segunda-feira, 15 de setembro de 2008

18.1 Os Levantes Palestinos

MITO
“A violência é uma reação compreensível
e legítima à política de Israel”.

FATO
A base do processo de paz é que as diferenças sejam resolvidas por meio de
negociações. Uma das condições colocadas por Israel antes de concordar em
negociar com a OLP foi que a organização renunciasse ao terrorismo. Embora
formalmente tenha renunciado, a OLP e outros grupos e indivíduos palestinos
recorrem sistematicamente à violência desde o início do processo de Oslo,
em 1993. Independentemente de Israel ter feito ou não concessões, os
palestinos seguiram cometendo ataques hediondos. Em alguns casos foram
cometidas atrocidades devido a um suposto maltrato; em outros casos houve
esforços deliberados para sabotar as negociações. Apesar de tudo, a
Autoridade Palestina, cuja força policial chega a quase 40 mil homens (mais
do que o permitido nos acordos de paz) e vários serviços de inteligência, deve
assumir a responsabilidade pela manutenção da paz.

Civis israelenses e soldados das FDI assassinados na
“intifada de Al-Aksa”
23 (29 de setembro a 13 de fevereiro de 2003)



MITO

“O levante de Al-Aksa ocorreu somente nos
territórios em disputa, sem afetar Israel”.

FATO

A violência palestina em Cisjordânia e Gaza vem tirando as vidas de grande
número de civis e soldados. Além disso, terroristas que atuam em nome do
levante realizam ataques hediondos dentro de Israel. A violência também
provoca nos israelenses um impacto colateral em nível psicológico, militar e
econômico.

Os israelenses agora devem ter cuidado ao viajar para diversas partes de
Israel e dos territórios que deveriam ser seguros. Os palestinos também têm
emboscado judeus em cidades como Guilo, que estão fora dos territórios. A
violência tem minado seriamente a crença dos israelenses de que, caso
fizessem concessões territoriais, seria possível fazer a paz com os palestinos.

O levante também afeta a preparação militar porque as tropas precisam ser
retiradas do treinamento e preparo contra ameaças de nações hostis para se
concentrarem em aplacar rebeliões e combater o terrorismo.

Finalmente, a violência vem tendo um impacto devastador sobre a economia
israelense. Israel perdeu 2% do seu Produto Interno Bruto durante os dois
primeiros anos de violência, numa base per capita, o declínio foi de 3% ao
ano. O desemprego ultrapassou os 10% e 50 mil empresas foram fechadas
em 2002. Somente a indústria do turismo está perdendo cerca de US$ 2
bilhões ao ano.23

Os israelenses não são os únicos que sofrem. A perda do turismo atinge
também os palestinos. Por exemplo, o número de visitantes que normalmente
visitam Belém no Natal tem sido significativamente menor do que o usual. O
mesmo ocorre em outros locais de peregrinação (nos territórios) sob a
Autoridade Palestina. Lojistas palestinos em lugares como a Cidade Velha
(em Jerusalém) também foram afetados pela queda no turismo. A campanha
de terror obrigou Israel a restringir drasticamente o número de trabalhadores
palestinos que entram em Israel, afetando indivíduos que tentam ganhar a
vida e sustentar suas famílias.

“A Autoridade Palestina converteu-se em uma entidade terrorista.
Os ataques terroristas contra nós, além de realizados por grupos
não-oficiais, também tem uma participação ativa de níveis oficiais”.


- Shaul Mofaz, Comandante do Estado-Maior israelense24


MITO
“Israel usa força em excesso para atacar
crianças que só estão arremessando pedras”.


FATO
Palestinos, jovens e velhos, atacam soldados e civis israelenses com diversos
tipos de armas. Quando lançam pedras, não são pedrinhas, mas pedras grandes
que podem e causam ferimentos graves. Em geral, as tropas israelenses sob
ataque não têm mais do que vinte soldados, enquanto são atacados por
centenas de pessoas armadas com coquetéis-molotov, revólveres, fuzis de
assalto, metralhadoras, granadas de mão e explosivos. Além disso, entre os
atiradores de pedras há palestinos com armas de fogo, freqüentemente
policiais. Diante de uma massa encolerizada e violenta, a polícia e os soldados
israelenses em geral não têm outra opção que a de se defenderem atirando
balas de borracha e, em situações de vida ou morte, munição viva.

