terça-feira, 16 de setembro de 2008

19.1 Jerusalém

MITO
“A transferência de 20 famílias para a Casa
de Misericórdia St. John – no bairro cristão de
Jerusalém – é um exemplo da intenção de Israel
de retirar não-judeus de suas áreas na cidade”.

FATO
Israel sempre respeitou os direitos de liberdade de prática de todas as religiões.
A ação de mudança para a Casa de Misericórdia absolutamente não infringiu
esses direitos. A construção em questão não era uma igreja ou local sagrado
de qualquer espécie. Nem esses judeus nem o governo israelense tinham
qualquer intenção de interferir no acesso de cristãos à Igreja do Santo Sepulcro
ou a qualquer outro local sagrado na Cidade Velha.

“A base da nossa posição continua sendo que Jerusalém jamais
deverá voltar a ser uma cidade dividida. Não aprovamos o status quo
anterior a 1967; não é agora que defenderemos uma volta a isso”.
- Presidente George Bush19


O governo israelense foi criticado por seu suposto papel em financiar o
arrendamento. O governo mantém um amplo papel em programas de moradia
por todo o país. Foi dentro dessa estrutura que foi fornecida assistência
financeira à Ateret Cohanim, uma associação privada que é proprietária de
muitos edifícios na Cidade Velha.

Os líderes da OLP por trás da intifada expediram uma ordem para matar um
empresário armênio que vendeu o edifício às famílias judias.20
Um grupo que viu os esforços para explorar essa delicada situação foi a
Embaixada Cristã Internacional em Jerusalém: “Assim como há árabes muçul-
manos vivendo no bairro judeu da Cidade Velha, não há por que – se há
pessoas em seu bairro que querem alugar suas propriedades a judeus – eles
não fixarem residência lá”, declarou a embaixada. “Acreditamos que em
Israel, assim como em todas as nações democráticas, cristãos, muçulmanos
e judeus devem poder morar onde queiram. Negar aos judeus o direito de
viver em qualquer parte de Jerusalém é absurdo”.21

O patriarcado ortodoxo grego foi aos tribunais israelenses para apresentar
uma queixa contra a Casa de Misericórdia. O fato de a igreja ter levado o
assunto aos tribunais demonstra a crença no sistema de justiça de Israel. Em
1995 houve um acordo pelo qual o arrendamento da construção passou à
cidade de Jerusalém.

MITO
“A polícia matou 17 fiéis árabes no Monte
do Templo em 1990, num ataque gratuito”.

FATO
A razão ostensiva para a rebelião de 8 de outubro de 1990, que levou à
mortes de 17 árabes, foi que um grupo de fanáticos judeus conhecido como
Fiéis do Monte do Templo estava tentando colocar uma pedra fundamental
para a reconstrução do Templo.

O grupo havia recebido uma relutante permissão da polícia para marchar ao
redor do Monte do Templo carregando bandeiras israelenses. Entretanto, ao
ver uma grande multidão de muçulmanos reunidos no local, a polícia revogou
a permissão. Quando estourou a rebelião, os Fiéis do Monte do Templo estavam
rezando pacificamente a um quilômetro e meio dali.

Radicais árabes têm ajudado a pavimentar o caminho para a violência. Líderes
da Fatah e do Hamas estavam lutando para “mobilizar a insurgência da
intifada nos bairros de Jerusalém”.22 Os membros desses grupos se mobilizaram
no Monte do Templo após ouvir as convocações dos xeiques para
“defender” os locais sagrados do islã.
“Assim que a violência começou”, publicou o Washington Post, “jovens
palestinos atacaram a polícia com uma ferocidade e persistência sem
precedentes em Jerusalém ao longo dos três anos da intifada. Fontes árabes
dizem que o fervor dos jovens pode estar ligado ao que havia sido uma
campanha montada por líderes palestinos de Jerusalém nas últimas semanas
para aumentar o nível dos ataques, especialmente contra a polícia”.

Em meio à violência constante, os manifestantes atiravam pedras na direção
de peregrinos judeus, que estavam recitando tranqüilamente as orações de
Sucot diante do Muro Ocidental, abaixo. Jamal Nusseibe, filho do proeminente
professor palestino, admitiu que houve gente que trouxe pedras para o Monte
do Templo em suas mochilas escolares.23

Foram publicados dois relatórios israelenses oficiais com respeito à tragédia.
O primeiro foi da Comissão Zamir, indicada pelo governo, que concluiu que
uma multidão rebelada lançou pedras e objetos de metal sobre a polícia a
curta distância, colocando a vida dos policiais em perigo, levando-os a abrir
fogo para se defender. O relatório criticou a polícia israelense por sua atuação
no incidente, em particular pela falta de preparo para lidar com uma situação
que ela deveria ter previsto que poderia se tornar violenta. É difícil de imaginar
qualquer governo árabe publicando um relatório tão duro, com críticas
públicas à atuação de sua própria força policial.

Os meios de comunicação publicaram de maneira equivocada que o segundo
relatório contradizia as conclusões da Comissão Zamir. A investigação do juiz
Ezra Kama confirmou Zamir em pontos-chave. Kama não concluiu que
Israel “provocou” a rebelião. Entretanto, seu relatório afirma que “três mil
árabes, em sua maioria jovens, atenderam ao chamado (dos pregadores
muçulmanos para vir ao Monte do Templo a fim de ‘defendê-lo’); que as
pedras estavam preparadas de antemão; que os líderes muçulmanos sabiam
que não havia permissão para que os Fiéis do Monte do Templo se aproximassem
da área, e na verdade eles foram vistos deixando o local uma hora
antes do início da rebelião”.24

MITO
“Os EUA não acreditam que Jerusalém
deva ser capital unificada de Israel”.

FATO
Apenas dois países têm embaixadas em Jerusalém – Costa Rica e El Salvador.
Entre as 180 nações com as quais os Estados Unidos mantêm relações
diplomáticas, Israel é a única cuja capital não é reconhecida pelo governo
americano. A embaixada dos EUA, como a maioria das demais, está em Tel-
Aviv, a 64 km. Todavia, os Estados Unidos mantêm um consulado em
Jerusalém Oriental que atende os palestinos dos territórios e funciona
independentemente da embaixada, reportando-se diretamente a
Washington. Temos então a anomalia de os diplomatas americanos se
recusarem a se reunir com os israelenses em sua capital porque o status de
Jerusalém está em negociação, ao mesmo tempo em que mantêm contato
com os palestinos na cidade.

Em 1990 o Congresso americano aprovou uma resolução declarando que
“Jerusalém é e deve ser mantida como capital do Estado de Israel” e
“permanecer como uma cidade indivisível na qual os direitos de todas as
etnias e todos os grupos religiosos sejam protegidos”. Durante a campanha
presidencial de 1992, Bill Clinton afirmou: “Reconheço Jerusalém como
uma cidade indivisível e capital eterna de Israel, e acredito no princípio de
transferir nossa embaixada para Jerusalém”. Como ele nunca reiterou essa
atitude como presidente, a política oficial dos Estados Unidos continua sendo
que o status de Jerusalém é uma questão a ser negociada.

Num esforço para mudar essa política, o Congresso aprovou por ampla maioria
a Lei da Embaixada de Jerusalém em 1995. Essa lei, considerada um marco,
declarava que, por determinação da política oficial dos Estados Unidos,
Jerusalém deveria ser reconhecida como a capital indivisível e eterna de
Israel e exigia que a embaixada dos EUA em Israel fosse estabelecida em
Jerusalém no máximo até maio de 1999. A lei também incluía uma brecha
que basicamente facultava ao presidente ignorar a legislação caso considerasse
que assim estaria agindo em nome do que fosse melhor aos interesses
dos Estados Unidos. O presidente Clinton exerceu essa opção.

Durante a campanha presidencial de 2000, George W. Bush prometeu que,
como presidente, “daria início ao processo de transferência do embaixador
dos Estados Unidos para a cidade escolhida por Israel como sua capital”.25
Entretanto, em junho de 2001, Bush seguiu o precedente de Clinton e
exerceu a opção presidencial para evitar que a embaixada fosse transferida.

Enquanto os críticos dos esforços do Congresso americano para obrigar a
administração a reconhecer Jerusalém como capital de Israel insistem que
essa medida prejudicaria o processo de paz, os partidários da legislação
argumentam que ocorreria justamente o contrário. Eles afirmam que, ao
tornar clara a opinião americana de que Jerusalém deve permanecer
unificada sob a soberania israelense, as expectativas palestinas irrealistas
com respeito à cidade podem se tornar mais moderadas e, desse modo, se
ampliar as possibilidades de um acordo final.

MITO
“O Monte do Templo sempre foi um local muçulmano
sagrado e o judaísmo não tem qualquer ligação com ele”.

FATO
Durante a reunião de cúpula de Camp David em 2000, Yasser Arafat afirmou
que jamais houve um templo judaico no Monte do Templo.26 Um ano depois,
Ikrima Sabri, o Mufti de Jerusalém indicado pela Autoridade Palestina, declarou
à publicação alemã Die Welt: “Não há (sequer) o menor indício da existência
de um templo judaico nesse lugar no passado. Em toda a cidade, não há uma
só pedra para atestar a história judaica”.

Essas opiniões são desmentidas por um livro intitulado Um Guia Conciso
para al-Haram al-Sharif, publicado pelo Supremo Conselho Muçulmano
em 1930. O Conselho, organismo muçulmano máximo de Jerusalém
durante o Mandato Britânico, afirmava no guia que o local do Monte do
Templo “é um dos mais antigos do mundo. Sua santidade remonta a tempos
remotos. Sua identidade com o lugar do Templo de Salomão é inegável.

Segundo a crença universal, esse também é o local onde David ergueu um
altar para Deus e realizou oferendas queimadas e de paz”.

Numa descrição da área das Cavalariças de Salomão, convertidas em uma
nova mesquita por funcionários do Wacf islâmico em 1996, o guia declara:
“... pouco se sabe ao certo sobre a história antiga dessa câmara. Provavelmente
remonta à construção do Templo de Salomão... Segundo (Flávio) Josefo, foi
construída e usada como local de refúgio pelos judeus na época da conquista
de Jerusalém por Tito, no ano 70 EC”.27

Com mais autoridade, o Corão – livro sagrado do islã – descreve a construção
do primeiro templo (34:13) e relata a destruição do primeiro e segundo
templos (17:7).

A conexão do judaísmo com o Monte do Templo remonta a mais de três mil
anos e está enraizada na sua tradição e na sua história. Quando Abraão
amarrou seu filho Isaac sobre um altar como sacrifício a Deus, acredita-se
que o fez sobre o Monte Moriá, atual Monte do Templo. O local mais sagrado
do primeiro templo continha a Arca da Aliança original, e tanto o primeiro
como o segundo templos foram os centros da vida religiosa e social judaica
até a destruição do último pelos romanos. Após a destruição do segundo
templo, o controle do Monte do Templo passou pelas mãos de inúmeros
conquistadores poderosos.

O Domo da Rocha foi construído no lugar dos antigos templos durante o primeiro
período do domínio muçulmano. Judeus estritamente praticantes não visitam o
Monte do Templo por temerem pisar acidentalmente no local mais sagrado do
Templo, que guardava a Arca da Aliança original, porque o local exato no Monte
é desconhecido. Outros judeus e não-muçulmanos visitam-no com
conhecimento pleno e consentimento do Wacf, respeitando horários de orações
e modos de se vestir e não oferecendo qualquer ameaça à “profanação” do local.

MITO
“Israel não deve ter permissão para controlar o Monte do Templo
porque nega aos muçulmanos o acesso a seus lugares sagrados”.

FATO
Israel compartilha o Monte do Templo desde 1967, quando o ministro da
Defesa, Moshe Dayan, após reunificar Jerusalém, permitiu que o Wacf, a
autoridade islâmica, mantivesse sua autoridade civil sobre o Monte do Templo.

O Wacf se encarrega de supervisionar as atividades diárias no lugar. A presença
israelense na entrada do Monte do Templo garante o acesso para pessoas de
todas as religiões.

As únicas vezes em que Israel impede os muçulmanos de irem ao Monte do
Templo são durante períodos de grande tensão, quando a ameaça de violência
exige restrições para a entrada na área. Essas medidas, adotadas para
proteger os fiéis de todas as religiões, bem como os santuários da Cidade
Velha, geralmente duram um ou dois dias.

MITO
“Os palestinos têm sido cuidadosos na preservação
das relíquias arqueológicas do Monte do Templo”.

FATO
Embora tenha se recusado a reconhecer a soberania israelense sobre o
Monte do Templo, o Wacf cooperou com os inspetores israelenses na condução
dos trabalhos no sítio sagrado. Todavia, depois dos acordos de Oslo de 1993,
o Wacf, que era controlado pelos jordanianos, foi substituído por representantes
que se reportam à Autoridade Palestina. Após as rebeliões que
acompanharam a decisão israelense de abrir uma saída a partir do túnel do
Muro Ocidental, o Wacf deixou de cooperar com Israel. Em seguida o Wacf
passou a impedir os inspetores israelenses de supervisionar os trabalhos no
Monte, o que, acredita-se, está causando danos irreparáveis aos restos arqueológicos
dos períodos do primeiro e do segundo templos.

Os arqueólogos israelenses vêm denunciando que devido a extensas obras
de construção, milhares de toneladas de pedregulhos – que poderiam conter
relíquias importantes – têm sido removidos do Monte e descarregados no
lixo. Alguns especialistas dizem que mesmo que os artefatos não sejam
destruídos, vão ficar inutilizados do ponto de vista arqueológico porque os
trabalhadores palestinos da construção, ao extraírem a terra com escavadeiras,
acabam misturando achados de diversos períodos.28

Diante da situação delicada do Monte do Templo e das tensões entre
israelenses e palestinos, por causa de Jerusalém, o governo de Tel-Aviv
não tem interferido nas atividades do Wacf. Enquanto isso, a destruição do
passado continua.

