados ao longo de vários anos, ou seja: não eram nativos.


Como podem ter sido expulsos árabes-palestinos que não moravam na região por vontade própria ou que nem mesmo eram palestinos e que lá habitavam de forma ilegal?
E quantos dos outros "expulsos" eram realmente nativos? Quantos eram imigrantes vindos de países vizinhos e simplesmente viviam no local? Respostas para essas perguntas não serão encontradas lá...

segunda-feira, 12 de março de 2012

Veja e o mau jornalismo

[ver também: Normas de reportagem para o Oriente Médio]


Diz o site da Veja:

“No bombardeio desta segunda, morreu um menor de idade, Nayif Shaban Qarmut, de 17 anos, atingido em Beit Lahiya por um míssil lançado por aviões de guerra israelenses.”


E o que diz a AFP, que enviou um repórter ao local:

“O Exército israelense negou que tenha realizado um ataque aéreo no norte de Gaza"

Segundo um correspondente da AFP no local, "
não havia sinais de qualquer impacto no terreno que pudesse ter sido causado por um míssil, com a causa mais provável da sua morte ter sido o resultado de algum tipo de artefato explosivo que [ele] estava carregando”.



Em seguida, a matéria traz dados controversos como fato incontestável:

“Trata-se da maior escalada de violência na faixa e em seus arredores desde agosto e a segunda após o fim da operação Chumbo Fundido, em dezembro de 2008 e janeiro de 2009, na qual
morreram mais de 1.400 palestinos, a maioria civis.

A matéria deveria deixar claro que esse número foi repassado por ONGs como o 'Palestinian Center for Human Rights', e que essas organizações só repetiram os números fornecidos pelo então ministro do interior Fathi Hamad, do Hamas. De acordo com o exército israelense, o
número de vítimas da operação foi de 1166, sendo que 709 eram “militantes”.

Até o
Hamas admitiu mais tarde que entre os mortos estavam 600-700 de seus homens. Agora só falta a Veja fazer o mesmo...



A matéria ainda segue falando que o “Hamas enviou ao Cairo uma delegação especial liderada por seu braço direito, Mahmoud Zahar, para convencer os dois grupos armados a parar com as hostilidades.”

Mas uma rápida procura no YouTube acaba nessa entrevista com o porta-voz de um dos grupos terroristas de Gaza, onde ele afirma que os ataques contra Israel contam com a conivência do Hamas:





Há de ser perguntar também qual o critério do site para a escolha de imagens que ilustram suas matérias. Por que não há sequer uma matéria sobre o conflito em que tenham sido usadas fotos de vítimas em Israel, de suas crianças fugindo de foguetes ou de suas mulheres chorando?

Já que não houve vítimas civis, o responsável pela matéria chegou ao cúmulo de usar uma foto de mulheres de “jihadistas” – terroristas – chorando em um funeral em Gaza.


Segue uma foto com crianças israelenses - aparentemente de origem asiática, como as outras três vítimas civis de Israel - se escondendo dos ataques palestinos:


segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Ayaan Hirsi Ali, os muçulmanos americanos e a Veja

Ao contar a história da somali que abandonou o Islã após os ataques terroristas de 11 de setembro, a jornalista Nana Queiroz omite números da pesquisa que ela própria cita para desqualificar as opiniões da entrevistada.



http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/a-historia-da-muculmana-que-abandonou-o-isla-apos-o-11-9

"A escritora diz ainda que não acredita que o islamismo esteja aberto a "modernizações". Contudo, pesquisas mostram que muçulmanos americanos, mesmo sem deixar a religião, estão mais abertos à assimilação dos princípios ocidentais do que a história sofrida de Ayaan lhe permite acreditar. Entre os muçulmanos questionados em um levantamento feito recentemente, 56% afirmam querer adotar os costumes americanos e 90% defendem até que as mulheres deveriam trabalhar fora de casa (confira os números no quadro ao lado). Em média, eles são também mais felizes que os demais cidadãos americanos: 56% dizem estar satisfeitos com a forma como as coisas transcorrem nos Estados Unidos."


O que não é mencionado em momento algum pela jornalista é que, de acordo com a mesma pesquisa:

19% dos muçulmanos americanos acreditam que o terrorismo suicida é aceitável. Na faixa dos 18-29 o número sobe para 31% (um em cada três)

30%
têm uma visão positiva/pouco negativa da Al-Qaeda

28%
dizem ser contra a adoção de costumes americanos. Se somados aos que dizem que é preferível adotar alguns costumes, mas mantendo-se distintos do resto dos americanos o número sobe para 44%

60%
dos muçulmanos americanos dizem não acreditar que os responsáveis pelo 11/9 foram muçulmanos. Entre os imigrantes muçulmanos vivendo nos EUA o número sobe para 78%.

35%
dizem não se preocupar com o extremismo islãmico

31%
dizem que há conflito entre ser um muçulmano e viver numa sociedade moderna.

Pew Research Center survey on Muslims in America