O uso de armas de fogo por parte dos palestinos demonstra efetivamente que
as forças israelenses têm permanecido a uma certa distância daqueles que
iniciam a violência. Além disso, a ameaça de uso da força contra israelenses
tem sido letal. Ambos os fatores inibem o uso de métodos tradicionais para o
controle de rebeliões. Segundo as regras de conduta das tropas israelenses
nos territórios, o uso de armas só está autorizado em situações de ameaça à
vida – ou, sujeito a rígidas limitações, no momento de prender um indivíduo
suspeito de ter cometido um delito grave contra a segurança. Em todos os
casos, as atividades das FDI são reguladas por uma política de contenção,
exigência de proporcionalidade e necessidade de tomar todas as medidas
cabíveis para evitar prejuízos a civis inocentes.

Enquanto isso, os palestinos aumentaram os ataques violentos contra
israelenses usando morteiros e mísseis antitanque contrabandeados para a
Faixa de Gaza. Eles têm atirado com morteiros contra comunidades judaicas
em Gaza e Israel propriamente dito, e os relatórios das FDI indicam que
mísseis antitanque vêm sendo atirados contra forças israelenses em Gaza. A
Autoridade Palestina também faz contrabando de armas para Gaza por mar e
por túneis subterrâneos que vão até o Egito.

A posse e uso destas e outras armas pelos palestinos violam os compromissos
assumidos em diversos acordos com Israel. Segundo os acordos de Oslo, as
únicas armas permitidas nas áreas controladas pelos palestinos são revólveres,
fuzis e metralhadoras, cujo porte deve ser de uso exclusivo dos agentes de
segurança da Autoridade Palestina. A violência recente deixa claro que,
além da polícia, civis palestinos e membros de milícias como os Tanzim
também possuem estas armas.25

O número de baixas palestinas nos confrontos é lamentável, mas é importante
lembrar que nenhum palestino estaria em perigo ou em risco de ser ferido se
não estivesse participando desta campanha de terror. Caso as crianças
estivessem na escola ou em casa com suas famílias, em vez de estarem
lançando pedras nas ruas, teriam menos do que temer – e elas atiram mais
do que pedras. O vice de Yasser Arafat, Abu Mazen, revelou que as crianças
são pagas para realizar ataques terroristas contra Israel. Ele declarou a um
jornal jordaniano que “pelo menos 40 crianças em Rafah perderam os braços
ao lançar torpedos Bangalore (cargas explosivas) e receberam cinco shekels
(moeda israelense que vale por volta de US$ 1) para arremessá-los”.26

Além disso, enquanto o número de palestinos mortos é maior, isso não
minimiza a perda traumática de vidas do lado israelense. De 29 de setembro
de 2000 a 10 de agosto de 2003, 818 israelenses, entre eles 572 civis,
foram assassinados por palestinos. Ao contrário das afirmações palestinas de
que estão lutando contra forças armadas, menos de um terço dos israelenses
mortos eram soldados. Só no primeiro semestre de 2002, os palestinos
realizaram 91 ataques suicidas.27

É importante também levar em conta o modo como a polícia dos Estados
Unidos e de outras nações reage à violência em massa. Quando a polícia está
sob ataque, às vezes ocorrem abusos, mas ninguém espera que fiquem
quietos e permitam que suas vidas sejam postas em perigo para aliviar a
pressão da opinião internacional. Na verdade, a própria Autoridade Palestina
não hesita em usar de força letal contra os que protestam. Por exemplo,
depois que a coalizão liderada pelos EUA atacou o Afeganistão, o Hamas
organizou uma manifestação na Faixa de Gaza em que milhares de palestinos
desfilaram em apoio ao suposto mentor do terrorismo Osama bin Laden. Ao
tentar dissolver a manifestação, a polícia palestina matou dois manifestantes.28

Somente aos israelenses é negado o direito de autodefesa ou vê-la usada
como arma de propaganda contra eles.

MITO
“Ao prender terroristas e confiscar armas ilegais, a
Autoridade Palestina está atuando para evitar a violência”.


FATO
Às vezes, a cooperação entre as forças de segurança israelenses e palestinas
tem sido boa e Israel elogia publicamente a Autoridade Palestina. Contudo,
quase sempre a Autoridade Palestina falha em adotar medidas adequadas
para evitar ataques contra israelenses. Embora muitos terroristas sejam
aprisionados, eles em geral são libertados logo em seguida e pelo menos
alguns deles se envolve em ataques contra judeus. Em maio de 2001, por
exemplo, Arafat libertou mais de uma dúzia de radicais islâmicos que estavam
na cadeia desde uma onda de ataques com homens-bomba que matou 60
israelenses em oito sangrentos dias de 1996.29

Os territórios da Autoridade Palestina também estão repletos de armas ilegais,
incluindo armas de fogos, granadas de mão, explosivos e morteiros. Apesar
das repetidas promessas, nenhum esforço tem sido feito para recolher estas
armas – pelo contrário, a Autoridade Palestina vem estocando-as ativamente.
Esta é uma grave violação dos acordos assinados com Israel, o que provoca
desconfiança e ameaça a segurança de Israel.