MITO
“Ao escavar o túnel do Muro Ocidental, Israel
ameaçou a integridade do Monte do Templo e
da Mesquita de Al-Aksa e foi condenado por
isso pelo Conselho de Segurança da ONU”.

FATO
A parte mais conhecida do que ainda resta das construções de Herodes no
Monte do Templo é a tradicional área de orações judaicas do Muro Ocidental,
que permanece exposta acima do nível do solo ao longo de dois mil anos. A
conquista da Cidade Velha na Guerra dos Seis Dias ofereceu a oportunidade
de exploração ao longo da continuação do Muro Ocidental desde o lado norte
da praça de orações. Longas seções do muro sul do Monte do Templo e sua
quina sudoeste ficaram expostas durante a década de 1970, o que forneceu
um quadro mais claro das monumentais muralhas de Herodes que rodeavam
o Monte do Templo e das grandes áreas planejadas de construção pública no
lado externo.

Um túnel permite aos visitantes caminhar por dois mil anos de pedras ao
longo de uma das mais antigas trilhas subterrâneas de Jerusalém, que começa
na praça do Muro Ocidental e termina na Via Dolorosa. Durante anos Israel
manteve a saída fechada para evitar provocar os palestinos, que já se mostravam
irritados com a escavação. Isso obrigava os visitantes do túnel a regressar
pelo mesmo caminho por onde haviam entrado, algumas vezes tendo que
literalmente passar de lado e apertar os que passavam na direção contrária.
Em setembro de 1996, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu decidiu
abrir a saída, o que foi feito tarde da noite a fim de reduzir as possibilidades de
violência; entretanto, deu a impressão de estar fazendo algo clandestino. Os
palestinos (e muçulmanos de toda parte) se rebelaram em reação à ação
israelense, pois interpretaram-na como uma violação provocativa dos acordos
de paz e parte de uma campanha israelense para arruinar os lugares
muçulmanos sagrados.

O Conselho de Segurança da ONU adotou a Resolução 1.093 depois que o
representante saudita protestou contra Israel pela abertura do túnel “nas
vizinhanças da mesquita de Al-Aksa”. Na verdade, o túnel é um sítio arqueológico
que nada tem a ver com a mesquita. A restauração do túnel do Muro
Ocidental foi feita como parte de um esforço continuado por parte de Israel
para revelar os principais achados arqueológicos de Jerusalém e incrementar
a infra-estrutura do turismo na Cidade Velha.

“O movimento sionista inventou que esse era o local do templo
de Salomão. Mas tudo isso é uma mentira”.
- Xeique Raed Salah, um líder do movimento islâmico em Israel 29


O túnel foi novamente escavado sob supervisão de arqueólogos e engenheiros.
Nenhum local arqueológico ou religioso foi afetado por sua construção. O
túnel não passa por baixo do Monte do Templo e sua restauração não ameaçou
qualquer das construções ou demais estruturas da Cidade Velha. Nenhuma
propriedade particular foi expropriada, condenada ou confiscada para a
realização desse projeto.

Além disso, a restauração do túnel não violava o Acordo Interino entre Israel
e os palestinos, já que restaurações arqueológicas em Jerusalém não são
citadas nesse documento.

A polêmica finalmente chegou ao fim e hoje em dia o túnel pode ser visitado
pelos turistas. Devido à abertura da saída, os turistas têm fácil acesso à Via

Dolorosa a partir da praça do Muro Ocidental, o que coincidentemente beneficia
os comerciantes do bairro muçulmano quando os visitantes saem do túnel.

MITO
“A internacionalização é a melhor solução para
resolver as reivindicações conflitantes sobre Jerusalém”.

FATO
A aparente impossibilidade de resolução das reivindicações conflitantes
quanto a Jerusalém tem levado algumas pessoas a ressuscitar a idéia de
internacionalizar a cidade. Ironicamente, essa idéia teve pouco apoio ao
longo dos 19 anos em que a Jordânia controlou a Cidade Velha e impediu o
acesso de judeus e muçulmanos de Israel a seus locais sagrados.

O fato de Jerusalém ser disputada ou de que é importante para outros povos
além dos judeus israelenses não significa que a cidade pertença a outros ou
deva ser governada por algum tipo de regime internacional. Não há
precedentes para um arranjo desse tipo. O que houve de mais próximo a uma
cidade internacional foi a Berlim do pós-guerra, quando as quatro potências
compartilharam o controle da cidade. A experiência se mostrou desastrosa.

Mesmo que Israel fosse receptivo a uma idéia desse tipo, será que haveria
um grupo internacional passível de confiança para proteger as liberdades
que Israel já garante? Com certeza não as Nações Unidas, que não têm
demonstrado qualquer compreensão dos interesses israelenses desde a
partilha. Israel só pode contar com o apoio dos Estados Unidos e é só no
Conselho de Segurança das Nações Unidas que um veto americano pode
proteger o país da política danosa de outras nações.

MITO
“Israel tentou incendiar a Mesquita de Al-Aksa em 1969”.

FATO
A disposição dos líderes árabes de empregar calúnias na sua propaganda foi
demonstrada quando o presidente do Egito, Gamal Abdel Nasser, e outros
líderes convocaram uma Guerra Santa contra Israel quando um incendiário
pôs fogo na mesquita de Al-Aksa em agosto de 1969. O culpado era um
turista cristão australiano, Michael Rohan, que confessou o crime. O acusado
foi processado e considerado mentalmente desequilibrado.

“Eu seria cego para negar a ligação dos judeus com Jerusalém”.
- Sari Nusseibeh,
representante da Autoridade Palestina em Jerusalém
30


Notas
1 Encounter (fevereiro de 1968).
2 John Oesterreicher e Anne Sinai, eds. Jerusalem. New York: John Day, 1974, pág.
1; Agência Central de Estatísticas de Israel; Fundação Jerusalém; Municipalidade
de Jerusalém. Os dados de 2000 incluem nove mil sem religião definida.
3 Leon e Jill Uris. Jerusalem. New York: Doubleday and Company, 1981, pág. 13.
4 Teddy Kolleck. Jerusalem. District of Columbia: Washington Institute for Near
East Policy, 1990, pág.19-20.
5 Kollek, pág. 20-24.
6 Sir Evelyn Shuckburgh. Descent to Suez; Diaries 1951-56. Londres, 1986.
7 American Journal of International Law (abril de 1970), pág. 346-347.
8 New York Times (7 de dezembro de 1949).
9 Relatório Especial do Conselho de Custódia (14 de junho de 1950).
10 Kollek, pág. 15.
11 Kollek, pág. 16.
12 Kollek, pág. 15.
13 Meron Benvenisti. Jerusalem, The Torn City. Minnesota: University of Minnesota
Press, 1976, pág. 44, 60-61.
14 Catholic Herald of London (6 de outubro de 1967).
15 Near East Report (2 de abril de 1990).
16 Relatório Anual sobre Liberdade Religiosa Internacional 2001. District of Columbia:
Agência para Democracia, Direitos Humanos e Trabalho, Departamento de Estado
dos EUA, dezembro de 2001.
17 Kollek, pág. 62.
18 New York Times (12 de março de 1980).
19 Carta do presidente George Bush ao prefeito de Jerusalém, Teddy Kolleck (20 de
março de 1990).
20 Reuters (19 de abril de 1990).
21 Declaração da Embaixada Cristã Internacional (18 de abril de 1990).
22 Washington Post (14 de outubro de 1991).
23 60 Minutes (2 de dezembro de 1990).
24 Jerusalem Post (17 de agosto de 1991).
25 Discurso na Conferência de Política da AIPAC (American Israel Public Affairs Committee
– Comitê de Assuntos Públicos Americano-Israelense) (22 de maio de 2000).
26 Entrevista con Dennis Ross. Fox News Sunday (21 de abril de 2002).
27 Jerusalem Post (26 de janeiro de 2001).
28 Jewish Telegraphic Agency (12 de fevereiro de 2001).
29 Jewish Telegraphic Agency (12 de fevereiro de 2001).
30 Jerusalem Post (12 de novembro de 2001).

19. Jerusalém

MITO
“Jerusalém é uma cidade árabe”.


FATO
Os judeus vivem em Jerusalém por aproximadamente dois milênios
ininterruptamente e constituem a maior comunidade populacional da cidade
desde 1840. Em Jerusalém está o Muro Ocidental (Muro das Lamentações)
do Monte do Templo, o lugar mais sagrado do judaísmo.

Jerusalém jamais foi a capital de qualquer nação árabe. Na verdade, era um
local afastado da maior parte da história árabe. Jerusalém nunca foi capital
de província sob um governo muçulmano nem um centro cultural islâmico.

Para os judeus, toda a cidade é sagrada; em contrapartida, os muçulmanos
veneram um lugar – o Domo da Rocha – e não a cidade. “Para um
muçulmano”, assinalou o escritor britânico Christopher Sykes, “há uma
diferença profunda entre Jerusalém, de um lado, e Meca ou Medina, de
outro. As últimas são lugares sagrados que contêm locais sagrados”. Segundo
ele, além do Domo da Rocha, Jerusalém não tem maior significado islâmico.1



MITO
“Jerusalém não precisa ser a capital de Israel”.

FATO
Desde que o Rei David fez de Jerusalém a capital de Israel, há mais de três mil anos,
a cidade vem desempenhando um papel central na existência judaica. O Muro

Sagrado judaico e o lugar mais sagrado do judaísmo – é objeto de veneração
e centro das orações judaicas. Há milhares de anos os judeus rezam três
vezes ao dia: “A Jerusalém, tua cidade, regressaremos com júbilo” e repetem
o voto do salmista: “Se me esquecer de ti, Ó Jerusalém, que a minha mão
direita perca a sua destreza”.

Jerusalém “conheceu apenas dois períodos de verdadeiro esplendor e estes
estão separados por dois mil anos. O esplendor ocorreu tão somente sob o
governo judaico”, escreveram Leon e Jill Uris no livro Jerusalém. “Isso é
assim porque os judeus são os que mais a amam e permanecem fiéis a esse
amor ao longo dos séculos da sua dispersão... É o mais longo e profundo caso
de amor de toda a história”.3
MITO
“Os árabes estavam dispostos a aceitar a internacionalização de
Jerusalém. Os judeus foram contra a idéia. Devido à sua intransigência,
hoje em dia Israel ocupa ilegalmente a cidade inteira”.

FATO
Quando as Nações Unidas assumiram a questão palestina em 1947,
recomendaram que toda Jerusalém fosse internacionalizada. O Vaticano e
muitas delegações predominantemente católicas pressionaram por esse
status, mas uma razão chave para a decisão da ONU foi o desejo de o bloco
soviético contrariar o rei Abdula da Transjordânia e seus patronos britânicos
negando ao rei o controle da cidade.

“Por três mil anos Jerusalém tem sido o centro da esperança e
das aspirações judaicas. Nenhuma outra cidade desempenha um
papel tão dominante na história, na cultura, na religião e na
consciência de um povo como Jerusalém na vida dos judeus e do

judaísmo. Ao longo dos séculos, Jerusalém permanece viva
nos corações dos judeus de todo o mundo como foco central da
história judaica, símbolo da sua antiga glória, cumprimento
espiritual e renascimento moderno. Esse coração e essa alma dos
judeus compõem a idéia de que, se você quiser uma única palavra
para simbolizar toda a história judaica, esta palavra é Jerusalém”.


- Teddy Kollek4

Após muita reflexão, a Agência Judaica concordou em aceitar a internacionalização
na esperança de, em curto prazo, proteger tanto a cidade do derramamento
de sangue como o novo país de conflitos. Como a resolução da partilha
pedia um referendo sobre o status da cidade em dez anos e os judeus cons-
tituíam uma maioria substancial, a expectativa era que mais adiante a cidade
seria incorporada a Israel. Os países árabes se opuseram à internacionalização
de Jerusalém do mesmo modo como foram contra o resto do plano de partilha.5
Em maio de 1948, a Jordânia invadiu e ocupou Jerusalém Oriental, dividindo
a cidade pela primeira vez em sua história e levando milhares de judeus –
cujas famílias haviam vivido na cidade por séculos – ao exílio. O plano de
partilha das Nações Unidas, inclusive a sua proposta de internacionalização
de Jerusalém, foi superado pelos acontecimentos.
Após a recusa da Resolução 141 das Nações Unidas pelos países árabes – e,
em 11 de dezembro de 1948, da Resolução 194, que estabelecia a Comissão
de Conciliação das Nações Unidas para a Palestina – o primeiro-ministro
David Ben-Gurion declarou que Israel não aceitaria mais a internacionalização
de Jerusalém.
De 1948 a 1967, a cidade esteve dividida entre Israel e Jordânia. Israel
fez de Jerusalém Ocidental a sua capital; a Jordânia ocupava a seção
oriental. Como a Jordânia – assim como todos os países árabes da época
– mantinha um estado de guerra com Israel, a cidade se converteu,
essencialmente, em dois campos armados, repletos de muros de concreto
e bunkers (abrigos antiaéreos), cercas de arame farpado, campos minados
e outras fortificações militares.
Em 1967, a Jordânia ignorou o pedido de Israel para que permanecesse fora
da Guerra dos Seis Dias e atacou a parte ocidental da cidade. Os jordanianos
foram derrotados pelas forças israelenses e retirados de Jerusalém Oriental,
permitindo que a unidade da cidade fosse restaurada. Teddy Kollek, prefeito
de Jerusalém por 28 anos, chamou a reunificação da cidade de “a realização
prática dos objetivos do movimento sionista”.
Como Israel estava se defendendo da agressão das guerras de 1948 e 1967,
o especialista em direito internacional Steven Schwebel escreveu que a
reivindicação de Israel pela soberania sobre Jerusalém era melhor do que a
dos seus vizinhos árabes.7
MITO
“A Jordânia aceitou a internacionalização”.
FATO
A Jordânia se opôs à internacionalização desde o início, quando se uniu aos
demais países árabes na rejeição à partilha. O delegado da Jordânia, Fawzi
Pasha Malki, falou duramente perante o Comitê Político Ad Hoc das Nações
Unidas, em 6 de dezembro de 1949:
“Minha delegação não acredita que qualquer forma de
internacionalização... sirva a algum propósito, já que os lugares
sagrados sob proteção e controle de meu governo estão sãos e
salvos, sem qualquer necessidade de um regime especial”.8
Quando o Conselho de Curadoria se reuniu em Genebra, no início de 1950,
para redigir uma nova lei para o governo de Jerusalém, a Jordânia negou à
ONU permissão para qualquer tipo de supervisão.9

Naquele ano, a Jordânia anexou todo o território que ocupara a oeste do Rio
Jordão, inclusive Jerusalém Oriental. Os demais países árabes não
reconheceram formalmente a ação jordaniana e a Liga Árabe expulsou-a de
seus quadros. Finalmente, foi firmado um acordo pelo qual os demais governos
árabes concordavam em deixar toda a Cisjordânia e Jerusalém Oriental para
os palestinos “sob custódia” dos jordanianos.
“Vocês devem permitir que os judeus tenham Jerusalém; foram
eles que a fizeram famosa”.
- Winston Churchill à diplomata Evelyn Shuckburgh, 1956

MITO
“De 1948 a 1967, a Jordânia garantiu liberdade
de culto para todas as religiões em Jerusalém”.

