segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Veja, France-Presse, Miss Mundo e o mau jornalismo

Selfie de Miss Israel com Miss Líbano vira 'incidente diplomático'
O concurso de Miss Universo ganhou tintas geopolíticas e teve um pequeno 'incidente diplomático' após um episódio prosaico neste domingo envolvendo uma selfie. A Miss Israel se intrometeu na foto da Miss Líbano, despertando a indignação da libanesa. 
"Desde que cheguei [em Miami, onde acontece a competição], tenho sido extremadamente cuidadosa para não aparecer em fotos nem me comunicar com a Miss Israel", contou Saly Greige, Miss Líbano, em sua página do Facebook.
Saly explicou que, no momento em que posava com a Miss Japão e com a Miss Eslovênia, Doron Matalon, a Miss Israel, se aproximou e tirou uma fotografia com a sua câmara, postando-a imediatamente na rede social Instagram. A selfie foi compartilhada milhares de vezes nas redes sociais, dividindo os internautas libaneses a favor e contra a jovem.
A candidata israelense respondeu neste domingo no Facebook: "Não me surpreende [a reação negativa dos internautas], mas me entristece. Que pena que não podemos deixar as hostilidades de lado", escreveu. 
Os dois países estão tecnicamente em guerra desde o último conflito de 2006 entre o movimento libanês Hezbollah e Israel. A região das Colinas de Golã, ao norte de Israel e ao sul do Líbano, são palco de frequentes hostilidades entre os dois países e, por causa disso, abrigam um frota permanente de soldados da Organização Mundial das Nações Unidas (ONU) para ajudar na manutenção da paz. 
(Com agência France-Presse) 

O que realmente aconteceu:

A Miss Israel e a Miss Líbano (que é maronita) estavam mantendo boas relações e convivendo sem problemas, mas assim que Doron Matalon, de Israel, postou em redes sociais a foto que ambas tiraram juntas, os árabes - e não só os libaneses - como pode ser visto em seu instagram, começaram a hostiliza-la e a exigir que ela perdesse o título de Miss Líbano. Para acalmar os ânimos, a Saly Greige foi forçada a repudiar a foto que, obviamente, foi tirada de caso pensado. Uma libanesa de hijab, atacando sua compatriota, chegou a perguntar em seu instagram se a Miss Israel a "forçou a sorrir".

O mesmo aconteceu com a Miss Egito, que posou amistosamente com a Miss Israel:





Mas já foi dito que a representante do Egito, Lara Debanna, teria sido instruída por "gente importante" a manter distância da miss israelense, e para evitar ser fotografada com ela sob qualquer circunstância.

Infelizmente, o site da Veja preferiu o caminho fácil, simplesmente traduzindo uma matéria da questionável Agence France-Presse em vez de fazer uma rápida investigação por conta própria e noticiar o fato corretamente. Assim, a Veja acabou ignorando o verdadeiro motivo de toda essa "crise" - como os árabes odeiam visceralmente qualquer israelense e não conseguem nem mesmo tolerar a idéia de que qualquer outro árabe possa manter boas relações com eles. A Veja transformou o assunto em uma picuinha entre modelos causada por uma israelense intrometida...

Sobre a questionável Agence France-Presse:

Pichação em centro cultural francês em Gaza: "Deus os amaldiçoe, adoradores da cruz"; Agence Frace-Presse noticia o caso mas omite deliberadamente o ataque a cristãos