MITO
“Um menino morto a tiros enquanto seu pai tentava
protegê-lo, cena exibida na TV, demonstrou que Israel
não hesita em matar crianças palestinas inocentes”.


FATO
Talvez a imagem mais terrível da Intifada de Al-Aksa tenha sido a cena
filmada de um pai palestino tentando, sem sucesso, proteger seu filho de um
tiroteio. Israel foi mundialmente condenado pela morte de Mohamed Aldura,
de 12 anos, mas investigações posteriores descobriram que o menino muito
provavelmente foi morto por balas palestinas.

Uma foto aérea do cruzamento de Netsarim, na Faixa de Gaza, tirada pelas
FDI, onde Mohamed Aldura, de 12 anos, foi morto, mostra a localização de
pai e filho, que estavam numa cobertura adjacente a uma posição palestina
de tiro no cruzamento. Depois que os policiais palestinos atiraram deste local
e arredores em direção a uma posição oposta, das FDI, os soldados israelenses
responderam abrindo fogo contra o lugar de onde os tiros partiram. A criança
palestina foi atingida e morta em meio ao fogo cruzado.

Ao contrário da crença corrente de que a filmagem do incidente foi ao vivo,
esta foi de fato editada antes de ser transmitida para todo o mundo. Em meio
a um número de cinegrafistas na área, apenas um palestino que trabalhava
para o canal de TV France 2 registrou o tiro. O filme não editado do dia mostra
uma imagem muito mais complexa do que estava ocorrendo e levantou
dúvidas sobre a crença universal de que Israel havia matado o menino.

Uma investigação do incidente pelas FDI, realizada em 27 de novembro de
2000, descobriu que Aldura muito provavelmente foi morto por um policial
palestino e não por fogo israelense. Esta notícia foi confirmada por uma
investigação independente realizada pela alemã ARD Television, que afirmou
que a filmagem da morte de Aldura foi censurada pelos palestinos para
parecer como se ele tivesse sido morto pelos israelenses quando, na verdade,
sua morte foi causada por uma arma de fogo palestina.30

Mais recentemente, James Fallows revisitou o local e descobriu que “a evidência
física do tiro era absolutamente inconsistente com aqueles vindos da posição
das FDI”. Além disso ele cita uma série de questões não respondidas que levaram
alguns a concluir que todo o incidente foi forjado. Por exemplo, Fallows pergunta:


* “Por que não há uma imagem do menino depois de ter sido atingido?
 *Por que ele parece se mover no colo do pai e colocar uma mão sobre os
olhos após estar supostamente morto?
 *Por que há um policial palestino usando numa orelha uma insígnia
como se fosse de um serviço secreto?
 *Por que outro homem palestino pareceu mover seus braços e gritar
para outros como se estivesse ‘dirigindo’ uma cena dramática?
 *Por que o funeral parece – baseado no comprimento das sombras – ter
ocorrido antes do horário aparente do tiroteio?
 *Por que não há sangue na camisa do pai logo após eles terem sido atingidos?
 *Por que uma voz que parece ser a do cinegrafista da France 2 grita, em
árabe, ‘o menino está morto’ antes que este fosse atingido?
 *Por que as ambulâncias aparecem instantaneamente para aparentemente
qualquer um, menos Aldura?” 31

MITO
“Israel usa balas de borracha para
mutilar e matar palestinos desarmados”.


FATO
Balas de borracha não são ideais para apaziguar uma multidão violenta. Elas
são feitas para reduzir o risco de lesões sérias, porém não podem evitá-las
totalmente. Na esmagadora maioria dos casos, as balas de borracha não matam
nem causam lesões graves. Em muitas circunstâncias, podem ser a única
opção disponível além do tiro vivo. Crianças portando revólveres ou com a
intenção de ferir ou matar seus alvos por outros meios constituem uma ameaça
mortal, particularmente quando esta adquire a forma de um ataque em massa.


“Em comparação (com os passos concretos de Ariel Sharon para
aliviar as dificuldades econômicas dos palestinos), não temos
visto absolutamente qualquer resposta de Arafat aos nossos
clamores para dar um fim à violência.
Ele não tem feito qualquer declaração que indique ao menos que queira isso.
Na verdade, ele tem pedido a continuação da Intifada: não dá ordem
alguma, secreta ou de outra natureza, às suas forças, que possa
trazer alguma medida de controle da situação”.
- Edgard Walker, secretário-assistente de Estado dos EUA
para Assuntos do Oriente Próximo,
pronunciando-se numa audiência no Congresso
.32

MITO
“O Relatório Mitchell deixou claro que a política
israelense de assentamentos é tão culpada pela ruptura
do processo de paz quanto a violência palestina, e que
é necessário não criar mais assentamentos”.