FATO
Em violação ao Acordo de Armistício de 1949, a Jordânia negou aos israelenses
acesso ao Muro Ocidental e ao cemitério do Monte das Oliveiras, onde os
judeus enterram seu mortos há mais de 2.500 anos. Conforme o parágrafo 8
do acordo, Jordânia e Israel concordaram em estabelecer comitês para organizar
a retomada do funcionamento normal das instituições culturais e humanitárias
no Monte Scopus, bem como o livre acesso à área; o uso do cemitério no
Monte das Oliveiras e o livre acesso a lugares sagrados e instituições culturais.
Segundo Teddy Kollek, sob o governo jordaniano “os cristãos israelenses foram
submetidos a diversas restrições durante as peregrinações periódicas a seus
locais sagrados” em Jerusalém. “Apenas poucas pessoas recebiam permissão
para visitar rapidamente a Cidade Velha e Belém no Natal e na Páscoa”.10
Em 1955 e 1964, a Jordânia aprovou leis que impunham um rígido controle
do governo sobre as escolas cristãs, incluindo restrições à abertura de escolas,
controle estatal sobre as finanças das escolas e a indicação de professores,
bem como a exigência de ensino do Corão. Em 1953 e 1965, a Jordânia
adotou leis que revogavam o direito de instituições religiosas e beneficentes
cristãs de adquirir propriedades em Jerusalém.
Em 1958, a polícia prendeu o patriarca armênio eleito e deportou-o da
Jordânia, preparando o caminho para a eleição de um patriarca apoiado pelo
governo do rei Hussein. Em conseqüência dessas políticas repressivas, muitos
cristãos emigraram de Jerusalém e seu número decaiu de 25 mil em 1949
para menos de 13 mil em junho de 1967.11
Essas leis discriminatórias foram abolidas por Israel após a reunificação da
cidade em 1967.
MITO
“A Jordânia salvaguardou os lugares judaicos sagrados”.
FATO
A Jordânia profanou locais judaicos sagrados. O rei Hussein permitiu a
construção de uma rodovia até o Hotel Intercontinental que atravessava o
cemitério do Monte das Oliveiras. Centenas de túmulos judaicos foram
destruídos por uma estrada que poderia ser facilmente construída em outro
lugar. As lápides, que honravam a memória de rabinos e sábios, foram usadas
pelas empresas de engenharia da Legião Árabe Jordaniana como pavimento
e latrinas de acampamentos militares (as inscrições nas pedras ainda eram
visíveis quando Israel libertou a cidade).
O antigo bairro judeu da Cidade Velha foi devastado, 58 sinagogas de Jerusalém
– algumas existentes há séculos – foram destruídas ou postas em ruínas e
outras foram convertidas em estábulos e galinheiros. Moradias modestas
foram construídas usando o Muro Ocidental como apoio.12
MITO
“A Jordânia esforçou-se para melhorar as condições na Jerusalém
Oriental árabe. Em contrapartida, as autoridades israelenses
puseram abaixo centenas de casas árabes naquela parte da
cidade, deixando muitos residentes árabes sem moradia”.

FATO
Assim como ocorrera sob governos islâmicos anteriores, o rei Hussein
negligenciou Jerusalém. Após a ocupação da Cidade Velha em 1967, o
alcance desse descuido ficou claro quando Israel descobriu que grande parte
da cidade carecia até mesmo dos serviços municipais mais básicos, como
abastecimento de água corrente, encanamento e eletricidade.13 Como
resultado da reunificação, esses e outros serviços municipais necessários
foram estendidos até os lares e estabelecimentos comerciais árabes em
Jerusalém Oriental.
As autoridades israelenses descobriram que centenas de moradores
clandestinos haviam construído suas casas no bairro judeu. Os engenheiros
civis israelenses retiraram as ruínas e reconstruíram o bairro, mas só depois
de oferecer-lhes uma compensação ou moradia em outros lugares.

MITO
“Sob o governo de Israel, a liberdade de
religião em Jerusalém foi restringida”.

FATO
Após a guerra de 1967, Israel aboliu todas as leis discriminatórias promulgadas
pela Jordânia e adotou suas próprias medidas para salvaguardar o acesso aos
santuários religiosos: “Qualquer um que fizer algo considerado uma violação
à liberdade de acesso dos membros das distintas religiões aos locais que lhes
são sagrados”, estipula a lei israelense, “estará sujeito à prisão por um período
de cinco anos”. Israel também delegou a administração dos lugares sagrados
às suas respectivas autoridades religiosas. Assim, por exemplo, o Wacf
muçulmano é responsável pelas mesquitas do Monte do Templo.
As irmãs de caridade do hospital São Vicente de Paulo, de Jerusalém,
repudiaram os ataques à conduta israelense em Jerusalém alguns meses
depois que Israel assumiu o controle da cidade: “Nosso trabalho aqui se
tornou especialmente feliz e o nosso caminho agora é mais suave graças à
boa vontade das autoridades israelenses... mais suave não apenas para nós,
mas (o mais importante) para os árabes sob nossos cuidados.14
O ex-presidente Jimmy Carter reconheceu que a liberdade religiosa aumentara
sob o governo israelense. Não há “qualquer dúvida” de que Israel foi mais eficiente
do que Jordânia em salvaguardar o acesso aos lugares sagrados. “Hoje em dia
o acesso é irrestrito”, declarou Carter. “Não era assim entre 1948 e 1967”.15
O Departamento de Estado dos EUA afirma que, embora Israel não tenha uma
constituição, a lei garante liberdade de culto e o governo respeita esse direito.16
MITO
“Israel nega a muçulmanos e cristãos o
livre acesso aos seus lugares sagrados”.
FATO
Desde 1967 centenas de milhares de muçulmanos e cristãos – muitos deles
provenientes de países árabes que permanecem em estado de guerra com
Israel – vão a Jerusalém para visitar seus locais sagrados. Os líderes árabes
estão livres para visitar Jerusalém para rezar se assim desejam, como fez o
presidente egípcio, Anuar Sadat, na mesquita de Al-Aksa. Por razões de
segurança, algumas vezes são impostas restrições temporárias no Monte do
Templo, mas o direito de culto não está limitado e outras mesquitas permanecem
acessíveis, mesmo em momentos de grande tensão.
Segundo o islã, o profeta Maomé foi transportado milagrosamente de Meca
a Jerusalém e dali ascendeu ao céu. O Domo da Rocha e a mesquita de Al-
Aksa, ambas construídas no século VII, identificaram Jerusalém de maneira
definitiva como o Lugar Remoto mencionado no Corão e, portanto, o lugar
mais sagrado depois de Meca e Medina. Os direitos muçulmanos sobre o
Monte do Templo, local dos santuários, não têm sido infringidos. Embora este
seja o lugar mais sagrado para o judaísmo, Israel tem deixado o Monte do
Templo sob controle das autoridades muçulmanas.
Para os cristãos, Jerusalém é o lugar onde Jesus viveu, pregou, morreu e
ressuscitou. Embora a Igreja coloque uma ênfase maior na Jerusalém celestial,
mais do que na terrena, os lugares mencionados no Novo Testamento como
lugares do ministério de Jesus atraem peregrinos e crentes devotos há séculos.
Entre esses lugares estão a Igreja do Santo Sepulcro, o Jardim Guetsêmani, o
local da Última Ceia e a Via Dolorosa com suas 14 Estações da Cruz.
Os direitos das diversas igrejas cristãs de custódia dos locais sagrados cristãos
em Jerusalém foi definido durante o século XIX, quando Jerusalém era parte do
Império Otomano. Esses direitos, conhecidos como “o acordo para o status quo
dos locais sagrados cristãos em Jerusalém”, permaneceram em vigor durante
o período do Mandato Britânico e ainda são mantidos até hoje em Israel.
MITO
“A política israelense estimula os ataques de
judeus fanáticos contra residentes muçulmanos
e cristãos bem como aos seus lugares sagrados”.
FATO
As autoridades israelenses têm tentado sistematicamente impedir os fanáticos
– de todas as crenças – de profanar lugares religiosos ou cometer atos de
violência contra eles. Quando são incapazes de impedir a ocorrência desses
atos, Israel pune com severidade os vândalos. Por exemplo, Allen Goodman,
um israelense desequilibrado que em 1982 passou a atirar loucamente no
Monte do Templo, foi condenado à prisão perpétua.
Em 1984, as autoridades israelenses se infiltraram num um grupo judeu que
planejava perpetrar atos de violência contra locais e civis não-judeus. Os
terroristas foram processados e presos.
Em 1990, os Fiéis do Monte do Templo, um grupo extremista judeu, tentou
marchar até o Monte do Templo na Sucot (Festa das Cabanas) para colocar a
pedra inaugural do Terceiro Templo. A polícia, temendo que esse desfile
pudesse provocar a ira dos muçulmanos e exacerbar uma situação já tensa
criada pela intifada e pelos acontecimentos no Golfo Pérsico, negou-lhes o
direito à marcha. A decisão foi ratificada pela Suprema Corte de Israel, fato
comunicado imediatamente aos líderes religiosos muçulmanos e à imprensa
árabe. Apesar da ação preventiva de Israel, “líderes muçulmanos e ativistas
da intifada continuaram a incitar seus fanáticos para o confronto”,17 o que
levou a uma rebelião trágica na qual 17 árabes foram mortos.

Desde então Israel tem estado especialmente vigilante e faz todo o possível
para evitar qualquer provocação da parte de grupos ou indivíduos que possam
ameaçar a santidade dos lugares sagrados de qualquer religião.
MITO
“Israel restringe os direitos políticos
dos árabes palestinos em Jerusalém”.
FATO
Além da liberdade religiosa, os árabes palestinos de Jerusalém desfrutam de
direitos políticos sem precedentes. Os residentes árabes tiveram a opção de
receber a cidadania israelense, mas muitos preferiram conservar sua cidadania
jordaniana. Além disso, independentemente de serem ou não cidadãos,
os árabes de Jerusalém têm permissão para votar nas eleições municipais e
para participar da administração da cidade.
MITO
“Segundo a Resolução 242 da ONU, Jerusalém
Oriental é considerada território ocupado. Portanto,
a sua anexação por Israel viola a resolução”.
FATO
Um dos redatores da resolução das Nações Unidas foi o então embaixador
dos EUA na ONU, Arthur Goldberg. Segundo Goldberg, “a Resolução 242 não
se refere absolutamente a Jerusalém, e essa omissão foi deliberada...
Jerusalém era um assunto à parte, desvinculado da Cisjordânia”. Em vários
discursos nas Nações Unidas, em 1967, Goldberg afirmou: “Já disse em muitas
ocasiões que as linhas do armistício de 1948 seriam temporárias. É claro que
isso se aplicava em particular a Jerusalém. Em nenhum momento nesses
muitos discursos me referi a Jerusalém Oriental como um território ocupado”.18
Depois de 1948, a Assembléia Geral da ONU aprovou três resoluções que pediam
a internacionalização de Jerusalém. A questão foi abandonada até o momento
em que Israel adquiriu o controle da cidade. Desde 1967, as Nações Unidas,
que por 19 anos ignoraram a ocupação da cidade pela Jordânia, vêm adotando
numerosas resoluções criticando Israel por alterar o status de Jerusalém.
MITO
“Jerusalém Oriental deveria fazer parte de um
Estado palestino porque todos os seus residentes
são árabes palestinos e nenhum judeu jamais viveu ali”.
FATO
Antes de 1865 toda a população de Jerusalém vivia dentro dos muros da
Cidade Velha (o que hoje em dia seria considerado parte do setor oriental).

Mais tarde a cidade passou a se expandir para além dos muros devido ao
crescimento populacional, e tanto judeus como árabes passaram a construir
novas áreas.
À época da partilha uma próspera comunidade judaica vivia na parte oriental
de Jerusalém, uma área que incluía o bairro judeu da Cidade Velha. Essa área
também compreende muitos lugares de importância para a religião judaica,
como a Cidade de David, o Monte do Templo e o Muro Ocidental. Além disso,
instituições importantes como a Universidade Hebraica e o Hospital Hadassa
original estão no Monte Scopus, que fica em Jerusalém Oriental.
A única vez em que a parte oriental de Jerusalém foi exclusivamente árabe foi
entre 1949 e 1967, e isso porque a Jordânia ocupou a área e expulsou os judeus.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

18.2 Os Levantes Palestinos

MITO
“Israel fechou três faculdades no território
da Autoridade Palestina em janeiro de
2003 para punir e humilhar os palestinos”.

