O site da Veja publicou hoje uma matéria entitulada "Israel expulsou 240.000 palestinos em 27 anos". O grande problema -- além de a materia ser extremamente tendenciosa, de não ter ouvido nenhuma autoridade israelense ou de ter checado os números ou a veracidade dos argumentos apresentados pela tal ONG (baseada em registros militares) -- é que o próprio título contradiz o conteúdo da matéria.
O título, em letras garrafais, afirma que "Israel expulsou 240.000 palestinos", mas a própria matéria afirma que dentro desse número estão 45.000 palestinos que, por vontade própria, viviam fora do território por mais de sete anos e que mais 62.000 não estavam presentes em censos realizados ao longo de vários anos, ou seja: não eram nativos.
Como podem ter sido expulsos árabes-palestinos que não moravam na região por vontade própria ou que nem mesmo eram palestinos e que lá habitavam de forma ilegal?
E quantos dos outros "expulsos" eram realmente nativos? Quantos eram imigrantes vindos de países vizinhos e simplesmente viviam no local? Respostas para essas perguntas não serão encontradas lá...
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terça-feira, 12 de junho de 2012
segunda-feira, 12 de março de 2012
Veja e o mau jornalismo
[ver também: Normas de reportagem para o Oriente Médio]
Diz o site da Veja:
“No bombardeio desta segunda, morreu um menor de idade, Nayif Shaban Qarmut, de 17 anos, atingido em Beit Lahiya por um míssil lançado por aviões de guerra israelenses.”
E o que diz a AFP, que enviou um repórter ao local:
“O Exército israelense negou que tenha realizado um ataque aéreo no norte de Gaza"
Segundo um correspondente da AFP no local, "não havia sinais de qualquer impacto no terreno que pudesse ter sido causado por um míssil, com a causa mais provável da sua morte ter sido o resultado de algum tipo de artefato explosivo que [ele] estava carregando”.
Em seguida, a matéria traz dados controversos como fato incontestável:
“Trata-se da maior escalada de violência na faixa e em seus arredores desde agosto e a segunda após o fim da operação Chumbo Fundido, em dezembro de 2008 e janeiro de 2009, na qual morreram mais de 1.400 palestinos, a maioria civis.”
A matéria deveria deixar claro que esse número foi repassado por ONGs como o 'Palestinian Center for Human Rights', e que essas organizações só repetiram os números fornecidos pelo então ministro do interior Fathi Hamad, do Hamas. De acordo com o exército israelense, o número de vítimas da operação foi de 1166, sendo que 709 eram “militantes”.
Até o Hamas admitiu mais tarde que entre os mortos estavam 600-700 de seus homens. Agora só falta a Veja fazer o mesmo...
A matéria ainda segue falando que o “Hamas enviou ao Cairo uma delegação especial liderada por seu braço direito, Mahmoud Zahar, para convencer os dois grupos armados a parar com as hostilidades.”
Mas uma rápida procura no YouTube acaba nessa entrevista com o porta-voz de um dos grupos terroristas de Gaza, onde ele afirma que os ataques contra Israel contam com a conivência do Hamas:
Há de ser perguntar também qual o critério do site para a escolha de imagens que ilustram suas matérias. Por que não há sequer uma matéria sobre o conflito em que tenham sido usadas fotos de vítimas em Israel, de suas crianças fugindo de foguetes ou de suas mulheres chorando?
Já que não houve vítimas civis, o responsável pela matéria chegou ao cúmulo de usar uma foto de mulheres de “jihadistas” – terroristas – chorando em um funeral em Gaza.
Segue uma foto com crianças israelenses - aparentemente de origem asiática, como as outras três vítimas civis de Israel - se escondendo dos ataques palestinos:
Diz o site da Veja:
“No bombardeio desta segunda, morreu um menor de idade, Nayif Shaban Qarmut, de 17 anos, atingido em Beit Lahiya por um míssil lançado por aviões de guerra israelenses.”
E o que diz a AFP, que enviou um repórter ao local:
“O Exército israelense negou que tenha realizado um ataque aéreo no norte de Gaza"
Segundo um correspondente da AFP no local, "não havia sinais de qualquer impacto no terreno que pudesse ter sido causado por um míssil, com a causa mais provável da sua morte ter sido o resultado de algum tipo de artefato explosivo que [ele] estava carregando”.
Em seguida, a matéria traz dados controversos como fato incontestável:
“Trata-se da maior escalada de violência na faixa e em seus arredores desde agosto e a segunda após o fim da operação Chumbo Fundido, em dezembro de 2008 e janeiro de 2009, na qual morreram mais de 1.400 palestinos, a maioria civis.”
A matéria deveria deixar claro que esse número foi repassado por ONGs como o 'Palestinian Center for Human Rights', e que essas organizações só repetiram os números fornecidos pelo então ministro do interior Fathi Hamad, do Hamas. De acordo com o exército israelense, o número de vítimas da operação foi de 1166, sendo que 709 eram “militantes”.
Até o Hamas admitiu mais tarde que entre os mortos estavam 600-700 de seus homens. Agora só falta a Veja fazer o mesmo...
A matéria ainda segue falando que o “Hamas enviou ao Cairo uma delegação especial liderada por seu braço direito, Mahmoud Zahar, para convencer os dois grupos armados a parar com as hostilidades.”
Mas uma rápida procura no YouTube acaba nessa entrevista com o porta-voz de um dos grupos terroristas de Gaza, onde ele afirma que os ataques contra Israel contam com a conivência do Hamas:
Há de ser perguntar também qual o critério do site para a escolha de imagens que ilustram suas matérias. Por que não há sequer uma matéria sobre o conflito em que tenham sido usadas fotos de vítimas em Israel, de suas crianças fugindo de foguetes ou de suas mulheres chorando?
Já que não houve vítimas civis, o responsável pela matéria chegou ao cúmulo de usar uma foto de mulheres de “jihadistas” – terroristas – chorando em um funeral em Gaza.
Segue uma foto com crianças israelenses - aparentemente de origem asiática, como as outras três vítimas civis de Israel - se escondendo dos ataques palestinos:

segunda-feira, 12 de setembro de 2011
Ayaan Hirsi Ali, os muçulmanos americanos e a Veja
Ao contar a história da somali que abandonou o Islã após os ataques terroristas de 11 de setembro, a jornalista Nana Queiroz omite números da pesquisa que ela própria cita para desqualificar as opiniões da entrevistada.

http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/a-historia-da-muculmana-que-abandonou-o-isla-apos-o-11-9
"A escritora diz ainda que não acredita que o islamismo esteja aberto a "modernizações". Contudo, pesquisas mostram que muçulmanos americanos, mesmo sem deixar a religião, estão mais abertos à assimilação dos princípios ocidentais do que a história sofrida de Ayaan lhe permite acreditar. Entre os muçulmanos questionados em um levantamento feito recentemente, 56% afirmam querer adotar os costumes americanos e 90% defendem até que as mulheres deveriam trabalhar fora de casa (confira os números no quadro ao lado). Em média, eles são também mais felizes que os demais cidadãos americanos: 56% dizem estar satisfeitos com a forma como as coisas transcorrem nos Estados Unidos."
O que não é mencionado em momento algum pela jornalista é que, de acordo com a mesma pesquisa:
19% dos muçulmanos americanos acreditam que o terrorismo suicida é aceitável. Na faixa dos 18-29 o número sobe para 31% (um em cada três)
30% têm uma visão positiva/pouco negativa da Al-Qaeda
28% dizem ser contra a adoção de costumes americanos. Se somados aos que dizem que é preferível adotar alguns costumes, mas mantendo-se distintos do resto dos americanos o número sobe para 44%
60% dos muçulmanos americanos dizem não acreditar que os responsáveis pelo 11/9 foram muçulmanos. Entre os imigrantes muçulmanos vivendo nos EUA o número sobe para 78%.
35% dizem não se preocupar com o extremismo islãmico
31% dizem que há conflito entre ser um muçulmano e viver numa sociedade moderna.
Pew Research Center survey on Muslims in America

http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/a-historia-da-muculmana-que-abandonou-o-isla-apos-o-11-9
"A escritora diz ainda que não acredita que o islamismo esteja aberto a "modernizações". Contudo, pesquisas mostram que muçulmanos americanos, mesmo sem deixar a religião, estão mais abertos à assimilação dos princípios ocidentais do que a história sofrida de Ayaan lhe permite acreditar. Entre os muçulmanos questionados em um levantamento feito recentemente, 56% afirmam querer adotar os costumes americanos e 90% defendem até que as mulheres deveriam trabalhar fora de casa (confira os números no quadro ao lado). Em média, eles são também mais felizes que os demais cidadãos americanos: 56% dizem estar satisfeitos com a forma como as coisas transcorrem nos Estados Unidos."
O que não é mencionado em momento algum pela jornalista é que, de acordo com a mesma pesquisa:
19% dos muçulmanos americanos acreditam que o terrorismo suicida é aceitável. Na faixa dos 18-29 o número sobe para 31% (um em cada três)
30% têm uma visão positiva/pouco negativa da Al-Qaeda
28% dizem ser contra a adoção de costumes americanos. Se somados aos que dizem que é preferível adotar alguns costumes, mas mantendo-se distintos do resto dos americanos o número sobe para 44%
60% dos muçulmanos americanos dizem não acreditar que os responsáveis pelo 11/9 foram muçulmanos. Entre os imigrantes muçulmanos vivendo nos EUA o número sobe para 78%.
35% dizem não se preocupar com o extremismo islãmico
31% dizem que há conflito entre ser um muçulmano e viver numa sociedade moderna.
Pew Research Center survey on Muslims in America
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