FATO
Apesar de mais de dois anos de violência e provocação, muitas vezes vindas
de faculdades na Cisjordânia, Israel não interferiu nas aulas. A esperança era
de que os palestinos fixassem sua atenção nos estudos e não em atividades
políticas. Infelizmente estas escolas vêm dirigindo cada vez mais suas energias
para a promoção da violência do que para a educação. Israel apenas agiu
contra as faculdades quando ficou claro que estas haviam se convertido em
centros de incitamento e doutrinação em vez de promover a educação.

Quando as forças israelenses entraram nas escolas, encontraram faixas,
pôsteres, bandeiras, fitas de áudio e cadernos de jovens adornados com as
fotos de homens-bomba. As salas de aula estavam repletas de pôsteres
louvando o terrorismo e glorificando os homens-bomba. Fitas de áudio
clamando pela destruição de Israel, confeccionadas por diferentes
organizações terroristas, foram encontradas dentro das salas de aula. Estes
não eram somente materiais trazidos para as escolas por estudantes, mas
eram distribuídas pelas próprias faculdades.

A situação dos campi palestinos ilustra a dificuldade de se buscar um processo
de paz enquanto jovens palestinos são ensinados, em suas escolas, a buscar
o terror e a destruição de seu vizinho. Os materiais distribuídos – que também
fazem parte do currículo – violam os acordos de paz que os palestinos
assinaram renunciando a incitamentos desta ordem. Israel adotou estas
medidas para proteger seus cidadãos, não para punir ou humilhar os
palestinos. Incidentalmente, a Autoridade Palestina também fecha faculdades
nos territórios quando seus dirigentes acreditam que os estudantes
apresentam condutas que ameaçam a sua autoridade.


MITO
“Israel usa postos de inspeção para humilhar os palestinos”.

FATO
É comum que as nações protejam suas fronteiras e estabeleçam postos de
inspeção para impedir que pessoas entrem ilegalmente em seus países. Os
Estados Unidos têm postos em suas fronteiras e aeroportos e, como os
americanos puderam ver em 11 de setembro (de 2001), estas são precauções
de segurança necessárias, embora não infalíveis.

No caso de Israel, a necessidade de postos foi criada pelos palestinos. Ao
realizarem uma violenta campanha de terror contra cidadãos israelenses,
eles forçam Israel a erguer barreiras que dificultem o máximo possível que
terroristas entrem no país ou viajem ao longo dos territórios com o objetivo
de cometer atos de violência. Os postos são inconvenientes para os palestinos
inocentes, mas eles de fato evitam o terror e poupam vidas.

Por exemplo, em 2 de novembro de 2002, uma perua carregada de caixas de
calças jeans foi retida em um destes postos. Os soldados verificaram as
carteiras de identidade dos homens que estavam na perua e descobriram
que um dos passageiros era procurado. A perua foi esvaziada e, quando os
soldados abriram a última caixa, descobriram um cinto com explosivos que
estava sendo enviado a um homem-bomba. Duas semanas depois, um táxi foi
detido no mesmo posto. Os soldados encontraram dois computadores no bagageiro
que pareciam pesados demais. Eles abriram as caixas e encontraram dois
cintos com explosivos. Foi encontrada também uma sacola com um revólver.72

As reportagens sensacionalistas dos meios de comunicação, juntamente
com a propaganda anti-Israel, sugerem que Israel está constrangendo
mulheres palestinas nos postos de verificação. Infelizmente, as mulheres
não podem ser ignoradas como ameaças potenciais à segurança. Policiais de
fronteira de um posto de verificação ao norte de Jerusalém, por exemplo,
prenderam uma mulher palestina empurrando um carrinho de bebê que
continha uma pistola, dois pentes de munição e uma faca.73

Bens comerciais, comida, medicamentos, ambulâncias e profissionais da
área da saúde continuam a circular livremente, impedidos tão somente
pelos ataques contínuos. Os trabalhadores palestinos que têm empregos em
Israel também podem passar pelos postos de verificação com a devida
identificação; as restrições são impostas apenas quando necessárias, devido
à questão da segurança.

As barreiras não existem para humilhar palestinos, mas para garantir a
segurança de cidadãos israelenses. Infelizmente, toda vez que Israel relaxa
esta prática retirou os postos, os terroristas palestinos tiram vantagem da
oportunidade para lançar novos ataques contra israelenses inocentes.


Estudo de caso
Imagine um soldado de 19 anos de idade comandando um posto
de verificação. Chega uma ambulância e dentro dela uma mulher
que aparentemente está grávida. Ela parece estar tensa e seu
marido está igualmente ansioso. Mas o soldado foi advertido de
que havia uma ambulância que levava uma mulher grávida,
mas que não estava grávida de fato. O serviço de inteligência
disse que sob a maca da ambulância está escondido um terrorista
procurado, vestido com um cinto de explosivos para perpetrar
um atentado suicida. O dia está quente e há uma longa fila de
automóveis. Seus comandantes gritam com ele pelo rádio: “Não
permita que ambulâncias passem por aí, pois há um terrorista
numa delas!” Para complicar a cena, um cinegrafista de um
veículo noticioso está presente.

O soldado deve tomar um número incrível de decisões em um
curto espaço de tempo. Ele tem apenas 19 anos e não tem
treinamento médico. Ele sabe que se permitir que a ambulância
siga adiante com um terrorista a bordo, morrerão inocentes e ele
terá fracassado em sua missão. Por outro lado, se não houver
um terrorista nesta ambulância e ele demorar a permitir que
uma mulher realmente grávida chegue ao hospital, as vidas da
mãe e do bebê estarão em perigo. O que você faria?



MITO
“Todas as mulheres que estão participando dos ataques suicidas
são movidas unicamente pelo desejo de libertar a Palestina”.

FATO
Pode ser que algumas mulheres palestinas compartilhem da ideologia doentia
dos terroristas que acreditam que, explodindo homens, mulheres e crianças,
irão alcançar seu objetivo político, mas muitas outras são chantageadas por
homens palestinos sádico e manipuladores para realizar atentados suicidas.

Mais de 20 mulheres palestinas participaram de atentados suicidas e as organizações
terroristas que as recrutam fazem isso em parte porque acreditam
que as mulheres irão gerar menos suspeita e os soldados israelenses serão
mais reticentes em investigá-las.

Algumas mulheres foram convencidas a participar de atentados suicidas
para reabilitar suas reputações em suas comunidades, onde eram malvistas ou
fizeram algo que envergonhou suas famílias. A vergonha tem uma força muito
grande na sociedade árabe e mulheres promíscuas, adúlteras, que engravidam
foram do casamento ou têm outras condutas consideradas inadequadas
podem ser isoladas ou severamente punidas (por exemplo, maridos podem
matar esposas que os envergonharam nos chamados “crimes de honra”).

As organizações terroristas costumam usar a chantagem emocional contra
estas mulheres vulneráveis para convencê-las de que, ao realizarem um
atentado suicida contra judeus, poderão resgatar a sua honra e a da família.

O serviço de inteligência israelense tornou público um relatório que afirmava
que ativistas da Fatah chegaram a ponto de seduzir mulheres e então, depois
que elas engravidaram, usaram esta condição para chantageá-las para que
cometessem crimes hediondos. O relatório citou dois casos específicos, um
que envolvia uma mulher de 21 anos de Belém que se explodiu no mercado
de Machané Yehuda em Jerusalém, matando seis pessoas e ferindo mais de
60, e outro em que uma mulher de 18 anos do acampamento de refugiados
de Dehaishe se explodiu em um supermercado de Jerusalém, matando duas
pessoas e ferindo outras 22.74

Estes exemplos mostram os métodos implacáveis que os terroristas palestinos
usam não somente com suas vítimas, mas com seu próprio povo.

MITO
“Rachel Corrie foi assassinada por Israel enquanto protestava
pacificamente contra a demolição ilegal de uma casa palestina”.

FATO
A americana Rachel Corrie foi morta na Faixa de Gaza em 16 de março de
2003 quando entrou numa área onde forças israelenses estavam realizando
uma operação militar. O incidente ocorreu enquanto as FDI estavam retirando
folhagens – colocadas ao longo da estrada de segurança próxima à fronteira
entre Israel e Egito em Rafah para encobrir explosivos – e destruindo túneis
usados por terroristas palestinos para contrabandear armas do Egito para
Gaza. Corrie não estava se manifestando pela paz ou tentando proteger civis
inocentes; ela estava interferindo numa operação militar para demolir
legalmente uma casa vazia usada para ocultar um destes túneis.

Uma foto mal intencionada publicada pela Associated Press dava a impressão
de que Corrie estava parada diante de uma motoniveladora e gritando para o
motorista com um megafone, tentando impedir o motorista de colocar abaixo
uma construção no acampamento de refugiados. Esta foto, que foi tirada por
um membro da organização de Corrie, não foi obtida no momento da sua
morte, mas horas antes. O fotógrafo disse que ela na verdade estava sentada
e balançando os braços quando foi golpeada.75

A Ordem dos Advogados de Israel investigou o incidente e concluiu que o
motorista da motoniveladora jamais viu ou ouviu Corrie, pois ela estava atrás
dos escombros, o que obstruiu a visão do motorista, cujo campo de visão
estava limitado pelas pequenas janelas blindadas de sua cabine. Uma autópsia
descobriu que a causa da morte de Corrie foi uma queda dos escombros.76

O Departamento de Estado dos EUA advertiu os americanos para que não
viajassem para Gaza e Israel deixou claro que civis que entram em áreas
onde há soldados engajados em operações de antiterrorismo estão se
colocando desnecessariamente em risco.

Esta não foi a primeira vez que manifestantes tentam obstruir operações
israelenses e as FDI têm feito todos os esforços para evitar atingi-los. Este
caso recebeu uma grande divulgação ao redor do mundo em boa medida
porque foi o primeiro incidente deste tipo em que um manifestante foi
morto. Na verdade, o exército advertiu Corrie e outros manifestantes do
Movimento Internacional de Solidariedade (ISM – International Solidarity
Movement), anti-Israel, para saírem de lá. “É possível que eles (os
manifestantes) não fossem tão disciplinados quanto gostariam”, admitiu
Thom Saffold, fundador e organizador da ISM.77

A morte de civis inocentes sempre é trágica e a melhor maneira de evitar
tragédias desta natureza no futuro é, primeiro de tudo, que a Autoridade
Palestina coloque um fim na violência e acabe com os contrabandos que
trazem enormes quantidades de armas ilegais para a Faixa de Gaza. Os
ativistas interessados na paz deveriam estar protestando contra as ações
palestinas. Eles têm todo o direito de expressar seus pontos de vista a respeito
das políticas de Israel, mas deveriam ter o cuidado de evitar parecer que
estão do lado de terroristas, ou de estarem em locais onde podem ser
inadvertidamente atingidos pelo fogo cruzado de uma operação contraterrorista
ou em outra situação perigosa qualquer, ao entrarem numa área
onde são conduzidas operações militares.


“Independentemente de como você entende a questão, a morte
de Rachel Corrie no domingo é uma tragédia (...) mas não é mais
trágica do que as mortes de outros jovens – alguns deles,
americanos que viajaram para Israel – que morreram em atentados
a bomba cometidos por terroristas palestinos. Eles também são
dignos de ser lembrados neste dia. Independente do que você
pensa a respeito das ações de Corrie. Se foi uma mártir ou se estava
equivocada, ela pelo menos fez a sua escolha. Os terroristas palestinos não
deram qualquer chance aos jovens mortos em seus atentados. Ao nosso ver, este
é um outro tipo de tragédia para estes jovens americanos e suas
famílias”.
- OregonLive.com.78


MITO
“Os palestinos contrários ao terrorismo são
respeitados e sua liberdade de expressão
é permitida pela Autoridade Palestina”.

FATO
Um dos principais impedimentos para se falar contra o irredentismo e terror
dentro da Autoridade Palestina é a ameaça de ser assassinado. No final da
primeira Intifada, no começo da década de 1990, mais palestinos foram
mortos em lutas internas do que em confrontos com as forças de segurança
israelenses. Desde o início do levante em setembro de 1990, os palestinos,
mais uma vez, usaram da intimidação e do assassinato para tentar evitar
dissidências. Em geral, aqueles que buscam a paz ou um fim para o terror são
considerados “colaboracionistas” e, com sorte, são presos pela Autoridade
Palestina. Os que não têm a mesma sorte são assassinados, quase sempre de
maneira sádica e pública, por exemplo, sendo enforcados e pendurados em
postes de iluminação em praças. Passa-se, assim, a mensagem de que aquilo
é o que vai acontecer com qualquer um que ouse atravessar o caminho
daqueles que buscam a destruição de Israel.

Não há dados exatos a respeito do número de palestinos mortos na guerra
interna, mas um relatório de direitos humanos do Departamento de Estado
americano mostrou que 250 supostos colaboracionistas foram presos e pelo
menos 35 civis foram mortos somente em 2002. O grupo israelense de
direitos humanos Betselem registrou 142 mortes de palestinos entre
setembro de 2000 e 26 de agosto de 2003, enquanto um grupo palestino de
direitos humanos afirmou que 76 foram executados e outros 22 assassinados
entre setembro de 2000 e outubro de 2002. O Instituto de Política
Internacional para o Contra-terrorismo registrou 303 palestinos mortos em
lutas internas. Em seu relatório sobre a Autoridade Palestina para 2003, a
Anistia Internacional afirmou que “muitos palestinos” foram mortos de forma
misteriosa e que a Autoridade Palestina “deixou de investigar estes
assassinatos e nenhum dos criminosos foi levado à Justiça”.79

MITO
“A política de Israel de assassinar terroristas é ilegal e
rejeitada até mesmo pelos israelenses como fica evidenciado
pela recusa de pilotos da Força Aérea de cumpri-la”.

FATO
Como foi dito anteriormente (no Mito “A política de Israel de assassinar
terroristas palestinos é imoral e contraproducente”, neste capítulo), Israel
enfrenta a difícil questão de decidir qual a melhor maneira de proteger seus
cidadãos dos ataques de terroristas. O governo israelense acredita que uma
de guerra. As FDI jamais têm palestinos inocentes por alvo e podem ser citados
inúmeros exemplos de casos em que pilotos retornaram à base sem atirar
porque civis poderiam correr o risco de serem atingidos. Ainda assim, já houve
tragédias em que palestinos inocentes foram vítimas da guerra contra o terror.

Especialmente devido ao cuidado com os inocentes e à dificuldade em atingir
os terroristas que se escondem propositadamente entre civis, os israelenses
discutem se os ataques a alvos específicos são a melhor estratégia.

Atualmente, a população apóia esta política de forma esmagadora80 e apenas
27 pilotos – 18 deles aposentados – assinaram uma carta declarando que
não realizariam missões nos territórios. Assim como num caso anterior em
que um grupo de soldados também afirmou que não iria servir, a decisão é
um ato político que não cabe em qualquer força militar e não recebeu apoio
popular, seja dos colegas soldados ou do público em geral.

Os pilotos têm o direito de expressar suas opiniões e expressá-las dentro do
regime democrático de Israel; contudo, como outro soldados, sua obrigação
enquanto estão fardados é implementar as políticas determinadas por líderes
civis eleitos pelo tempo em que suas ordens forem reconhecidas como legais
pelos tribunais israelenses. Tanto os tribunais de Israel como a lei internacional
dão aval à atual política israelense. Enquanto isso, o debate político sobre a
correção e eficácia desta política irá com certeza continuar.

MITO
“A Autoridade Palestina está cooperando com a investigação
da emboscada terrorista que matou três americanos em Gaza”.

FATO
Em 15 de outubro de 2003, uma poderosa bomba plantada na estrada estraçalhou
um veículo blindado que fazia parte de um comboio diplomático dos EUA que
viajava ao longo da Faixa de Gaza, matando três americanos e ferindo um.

Após o ataque, os palestinos vieram ao local e “separavam peças entre o metal
retorcido com visível prazer” e arremessaram pedras na direção de investigadores
americanos que estavam presentes, forçando-os a abandonar o lugar.81

Numa cena que parece tirada do filme Casablanca, autoridades palestinas
então cercaram os suspeitos de sempre e prenderam sete homens de um
grupo qualquer que incluía ex-membros das forças de segurança palestinas.

No entanto, funcionários americanos não acreditam que estes eram os autores
do crime e uma equipe do FBI que investigava o ataque terrorista retornou
aos Estados Unidos após demonstrar desânimo com a falta de cooperação
por parte dos serviços de segurança palestinos.

Funcionários americanos afirmaram que a Autoridade Palestina deixou de
fornecer aos investigadores do FBI acesso suficiente ao local do atentado e
permitiu que civis entrassem na cena do ataque e destruíssem as evidências.

Em seguida, o governo Bush proibiu as visitas de funcionários dos EUA à
Faixa de Gaza devido à falta de cooperação com a investigação.82

Em dezembro de 2003, após três meses de obstrução, os funcionários dos
EUA informaram à Autoridade Palestina que o enviado especial John Wolf
não retornaria à região até que houvesse progressos na investigação. O
secretário-assistente de Estado dos EUA William Burns e outros funcionários
também endereçaram um conjunto de duras mensagens ao primeiro-ministro
da Autoridade Palestina, Ahmed Cureia, e outros dirigentes palestinos a
respeito disso.83

Notas
1 New York Times (14 de dezembro de 1987).
2 UPI (9 de dezembro de 1987).
3 Al-Hamishmar, Betselem (6 de dezembro de 1991).
4 Wall Street Journal (21 de fevereiro de 1990).
5 Near East Report (5 de agosto de 1991).
6 Baghdad Voice of the PLO (12 de maio de 1989).
7 New York Times (24 de outubro de 1989).
8 Al-Mussawar (19 de janeiro de 1990).
9 Wall Street Journal (21 de fevereiro de 1990).
10 Rádio Monte Carlo (23 de outubro de 1990).
11 Jerusalem Post (14 de setembro de 1991).
12 Jerusalem Report (6 de julho e 5 de outubro de 1991).
13 Near East Report, Year End Reports (1991-1993).
14 The New Republic (23 de novembro de 1992).
15 New York Times (12 de junho de 1991).
16 Daoud Kuttab. A Profile of the Stonethrowers, Journal of Palestine Studies (primavera
de 1998), pág. 15.
17 Associated Press (10 de outubro de 2001).
18 Jerusalem Post (4 de março de 2001).
19 Conclusão do Relatório Mitchell (4 de maio de 2001).
20 Citado na primeira declaração do Governo de Israel no comitê de investigação
sobre os fatos em Sharm el-Sheik, Ministério das Relações Exteriores de Israel (28
de dezembro de 2000).
21 Ibid.
22 An Engineered Tragedy: Statistical Analysis of Casualties in the Palestinian-Israeli
Conflict, September 2000-June 2002, International Policy Institute for Counter-
Terrorism (junho de 2002).

23 Jerusalem Post (22 de fevereiro de 2001).
24 Haaretz (1 de março de 2001).
25 Near East Report (5 de março de 2001).
26 Almazen, Kuwait (20 de junho de 2002).
27 Jerusalem Report (25 de fevereiro de 2002); Maariv (31 de julho de 2002); Forças
de Defesa de Israel.
28 Jewish Telegraphic Agency (8 de outubro de 2001).
29 Jerusalem Report (21 de maio de 2001).
30 CNN, Forças de Defesa de Israel, Jerusalem Report (28 de novembro de 2000);
Jewish Telegraphic Agency (21 de março de 2002).
31 James Fallows. Who Shot Mohammed al-Dura?, The Atlantic Monthly
(www.theatlantic.com) (junho de 2003).
32 Jerusalem Report (1 de abril de 2001).
33 Washington Post (17 de junho de 2001).
34 Carta de George Mitchell e Warren Rudman ao Diretor da Liga Anti-Difamação
(LAD), Abraham Foxman (11 de maio de 2001).
35 Comunicado do general-de-divisão Giora Eiland, chefe da Divisão de Operações
das FDI, à Associação de Imprensa Estrangeira, Jerusalém (20 de maio de 2001).
36 Comunicado do Departamento de Estado dos EUA (17 de abril de 2001).
37 Time (19 de abril de 2001).
38 Colin Powel. My American Journey. New York: Random House, 1995, pág. 434.
39 Washington Post (28 de junho de 1993).
40 CNN (16 de julho de 2002).
41 Haaretz (11 de fevereiro de 2001).
42 Al-Watan, Kuwait (7 de junho de 2002).
43 Jerusalem Post (21 de julho de 2002 e 5 de fevereiro de 2003) e Departamento de
Estado dos EUA.
44 Jewish Telegraphic Agency (11 de junho de 2002).
45 Foreign Report (26 de julho de 2001).
46 Washington Post (15 de agosto de 2001).
47 Jerusalem Post (2 de agosto de 2001).
48 Reuters (9 de agosto de 2001).
49 Washington Post (14 e 18 de setembro de 2001).
50 CNN (4 de novembro de 2002).
51 Fox News (3 de agosto de 2001).
52 Ronald Reagan.com; Washington Post e outras fontes de notícias.
53 Jewish Telegraphic Agency (30 de agosto de 2001).
54 Jerusalem Post (10 de agosto de 2001).
55 Jewish Telegraphic Agency (30 de novembro de 2001).
56 News Conference (12 de setembro de 2001).
57 Jerusalem Post (10 de setembro de 2001).
58 Washington Post (7 de setembro de 2001).
59 Michael Oren. Palestinians Cheer Carnage, Wall Street Journal (7 de agosto de 2002).
60 Jerusalem Post (24 de agosto de 2001).

61 Jerusalem Post (25 de abril de 2002).
62 Jerusalem Post (28 de abril de 2002); Forward (28 de junho de 2002); MSNBC (31
de julho de 2002).
63 New York Post (3 de maio de 2002).
64 Jerusalem Report (30 de dezembro de 2002).
65 New York Times (20 de abril de 2002).
66 Washington Post (26 de abril de 2002).
67 Ministério das Relações Exteriores de Israel.
68 Washington Post (31 de janeiro de 2002).
69 Ministério das Relações Exteriores de Israel.
70 Bomb Found in Red Crescent Ambulance, Haaretz (12 de junho de 2002).
71 Jewish Telegraphic Agency (30 de junho de 2002).
72 Haaretz (28 de novembro de 2002).
73 Maariv (14 de outubro de 2003).
74 Washington Times (20 de fevereiro de 2003).
75 Blackmailing Young Women into Suicide Terrorism, Ministério das Relações Exteriores
de Israel (12 de fevereiro de 2003).
76 Christian Science Monitor (2 de abril de 2003).
77 Jerusalem Post (26 de junho de 2003).
78 Washington Post (17 de março de 2003).
79 OregonLive.com (18 de março de 2003).
80 Relatório sobre as Práticas em Direitos Humanos por Países 2002. District of Columbia:
Departamento de Estado dos EUA, 2003; Betselem, Anistia Internacional, janeiro/
dezembro de 2002; Jerusalem Post (25 de agosto de 2002).
81 Numa pesquisa de setembro de 2003, 75% dos israelenses apoiavam os assassinatos
seletivos; Instituto de Pesquisa pela Paz Tami Steinmetz da Universidade de Tel-
Aviv.
82 Boston Globe (16 de outubro de 2003).
83 Haaretz (24 de outubro de 2003); UPI (21 de outubro de 2003).

18.1 Os Levantes Palestinos

MITO
“A violência é uma reação compreensível
e legítima à política de Israel”.

FATO
A base do processo de paz é que as diferenças sejam resolvidas por meio de
negociações. Uma das condições colocadas por Israel antes de concordar em
negociar com a OLP foi que a organização renunciasse ao terrorismo. Embora
formalmente tenha renunciado, a OLP e outros grupos e indivíduos palestinos
recorrem sistematicamente à violência desde o início do processo de Oslo,
em 1993. Independentemente de Israel ter feito ou não concessões, os
palestinos seguiram cometendo ataques hediondos. Em alguns casos foram
cometidas atrocidades devido a um suposto maltrato; em outros casos houve
esforços deliberados para sabotar as negociações. Apesar de tudo, a
Autoridade Palestina, cuja força policial chega a quase 40 mil homens (mais
do que o permitido nos acordos de paz) e vários serviços de inteligência, deve
assumir a responsabilidade pela manutenção da paz.

Civis israelenses e soldados das FDI assassinados na
“intifada de Al-Aksa”
23 (29 de setembro a 13 de fevereiro de 2003)



MITO

“O levante de Al-Aksa ocorreu somente nos
territórios em disputa, sem afetar Israel”.

FATO

A violência palestina em Cisjordânia e Gaza vem tirando as vidas de grande
número de civis e soldados. Além disso, terroristas que atuam em nome do
levante realizam ataques hediondos dentro de Israel. A violência também
provoca nos israelenses um impacto colateral em nível psicológico, militar e
econômico.

Os israelenses agora devem ter cuidado ao viajar para diversas partes de
Israel e dos territórios que deveriam ser seguros. Os palestinos também têm
emboscado judeus em cidades como Guilo, que estão fora dos territórios. A
violência tem minado seriamente a crença dos israelenses de que, caso
fizessem concessões territoriais, seria possível fazer a paz com os palestinos.

O levante também afeta a preparação militar porque as tropas precisam ser
retiradas do treinamento e preparo contra ameaças de nações hostis para se
concentrarem em aplacar rebeliões e combater o terrorismo.

Finalmente, a violência vem tendo um impacto devastador sobre a economia
israelense. Israel perdeu 2% do seu Produto Interno Bruto durante os dois
primeiros anos de violência, numa base per capita, o declínio foi de 3% ao
ano. O desemprego ultrapassou os 10% e 50 mil empresas foram fechadas
em 2002. Somente a indústria do turismo está perdendo cerca de US$ 2
bilhões ao ano.23

Os israelenses não são os únicos que sofrem. A perda do turismo atinge
também os palestinos. Por exemplo, o número de visitantes que normalmente
visitam Belém no Natal tem sido significativamente menor do que o usual. O
mesmo ocorre em outros locais de peregrinação (nos territórios) sob a
Autoridade Palestina. Lojistas palestinos em lugares como a Cidade Velha
(em Jerusalém) também foram afetados pela queda no turismo. A campanha
de terror obrigou Israel a restringir drasticamente o número de trabalhadores
palestinos que entram em Israel, afetando indivíduos que tentam ganhar a
vida e sustentar suas famílias.

“A Autoridade Palestina converteu-se em uma entidade terrorista.
Os ataques terroristas contra nós, além de realizados por grupos
não-oficiais, também tem uma participação ativa de níveis oficiais”.


- Shaul Mofaz, Comandante do Estado-Maior israelense24


MITO
“Israel usa força em excesso para atacar
crianças que só estão arremessando pedras”.


FATO
Palestinos, jovens e velhos, atacam soldados e civis israelenses com diversos
tipos de armas. Quando lançam pedras, não são pedrinhas, mas pedras grandes
que podem e causam ferimentos graves. Em geral, as tropas israelenses sob
ataque não têm mais do que vinte soldados, enquanto são atacados por
centenas de pessoas armadas com coquetéis-molotov, revólveres, fuzis de
assalto, metralhadoras, granadas de mão e explosivos. Além disso, entre os
atiradores de pedras há palestinos com armas de fogo, freqüentemente
policiais. Diante de uma massa encolerizada e violenta, a polícia e os soldados
israelenses em geral não têm outra opção que a de se defenderem atirando
balas de borracha e, em situações de vida ou morte, munição viva.

O uso de armas de fogo por parte dos palestinos demonstra efetivamente que
as forças israelenses têm permanecido a uma certa distância daqueles que
iniciam a violência. Além disso, a ameaça de uso da força contra israelenses
tem sido letal. Ambos os fatores inibem o uso de métodos tradicionais para o
controle de rebeliões. Segundo as regras de conduta das tropas israelenses
nos territórios, o uso de armas só está autorizado em situações de ameaça à
vida – ou, sujeito a rígidas limitações, no momento de prender um indivíduo
suspeito de ter cometido um delito grave contra a segurança. Em todos os
casos, as atividades das FDI são reguladas por uma política de contenção,
exigência de proporcionalidade e necessidade de tomar todas as medidas
cabíveis para evitar prejuízos a civis inocentes.

Enquanto isso, os palestinos aumentaram os ataques violentos contra
israelenses usando morteiros e mísseis antitanque contrabandeados para a
Faixa de Gaza. Eles têm atirado com morteiros contra comunidades judaicas
em Gaza e Israel propriamente dito, e os relatórios das FDI indicam que
mísseis antitanque vêm sendo atirados contra forças israelenses em Gaza. A
Autoridade Palestina também faz contrabando de armas para Gaza por mar e
por túneis subterrâneos que vão até o Egito.

A posse e uso destas e outras armas pelos palestinos violam os compromissos
assumidos em diversos acordos com Israel. Segundo os acordos de Oslo, as
únicas armas permitidas nas áreas controladas pelos palestinos são revólveres,
fuzis e metralhadoras, cujo porte deve ser de uso exclusivo dos agentes de
segurança da Autoridade Palestina. A violência recente deixa claro que,
além da polícia, civis palestinos e membros de milícias como os Tanzim
também possuem estas armas.25

O número de baixas palestinas nos confrontos é lamentável, mas é importante
lembrar que nenhum palestino estaria em perigo ou em risco de ser ferido se
não estivesse participando desta campanha de terror. Caso as crianças
estivessem na escola ou em casa com suas famílias, em vez de estarem
lançando pedras nas ruas, teriam menos do que temer – e elas atiram mais
do que pedras. O vice de Yasser Arafat, Abu Mazen, revelou que as crianças
são pagas para realizar ataques terroristas contra Israel. Ele declarou a um
jornal jordaniano que “pelo menos 40 crianças em Rafah perderam os braços
ao lançar torpedos Bangalore (cargas explosivas) e receberam cinco shekels
(moeda israelense que vale por volta de US$ 1) para arremessá-los”.26

Além disso, enquanto o número de palestinos mortos é maior, isso não
minimiza a perda traumática de vidas do lado israelense. De 29 de setembro
de 2000 a 10 de agosto de 2003, 818 israelenses, entre eles 572 civis,
foram assassinados por palestinos. Ao contrário das afirmações palestinas de
que estão lutando contra forças armadas, menos de um terço dos israelenses
mortos eram soldados. Só no primeiro semestre de 2002, os palestinos
realizaram 91 ataques suicidas.27

É importante também levar em conta o modo como a polícia dos Estados
Unidos e de outras nações reage à violência em massa. Quando a polícia está
sob ataque, às vezes ocorrem abusos, mas ninguém espera que fiquem
quietos e permitam que suas vidas sejam postas em perigo para aliviar a
pressão da opinião internacional. Na verdade, a própria Autoridade Palestina
não hesita em usar de força letal contra os que protestam. Por exemplo,
depois que a coalizão liderada pelos EUA atacou o Afeganistão, o Hamas
organizou uma manifestação na Faixa de Gaza em que milhares de palestinos
desfilaram em apoio ao suposto mentor do terrorismo Osama bin Laden. Ao
tentar dissolver a manifestação, a polícia palestina matou dois manifestantes.28

Somente aos israelenses é negado o direito de autodefesa ou vê-la usada
como arma de propaganda contra eles.

MITO
“Ao prender terroristas e confiscar armas ilegais, a
Autoridade Palestina está atuando para evitar a violência”.


FATO
Às vezes, a cooperação entre as forças de segurança israelenses e palestinas
tem sido boa e Israel elogia publicamente a Autoridade Palestina. Contudo,
quase sempre a Autoridade Palestina falha em adotar medidas adequadas
para evitar ataques contra israelenses. Embora muitos terroristas sejam
aprisionados, eles em geral são libertados logo em seguida e pelo menos
alguns deles se envolve em ataques contra judeus. Em maio de 2001, por
exemplo, Arafat libertou mais de uma dúzia de radicais islâmicos que estavam
na cadeia desde uma onda de ataques com homens-bomba que matou 60
israelenses em oito sangrentos dias de 1996.29

Os territórios da Autoridade Palestina também estão repletos de armas ilegais,
incluindo armas de fogos, granadas de mão, explosivos e morteiros. Apesar
das repetidas promessas, nenhum esforço tem sido feito para recolher estas
armas – pelo contrário, a Autoridade Palestina vem estocando-as ativamente.
Esta é uma grave violação dos acordos assinados com Israel, o que provoca
desconfiança e ameaça a segurança de Israel.

MITO
“Um menino morto a tiros enquanto seu pai tentava
protegê-lo, cena exibida na TV, demonstrou que Israel
não hesita em matar crianças palestinas inocentes”.


FATO
Talvez a imagem mais terrível da Intifada de Al-Aksa tenha sido a cena
filmada de um pai palestino tentando, sem sucesso, proteger seu filho de um
tiroteio. Israel foi mundialmente condenado pela morte de Mohamed Aldura,
de 12 anos, mas investigações posteriores descobriram que o menino muito
provavelmente foi morto por balas palestinas.

Uma foto aérea do cruzamento de Netsarim, na Faixa de Gaza, tirada pelas
FDI, onde Mohamed Aldura, de 12 anos, foi morto, mostra a localização de
pai e filho, que estavam numa cobertura adjacente a uma posição palestina
de tiro no cruzamento. Depois que os policiais palestinos atiraram deste local
e arredores em direção a uma posição oposta, das FDI, os soldados israelenses
responderam abrindo fogo contra o lugar de onde os tiros partiram. A criança
palestina foi atingida e morta em meio ao fogo cruzado.

Ao contrário da crença corrente de que a filmagem do incidente foi ao vivo,
esta foi de fato editada antes de ser transmitida para todo o mundo. Em meio
a um número de cinegrafistas na área, apenas um palestino que trabalhava
para o canal de TV France 2 registrou o tiro. O filme não editado do dia mostra
uma imagem muito mais complexa do que estava ocorrendo e levantou
dúvidas sobre a crença universal de que Israel havia matado o menino.

Uma investigação do incidente pelas FDI, realizada em 27 de novembro de
2000, descobriu que Aldura muito provavelmente foi morto por um policial
palestino e não por fogo israelense. Esta notícia foi confirmada por uma
investigação independente realizada pela alemã ARD Television, que afirmou
que a filmagem da morte de Aldura foi censurada pelos palestinos para
parecer como se ele tivesse sido morto pelos israelenses quando, na verdade,
sua morte foi causada por uma arma de fogo palestina.30

Mais recentemente, James Fallows revisitou o local e descobriu que “a evidência
física do tiro era absolutamente inconsistente com aqueles vindos da posição
das FDI”. Além disso ele cita uma série de questões não respondidas que levaram
alguns a concluir que todo o incidente foi forjado. Por exemplo, Fallows pergunta:


* “Por que não há uma imagem do menino depois de ter sido atingido?
 *Por que ele parece se mover no colo do pai e colocar uma mão sobre os
olhos após estar supostamente morto?
 *Por que há um policial palestino usando numa orelha uma insígnia
como se fosse de um serviço secreto?
 *Por que outro homem palestino pareceu mover seus braços e gritar
para outros como se estivesse ‘dirigindo’ uma cena dramática?
 *Por que o funeral parece – baseado no comprimento das sombras – ter
ocorrido antes do horário aparente do tiroteio?
 *Por que não há sangue na camisa do pai logo após eles terem sido atingidos?
 *Por que uma voz que parece ser a do cinegrafista da France 2 grita, em
árabe, ‘o menino está morto’ antes que este fosse atingido?
 *Por que as ambulâncias aparecem instantaneamente para aparentemente
qualquer um, menos Aldura?” 31

MITO
“Israel usa balas de borracha para
mutilar e matar palestinos desarmados”.


FATO
Balas de borracha não são ideais para apaziguar uma multidão violenta. Elas
são feitas para reduzir o risco de lesões sérias, porém não podem evitá-las
totalmente. Na esmagadora maioria dos casos, as balas de borracha não matam
nem causam lesões graves. Em muitas circunstâncias, podem ser a única
opção disponível além do tiro vivo. Crianças portando revólveres ou com a
intenção de ferir ou matar seus alvos por outros meios constituem uma ameaça
mortal, particularmente quando esta adquire a forma de um ataque em massa.


“Em comparação (com os passos concretos de Ariel Sharon para
aliviar as dificuldades econômicas dos palestinos), não temos
visto absolutamente qualquer resposta de Arafat aos nossos
clamores para dar um fim à violência.
Ele não tem feito qualquer declaração que indique ao menos que queira isso.
Na verdade, ele tem pedido a continuação da Intifada: não dá ordem
alguma, secreta ou de outra natureza, às suas forças, que possa
trazer alguma medida de controle da situação”.
- Edgard Walker, secretário-assistente de Estado dos EUA
para Assuntos do Oriente Próximo,
pronunciando-se numa audiência no Congresso
.32

MITO
“O Relatório Mitchell deixou claro que a política
israelense de assentamentos é tão culpada pela ruptura
do processo de paz quanto a violência palestina, e que
é necessário não criar mais assentamentos”.


FATO
Em novembro de 2000, o ex-senador americano George Mitchell foi indicado
para chefiar um comitê a fim de investigar as causas da intifada de Al-Aksa
e buscar descobrir como evitar violências futuras. O relatório do seu comitê,
publicado em 30 de abril de 2001, recomendava um congelamento dos
assentamentos – uma em mais de 15 medidas diferentes destinadas a criar
confiança –, mas Mitchell e Warren Rudman, outro membro do comitê,
apresentaram uma declaração explícita numa carta esclarecendo seu pontode-
vista: “Queremos ir mais longe e deixar claro que de maneira alguma
estamos comparando, como algo ‘semelhante’ ou de qualquer outro modo, o
terrorismo palestino com a atividade israelense de assentamentos”.

Mitchell e Rudman também contestaram idéia de que a interrupção da construção
dos assentamentos e o terrorismo estariam vinculados. “O objetivo imediato
deve ser o fim da violência (...) Parte dos esforços em colocar um fim à violência
deve incluir uma retomada imediata da cooperação pela segurança entre o
governo de Israel e a Autoridade Palestina a fim de evitar a violência e combater
o terrorismo”. E acrescentaram: “No que diz respeito ao terrorismo, como uma
medida de construção de confiança, pedimos à Autoridade Palestina que deixe
claro, através de ações concretas, perante palestinos e israelenses, que o terrorismo
é inaceitável. A Autoridade Palestina deve fazer todos os esforços para evitar
operações terroristas, bem como punir quem o pratica sob sua jurisdição”.34


MITO
“O uso de caças F-16 é uma prova do excesso
de força de Israel contra civis palestinos”.


FATO
Como pode se determinar o uso proporcional de força militar? Quando terroristas
palestinos plantam bombas em centros comerciais de Israel, matando
e mutilando dezenas de civis, seria uma resposta proporcional por parte dos
israelenses colocar bombas nos centros comerciais palestinos? Ninguém em
Israel acredita que este possa ser um uso legítimo da força. Portanto, Israel se
vê obrigado a responder de forma controlada contra alvos específicos, num
esforço para minimizar ou deter a violência palestina. No caso específico do
uso dos F-16, o general-de-divisão Giora Eiland, chefe da Seção de Operações
das FDI, explicou o raciocínio de Israel: “Sei que um F-16 não foi planejado
para atacar alvos em cidades palestinas. Entretanto, devemos lembrar que
embora usemos este tipo de aeronave, esta ainda é muito precisa. Todos os
alvos foram militares (...) Foi uma decisão mais tática, simplesmente porque
os alvos eram tão grandes, fortes ou sólidos que os helicópteros de combate
não foram considerados suficientemente efetivos para penetrá-los ou atingilos.

Portanto, quando decidimos ou optamos por estes alvos, procuramos a
melhor munição e, neste caso específico, era o F-16.35
Israel passou a empregar os caças depois que 88 israelenses já haviam
perdido a vida – entre eles 55 civis que não morreram por acidente, mas
foram atingidos deliberadamente. Nos dois meses e meio antes, palestinos
haviam tentado explodir 28 bombas dentro de Israel. O ataque dos F-16 foi
uma resposta direta a uma delas que explodiu em um centro comercial de

Netânia em18 de maio de 2001, matando cinco israelenses.
Um mês antes de usar os F-16, o Departamento de Estado dos EUA acusou
Israel de responder de maneira “excessiva e desproporcional” à violência
palestina ao lançar ataques aéreos contra alvos em Gaza, apesar de o portavoz
ter admitido que a retaliação foi “precipitada por provocadores ataques
palestinos com morteiros sobre Israel”.36 A posição dos EUA, neste caso, é
dúbia, pois a chamada Doutrina Powell, enunciada pelo secretário de Estado
Colin Powell, sustenta que “os Estados Unidos devem entrar em combate
com toda a força disponível ou não entrar em absoluto”.37 Considere alguns
exemplos da aplicação desta doutrina:


 *O general Powell insistiu em empregar uma força esmagadora antes
de ir á guerra contra o Iraque na Guerra do Golfo. As forças aliadas de
mais de meio milhão de soldados demoliram o exército de Sadam
Hussein a um custo menor que 200 baixas americanas, enquanto aproximadamente
35 mil iraquianos foram mortos, entre eles muitos civis.

*Powell também supervisionou a invasão do Panamá, que exigiu o
emprego de 25 mil soldados e, pela primeira vez, o uso dos bombardeiros
Stealth F-117. Milhares de panamenhos foram feridos e expulsos, e
pelo menos 100 foram mortos. Mais tarde, ele afirmou: “Use toda a
força necessária e não peça desculpas por um grande ataque, se isso
for necessário. Forças decisivas encerram guerras rapidamente e, a
longo prazo, poupam vidas”.38

 *Reagindo a um atentado contra o presidente Bush, em 1993, os EUA
lançaram 23 mísseis Cruise contra os escritórios da inteligência
iraquiana e, nesta empreitada, atingiram um bairro civil. Powell declarou
que esta fora uma resposta “apropriada e proporcional”.39

 *Os Estados Unidos também usaram força total nos Bálcãs e, em 1999,
bombardearam acidentalmente a embaixada chinesa em Belgrado,
causando a morte de três pessoas e ferindo vinte.

 *Os Estados Unidos usaram muito os aviões de caça e bombardeiros
para conduzir sua guerra no Afeganistão após o 11 de setembro.
Posteriormente, foram relatados numerosos incidentes nos quais
morreram civis, incluindo-se o bombardeio de uma festa de casamento
que matou 48 pessoas.40

 *Os Estados Unidos não hesitam em usar uma força avassaladora contra
seus adversários, mesmo quando as ameaças estão distantes e não significam
um risco à existência da nação ou à segurança de seus cidadãos.
Ou seja, enquanto os objetivos militares americanos foram alcançados, ao
mesmo tempo ocorreram erros e danos colaterais que levaram à perda de
vidas civis.

A posição de Israel é diferente. A ameaça enfrentada é imediata, seja no
tempo ou na proximidade física, e representa um perigo direto aos cidadãos
israelenses. No entanto, Israel não tem utilizado todo o seu poder tal como é
ditado pela Doutrina Powell. O uso da força tem sido criterioso e preciso.
Naquelas instâncias em que ocorrem erros – o que é inevitável numa guerra
– os incidentes são investigados.

Na verdade, Israel não teria necessidade de responder com força militar se os
palestinos não atacassem seus os cidadãos e soldados.


MITO
“Arafat é incapaz de controlar os militantes palestinos”.


FATO
A premissa do processo de paz era que, ao se chegar a um acordo com Yasser
Arafat, a violência poderia ser controlada. Se ele é incapaz de controlar a
conduta das pessoas sob sua autoridade, então os acordos têm pouco valor.
Por outro lado, se ele tem o controle, então fica claro que o está usando para
fomentar a violência em vez de impedi-la.

As evidências sugerem que Arafat tem controle sobre a maior parte das
atividades dos palestinos na Cisjordânia e Faixa de Gaza. Ele tem demonstrado
habilidade para eliminar rapidamente os palestinos que desafiam seu governo
prendendo-os e, em alguns casos, executando-os. Quando quer, também prende
membros de grupos terroristas, mas em geral solta-os para que possam continuar
atacando Israel. Arafat tem permitido que as organizações terroristas produzam
explosivos e morteiros, treinem seus membros e recrutem jovens para missões
suicidas. Um dos exemplos mais claros da falta de disposição de Arafat para
agir é o fato de o líder do Hamas, a organização que assume publicamente a
responsabilidade por muitos atentados suicidas, não estar na cadeia. Na verdade,
ele regularmente organiza manifestações públicas em Gaza.


MITO
“Israel tem se recusado a dar qualquer passo em
favor da paz, e seus ataques provocaram a violência
palestina, apesar dos apelos de Yasser Arafat”.

FATO
Em 22 de maio de 2001, o primeiro-ministro Ariel Sharon declarou um
cessar-fogo unilateral, em um esforço para acalmar a situação e na esperança
de que os palestinos respondessem com o fim dos seus violentos ataques
contra israelenses. Em vez disso, eles intensificaram o nível de violência dirigido
contra civis israelenses. Yasser Arafat nada fez para deter ou desestimular os
ataques. Mais de 70 foram registrados nos 10 dias seguintes, durante os
quais Israel manteve o cessar-fogo e não revidou. A campanha do terror
palestino durante o cessar-fogo israelense culminou com o atentado suicida
numa discoteca de Tel-Aviv em1o de junho que matou 20 pessoas e feriu
mais de 90, em sua maioria adolescentes. Diante de uma pressão internacional
fortíssima gerada pelo ataque horroroso e o temor de um contra-ataque
israelense, Arafat finalmente declarou um cessar-fogo, que durou pouco.

MITO
“Israel não tem qualquer justificativa para reter
os impostos destinados à Autoridade Palestina”.

FATO
No início de 2001, Israel decidiu reter mais de US$ 50 milhões em impostos
devidos à Autoridade Palestina em resposta à continuidade da violência.
Dirigentes do governo americano e de outros países pressionaram Israel para
que transferisse o dinheiro por conta do aperto financeiro agudo da Autoridade
Palestina e sua incapacidade para pagar a maior parte das despesas. Israel
reconheceu que sua ação era severa, porém considerou-a necessária para
demonstrar aos palestinos que sua falta de vontade em frear a violência
tinha um custo. Israel deve usar tudo o que estiver ao seu alcance para
proteger seus cidadãos e esta sanção econômica foi uma resposta mais suave
do que uma militar.

Embora a ação de Israel tenha sido responsabilizada pelo estado lastimável
da economia palestina, a verdade era que os países árabes suspenderam a
transferência de centenas de milhões de dólares recolhidos como doações e
destinados à OLP. A justificativa para isso foi a preocupação de estes fossem
desviados e estimulassem ainda mais a corrupção dentro da Autoridade
Palestina.41 Por exemplo, um jornal kuwaitiano publicou que Yasser Arafat
havia roubado mais de US$ 5 milhões em ajuda estrangeira destinada a
palestinos carentes.42

Em julho de 2002, Israel concordou em transferir uma parte da renda
proveniente de impostos aos palestinos como uma medida de estabelecer
confiança assim que a violência palestina cessou, e chegou-se a um acordo
para criar um comitê de representantes dos Estados Unidos para supervisionar
a transação. Em outubro, Israel concordou em liberar fundos adicionais
depois que os EUA resolveram monitorar o emprego dos fundos pela Autoridade
Palestina. A partir de dezembro de 2002, Israel passou a fazer pagamentos
regulares dos valores dos impostos para a Autoridade Palestina com as
quantias congeladas desde os primeiros dias de violência.43


Estudo de caso
O então porta-voz do Conselho Legislativo Palestino e atual
primeiro-ministro da AP, Ahmed Qurie, deixou de uma hora
para outra a mansão de US$ 1,5 milhão construída por ele em
Jericó, depois que o presidente Bush, dos EUA, falou em
corrupção na Auroridade Palestina. Foi posto um aviso na porta
de que a mansão havia se tornado uma instituição beneficente
para os parentes de palestinos mortos em ataques terroristas.44


MITO
“Os palestinos atacam as forças israelenses
espontaneamente, por frustração”.

FATO
os palestinos se rebelam espontaneamente por uma série de razões, da
frustração à ira. No entanto, quase sempre a violência palestina é premeditada
e planejada tanto por células terroristas dentro da Autoridade Palestina como
pelos próprios líderes da Autoridade Palestina. No verão de 2001, por exemplo,
comandantes palestinos fizeram circular instruções para o confronto com
tropas israelenses que incluíam a preparação de coquetéis-molotov, granadas
de mão e barricadas. Preparam-se “cintos” explosivos para “centenas de
jovens suicidas que desejam confrontar o avanço dos soldados”. As instruções
também sugeriam que se poupasse munição e tanques fossem atacados
somente com “armamento adequado”, e não com armas leves. “Devem ser
estabelecidas posições avançadas por combatentes que desejem sacrificar
suas vidas para brecar o avanço do inimigo”.45


“Israel está em guerra com um inimigo que, em sua astúcia e
covardia, desiste de atacar soldados israelenses para, em vez
disso, assassinar seus civis, mulheres e crianças”.

- Michael Kelly 46



MITO
“Os palestinos têm respeitado o cessar-fogo
negociado com George Tenet, diretor da CIA”.

FATO
Em junho de 2001, o diretor da CIA, George Tenet, viajou ao Oriente Médio
em um esforço para consolidar um cessar-fogo entre Israel e a Autoridade
Palestina e assentar as bases para uma retomada das conversações de paz. O
Plano Tenet exigia que cessassem todos os atos de violência. Contudo, nas
seis semanas seguintes à sua visita, os palestinos realizaram 850 ataques
terroristas que causaram 94 baixas israelenses, 17 delas fatais.47


“O Presidente Arafat, da Autoridade Palestina, deve condenar
este ataque terrorista horroroso, agir já para prender os
responsáveis e levá-los à justiça, e adotar ações imediatas e
sustentadas para evitar futuros ataques terroristas”.

- Presidente George W. Bush, depois que um homem-bomba
matou 15 pessoas, entre elas 6 crianças, e feriu 90 quando se
explodiu em um restaurante no centro de Jerusalém
48


MITO
“A política de Israel de assassinar terroristas
palestinos é imoral e contraproducente”.


FATO
Israel se defronta com uma situação difícil na tentativa de proteger sua
população civil de palestinos dispostos a morrer para poderem matar pessoas
inocentes. Uma estratégia para lidar com este problema tem sido o processo
de paz. Desde 1993 Israel acreditava que a negociação era o caminho para
alcançar a paz com os palestinos, mas após devolver grande parte da
Cisjordânia e Faixa de Gaza e oferecer virtualmente tudo o que restava, os
palestinos rejeitaram suas concessões e optaram por usar a violência para
tentar forçar Israel a capitular a todas as suas exigências.
Uma segunda estratégia para Israel é “exercitar a contenção”, ou seja, não
responder à violência palestina. A comunidade internacional costuma elogiar
Israel quando este simplesmente dá a outra face após ataques hediondos.
Enquanto recebia o elogio dos líderes do mundo, a contenção foi incapaz de
atenuar a dor das vítimas ou evitar ainda mais ataques. Mais do que isso, as
mesmas nações que pedem que Israel se contenha em geral reagem com
violência em situações semelhantes. Por exemplo, os britânicos assassinaram
nazistas após a Segunda Guerra Mundial e eliminaram terroristas do IRA na
Irlanda do Norte. Quando terroristas perpetraram o ataque assassino ao World
Trade Center e ao Pentágono, revelou-se que o governo Clinton tentara
assassinar o terrorista saudita Osama bin Laden, em 1998, em retaliação ao
seu papel nos bombardeios às embaixadas americanas na Tanzânia e no
Quênia. O governo de George W. Bush diz que também não iria hesitar em
matar bin Laden e tem atingido uma série de outros ativistas da Al-Qaeda.49

Em 4 de novembro de 2002, por exemplo, os Estados Unidos mataram seis
supostos membros do Al-Qaeda no Iêmen com um míssil Hellfire disparado
de uma base remota da CIA contra o carro em que eles viajavam.50



“Se você descobre uma organização que planejou ou esteja
planejando algum tipo de ataque com um homem-bomba suicida,
por exemplo, e (os israelenses) têm fortes evidências de quem
são e onde se encontram, creio que fica justificada a sua tentativa
de proteger-se preventivamente”.
- Dick Cheney, Vice-Presidente dos EUA52


Em abril de 1986, após se convencerem de que a Líbia havia dirigido o
atentado terrorista a uma discoteca em Berlim Ocidental que matou um
americano e feriu outros 200, os Estados Unidos atacaram uma série de
alvos líbios, inclusive a casa do presidente Muamar Kadafi, o que foi criticado
mundialmente como uma tentativa de assassinato. Kadafi escapou, mas
sua filha pequena foi morta e dois de seus outros filhos foram feridos. Além
disso, um míssil saiu de sua trajetória e provocou baixas em um bairro civil.

Reagan justificou a ação como de autodefesa contra o terrorismo líbio. “Por
uma questão de autodefesa, qualquer nação que seja vítima do terrorismo
tem o direito inerente de responder com a força para evitar novos atos de
terror. Achei que deveríamos mostrar a Kadafi que ele iria pagar um preço por
aquele tipo de conduta e que não o deixaríamos escapar disso”.52

Recentemente, George W. Bush ordenou o “ataque” à liderança política
iraquiana durante a guerra no Iraque em 2003. Israel escolheu uma terceira
opção: eliminar os mentores dos ataques terroristas. Esta política vem
causando um grande debate em Israel, mas é defendida por uma ampla
maioria da população (70% numa pesquisa do jornal Haaretz de agosto de
2001). Esta política também é apoiada pela população americana, conforme
uma pesquisa da America Middle East Information Network (Rede de
Informações da América sobre o Oriente Médio) de agosto de 2001, que
descobriu que 73% dos entrevistados acreditavam que Israel tinha motivos
para matar terroristas caso provasse que estes estavam planejando atentados
a bomba ou outros com o objetivo de matar israelenses.53

O vice-chefe de Estado, general-de-divisão Moshe Yaalon, explicou esta
política do seguinte modo:


“Não há execuções sem julgamento. Não se trata de uma
vingança contra quem perpetrou um ataque um mês atrás.
Estamos atuando contra aqueles que estão levando o terror contra
nós. Preferimos prendê-los e já detivemos mais de mil. Contudo,
se não conseguimos e os palestinos não querem, então não
temos outra opção a não ser nos defendermos.54
O governo israelense também enfrentou um processo jurídico antes de adotar o
plano de ação de assassinatos seletivos. O secretário de Justiça de Israel revisou
e determinou que esta política é legal conforme as leis israelense e internacional.55

A eliminação de terroristas traz uma série de benefícios. Em primeiro lugar,
coloca um preço no terror: Os israelenses não podem mais ser atacados
impunemente porque os terroristas sabem que se têm outros como alvo, eles
próprios se convertem em alvos. Segundo, é um método de autodefesa: os
ataques preventivos eliminam as pessoas que iriam, de outro modo, assassinar
judeus. Embora seja verdade que há outros para ocupar o seu lugar, estes só
o fazem sabendo que também se tornarão alvos. Terceiro, desestabiliza os
terroristas, que já não podem planejar tranqüilamente uma operação; em
vez disso, têm que se manter em movimento, olhando o tempo inteiro por
cima dos ombros e trabalhar muito mais duro para alcançar seus objetivos


“Entendo que quando se você é atacado por um terrorista, sabe
quem ele é e é capaz de detectar a causa do terror, você deve
responder”.
- Colin Powell, Secretário de Estado dos Estados Unidos56


Obviamente esta política também tem custos. Além da condenação
internacional, Israel se arrisca a revelar os informantes que costumam passar
a informação necessária para encontrar os terroristas. Os soldados também
precisam se envolver em operações de alto risco que eventualmente causam
trágicos danos colaterais à propriedade e às pessoas.


“Penso que sempre que um povo produz homens-bomba que
explodem em pontos de ônibus e restaurantes, você com certeza
não pode ficar sentado e tolerar”.

- Donald Rumsfeld, Secretário de Defesa dos EUA58


A crítica mais comum aos “assassinatos seletivos” é que não trazem qualquer
benefício porque perpetuam um ciclo de violência dentro do qual os
terroristas buscam vingança. Este é provavelmente o argumento menos
convincente contra esta política, porque pessoas que se explodem a fim de
se tornarem mártires sempre poderiam encontrar uma justificativa para
suas ações. Eles estão determinados a atirar os judeus para fora do Oriente
Médio e não irão parar até que o seu objetivo seja alcançado.


Estudo de caso
Um artigo do Washington Post sobre o “ciclo de morte” na Cisjordânia
incluiu uma entrevista com Raed Karmi, um membro da Fatah,
a facção dominante da Organização pela Libertação da Palestina
de Yasser Arafat. Este começa com a observação de que Karmi,
empunhando uma metralhadora M-16, está planejando integrar
uma batalha contra soldados israelenses. O que não se conta é que,
supostamente, apenas policiais palestinos podem estar armados. O
artigo considera que as violências israelense e palestina são equivalentes
neste “ciclo” porque Karmi disse que estava agindo para
vingar a morte de um palestino que os israelenses assassinaram
por organizar ataques terroristas. Karmi admite que participou do
seqüestro e assassinato por execução de dois israelenses que
estavam almoçando em um restaurante de Tulkarm. Karmi foi preso
pela Autoridade Palestina, mas foi solto após quatro meses e em
seguida matou outros quatro israelenses, entre eles um homem
que fazia compras numa mercearia e um motorista que foi emboscado.
“Irei continuar a atacar israelenses”, declarou ao Post.58


MITO
“Israel assassina indiscriminadamente
terroristas e civis palestinos”.

FATO
É sempre uma tragédia quando civis inocentes morrem numa operação
contra-terrorista. Todavia, estes não correriam riscos caso a Autoridade
Palestina prendesse os terroristas, os assassinos não se escondessem entre
não-combatentes e os civis se recusassem a protegê-los.

Israel não ataca áreas palestinas indiscriminadamente. Pelo contrário, as FDI
têm muito cuidado em ter como alvo aqueles que planejam ataques terroristas
contra civis israelenses. Embora as forças israelenses exibam um histórico
de precisão nestes ataques, algumas vezes cometem erros. Enquanto os
terroristas não se desculpam por seus ataques a civis, atingindo-os deliberadamente,
Israel sempre investiga as razões de qualquer erro e adota as medidas
necessárias para evitar que ocorram novamente. Israel não está sozinho no
uso de força militar contra terroristas nem em, inadvertidamente, causar
danos a pessoas que não são alvos. Por exemplo, no mesmo dia em que membros
do governo americano condenavam o número de civis mortos junto ao
assassinato, por Israel, do líder do braço militar do Hamas, novas informações
revelavam que os Estados Unidos bombardearam um povoado no Afeganistão,
numa operação dirigida contra um líder talibã que, ao invés disso, matou 48
civis afegãos presentes a uma festa de casamento. Em ambos casos, o
equívoco dos serviços de inteligência exerceu um papel em falhas trágicas.


“Na semana passada em Gaza, multidões de crianças se divertiam
e cantavam enquanto os adultos as enchiam de docinhos. Motivo
da celebração: o assassinato a sangue-frio de pelo menos sete
pessoas – cinco delas americanas – e a mutilação de outras 80
por uma bomba terrorista no campus da Universidade Hebraica
de Jerusalém”.
- Michael Oren, historiador 59



MITO
“O uso que Israel faz de armas de fabricação americana
em ataques de retaliação contra os palestinos é ilegal”.

FATO
Os Estados Unidos têm monitorado de perto as ações israelenses. O representante
John Conyers (democrata, Michigan) escreveu uma carta ao secretário
de Estado Colin Powell perguntando se Israel estava violando as leis dos
Estados Unidos ao usar armamentos americanos em seus ataques contra
terroristas palestinos. Powell respondeu, em carta datada de 17 de agosto de
2001, que as ações de Israel não violavam as leis dos EUA. A lei em questão
é o Ato de Controle de Exportação de Armas (AECA – Arms Export Control Act)
que estipula que os artigos de defesa devem ser usados unicamente para
fins específicos, onde se inclui a segurança interna e o direito legítimo à
autodefesa. Israel tem sustentado que age em autodefesa, com o que o
governo Bush concorda.60


MITO
“Israel massacrou refugiados no
acampamento de Jenin em abril de 2002”.

FATO
O secretário de Estado Colin Powell refutou de maneira concisa as alegações
palestinas de que Israel era culpado de atrocidades em Jenin. “Não vejo
evidências que possam sustentar a ocorrência de um massacre”.61 A opinião
de Powell foi confirmada em seguida por Nações Unidas, Human Rights
Watch e uma investigação da União Européia.62

Os palestinos alegaram repetidas vezes que havia sido cometido um massacre
nos dias seguintes à batalha. O porta-voz Saeb Erekat, por exemplo, disse à
CNN em17 de abril que pelo menos 500 pessoas foram massacradas e 1.600,
inclusive mulheres e crianças, estavam desaparecidas. Os palestinos rapidamente
voltaram atrás quando ficou claro que não poderiam apresentar qualquer
evidência que sustentasse uma calúnia tão grosseira; o seu próprio comitê
de monitoramento informou um saldo de 56 mortos, entre os quais 34 eram
combatentes. Nenhuma mulher ou criança foi dada como desaparecida.63
Israel não escolheu atacar o acampamento de refugiados de Jenin arbitrariamente.

Havia poucas alternativas depois que uma série de atentados suicidas
aterrorizara civis israelenses nos 18 meses anteriores. As forças israelenses
entraram em Jenin para desmantelar uma das principais bases terroristas.

Os próprios documentos da Autoridade Palestina chamam Jenin de “capital
dos suicidas”. O acampamento tem uma longa história como base de extremistas
e pelo menos 28 dos ataques suicidas partiram deste ninho do terror durante
a onda de violência que precedeu a ação israelense. Estes terroristas violaram
o cessar-fogo proposto por Israel e prejudicaram os esforços israelenses de
retomar as negociações políticas na direção de um acordo de paz definitivo.

Franco-atiradores palestinos atingiam soldados acantonados numa escola
para mulheres, numa mesquita e em um edifício da UNRWA (Agência de
Auxílio e Trabalho das Nações Unidas) e, em meio à retaliação e perseguição
aos terroristas, alguns não-combatentes eram atingidos. Qualquer baixa
civil é uma tragédia, mas algumas foram inevitáveis porque os terroristas
palestinos usavam os civis como escudos. A maioria das baixas foi de atiradores.

Israel também manteve o hospital de Jenin em funcionamento. O tenente-coronel
Fuad Halhal, comandante druso do órgão de coordenação distrital
para as FDI, entregou pessoalmente um gerador para o hospital debaixo de
fogo durante a operação militar.64

Embora Israel pudesse ter optado por bombardear o acampamento inteiro –
que foi a estratégia empregada pelos Estados Unidos no Afeganistão – as FDI
escolheram deliberadamente um caminho mais arriscado para reduzir a
probabilidade de colocar a vida de civis em perigo. Os soldados foram de casa
em casa e 23 deles foram mortos em um combate com terroristas palestinos
munidos de bombas, granadas, armadilhas explosivas e metralhadoras para
transformar o acampamento em um campo de guerra.

As imagens na televisão também deram uma perspectiva distorcida dos
danos no acampamento. Jenin não foi destruída. A operação israelense
ocorreu numa área limitada do acampamento de refugiados, que por sua vez
compreende uma pequena fração da cidade. A destruição ocorrida foi causada
em grande parte pelas bombas palestinas. Os palestinos têm aprendido da
fabricação de fatos no passado que uma denúncia falsa contra Israel recebe
a atenção imediata da mídia e atrai simpatia à sua causa. As correções
inevitáveis vêm em seguida a estas mentiras infames e raramente são vistas,
lidas ou noticiadas.


MITO
“Israel se opôs a uma investigação pela ONU porque
queria ocultar os crimes que cometeu em Jenin”.

FATO
Israel não tem nada a esconder e convidou uma equipe de investigação
imparcial para visitar Jenin.65 Entretanto, a animosidade histórica dos
organismos da ONU com relação a Israel levantou dúvidas sobre a lisura de
seus representantes. Estas foram reforçadas quando as Nações Unidas se
recusaram a incluir na equipe proposta qualquer militar ou especialista em
contra-terrorismo que pudesse avaliar a ameaça terrorista que Jenin
representava para Israel. Um delegado indicado para a equipe da ONU
comparou antecipadamente a estrela de Davi a uma suástica.66 A hipocrisia
das Nações Unidas e outros interessados em Jenin fica evidente a partir do
fato de eles nunca condenarem ou investigarem os massacres repetidos
perpetrados por homens-bomba palestinos.


MITO
“Israel impede que ambulâncias transportem
palestinos doentes ou feridos para hospitais”.


FATO
Um dos lamentáveis resultados da violência durante a Intifada de Al-Aksa
tem sido os supostos abusos israelenses contra ambulâncias palestinas do
Crescente Vermelho que, segundo se alega, têm causado situações inconvenientes,
complicações médicas e até mesmo a morte dos doentes transportados.
Estes relatos tendem a retratar as retenções como atos deliberados
de crueldade por parte dos soldados israelenses contra palestinos necessitados
de atenção médica.


Estas alegações estão corretas em um ponto: as ambulâncias são retidas e
verificadas nos postos de controle israelenses. Todavia, as denúncias falham
ao não colocar os fatos em um contexto mais amplo. A razão pela qual as
ambulâncias são retidas e verificadas se deve à ameaça que representam
para Israel e seus cidadãos, pois têm sido usadas com freqüência como meio
de transporte de homens-bomba e muitos dos militantes que se explodiram
em Israel tiveram acesso ao país ao guiar ou viajar em ambulâncias do
Crescente Vermelho. Por exemplo:

 *Em outubro de 2001, Nidal Nazal, um agente do Hamas em Kalkilia, foi
preso pelas FDI. Ele era motorista de ambulância do Crescente Vermelho
palestino e havia informações de que explorava a sua permissão
irrestrita para atuar como mensageiro entre os centros de operação do
Hamas em diversas cidades da Cisjordânia.67

 *Em janeiro de 2002, Wafa Idris se explodiu na movimentada Jaffa
Street em Jerusalém, convertendo-se na primeira mulher-bomba
suicida. Tal como o motorista do Crescente Vermelho palestino, e da
mesma forma que Mohamed Hababa, o agente do Tanzim que a enviou
para sua missão, ela partiu da Cisjordânia numa ambulância.68

 *Em 27 de março de 2002, um membro do Tanzim que trabalhava
como motorista do Crescente Vermelho foi capturado com explosivos
em sua ambulância, com uma criança disfarçada de paciente e sua
família. Os explosivos foram encontrados sob a maca onde a criança
“enferma” estava deitada.69

 *Em 17 de maio de 2002, foi encontrado um cinturão de explosivos
numa ambulância do Crescente Vermelho palestino detida em um
posto de controle próximo a Ramalá. A bomba, do mesmo tipo
geralmente usado nos atentados suicidas, estava escondida sob uma
maca onde estava deitada uma criança enferma. O motorista, Islam
Jibril, era procurado pelas FDI e admitiu que não era a primeira vez que
usava uma ambulância para transportar explosivos ou terroristas. A
bomba foi removida da ambulância e detonada na presença do Comitê
da Cruz Vermelha Internacional. Numa declaração publicada no mesmo
dia, o comitê afirmou que “compreende as preocupações com a
segurança por parte das autoridades israelenses e reconhece o seu
direito de verificar as ambulâncias, desde que isso não provoque
retiradas médicas indevidas”. Os passageiros doentes da ambulância
foram conduzidos por soldados a um hospital nos arredores.70

 *Em 30 de junho de 2002, soldados israelenses encontraram dez supostos
terroristas palestinos escondidos em duas ambulâncias em Ramalá.
Eles foram presos quando os soldados detiveram os veículos para uma
inspeção de rotina.71

As acusações contra Israel baseiam-se freqüentemente em documentos de
direito internacional como a Quarta Convenção de Genebra. É verdade que
esta dá uma ênfase particular à imunidade e neutralidade das ambulâncias
e da equipe médica de urgência. Entretanto, concluir que Israel deve ignorar
um perigo evidente e presente para seus cidadãos, caso contrário estará
violando leis internacionais, é uma distorção. Os terroristas palestinos que
usam ambulâncias para contrabandear explosivos para dentro de Israel é
que comprometem a imunidade e neutralidade do Crescente Vermelho.