FATO
Em novembro de 2000, o ex-senador americano George Mitchell foi indicado
para chefiar um comitê a fim de investigar as causas da intifada de Al-Aksa
e buscar descobrir como evitar violências futuras. O relatório do seu comitê,
publicado em 30 de abril de 2001, recomendava um congelamento dos
assentamentos – uma em mais de 15 medidas diferentes destinadas a criar
confiança –, mas Mitchell e Warren Rudman, outro membro do comitê,
apresentaram uma declaração explícita numa carta esclarecendo seu pontode-
vista: “Queremos ir mais longe e deixar claro que de maneira alguma
estamos comparando, como algo ‘semelhante’ ou de qualquer outro modo, o
terrorismo palestino com a atividade israelense de assentamentos”.

Mitchell e Rudman também contestaram idéia de que a interrupção da construção
dos assentamentos e o terrorismo estariam vinculados. “O objetivo imediato
deve ser o fim da violência (...) Parte dos esforços em colocar um fim à violência
deve incluir uma retomada imediata da cooperação pela segurança entre o
governo de Israel e a Autoridade Palestina a fim de evitar a violência e combater
o terrorismo”. E acrescentaram: “No que diz respeito ao terrorismo, como uma
medida de construção de confiança, pedimos à Autoridade Palestina que deixe
claro, através de ações concretas, perante palestinos e israelenses, que o terrorismo
é inaceitável. A Autoridade Palestina deve fazer todos os esforços para evitar
operações terroristas, bem como punir quem o pratica sob sua jurisdição”.34


MITO
“O uso de caças F-16 é uma prova do excesso
de força de Israel contra civis palestinos”.


FATO
Como pode se determinar o uso proporcional de força militar? Quando terroristas
palestinos plantam bombas em centros comerciais de Israel, matando
e mutilando dezenas de civis, seria uma resposta proporcional por parte dos
israelenses colocar bombas nos centros comerciais palestinos? Ninguém em
Israel acredita que este possa ser um uso legítimo da força. Portanto, Israel se
vê obrigado a responder de forma controlada contra alvos específicos, num
esforço para minimizar ou deter a violência palestina. No caso específico do
uso dos F-16, o general-de-divisão Giora Eiland, chefe da Seção de Operações
das FDI, explicou o raciocínio de Israel: “Sei que um F-16 não foi planejado
para atacar alvos em cidades palestinas. Entretanto, devemos lembrar que
embora usemos este tipo de aeronave, esta ainda é muito precisa. Todos os
alvos foram militares (...) Foi uma decisão mais tática, simplesmente porque
os alvos eram tão grandes, fortes ou sólidos que os helicópteros de combate
não foram considerados suficientemente efetivos para penetrá-los ou atingilos.

Portanto, quando decidimos ou optamos por estes alvos, procuramos a
melhor munição e, neste caso específico, era o F-16.35
Israel passou a empregar os caças depois que 88 israelenses já haviam
perdido a vida – entre eles 55 civis que não morreram por acidente, mas
foram atingidos deliberadamente. Nos dois meses e meio antes, palestinos
haviam tentado explodir 28 bombas dentro de Israel. O ataque dos F-16 foi
uma resposta direta a uma delas que explodiu em um centro comercial de

Netânia em18 de maio de 2001, matando cinco israelenses.
Um mês antes de usar os F-16, o Departamento de Estado dos EUA acusou
Israel de responder de maneira “excessiva e desproporcional” à violência
palestina ao lançar ataques aéreos contra alvos em Gaza, apesar de o portavoz
ter admitido que a retaliação foi “precipitada por provocadores ataques
palestinos com morteiros sobre Israel”.36 A posição dos EUA, neste caso, é
dúbia, pois a chamada Doutrina Powell, enunciada pelo secretário de Estado
Colin Powell, sustenta que “os Estados Unidos devem entrar em combate
com toda a força disponível ou não entrar em absoluto”.37 Considere alguns
exemplos da aplicação desta doutrina:


 *O general Powell insistiu em empregar uma força esmagadora antes
de ir á guerra contra o Iraque na Guerra do Golfo. As forças aliadas de
mais de meio milhão de soldados demoliram o exército de Sadam
Hussein a um custo menor que 200 baixas americanas, enquanto aproximadamente
35 mil iraquianos foram mortos, entre eles muitos civis.

*Powell também supervisionou a invasão do Panamá, que exigiu o
emprego de 25 mil soldados e, pela primeira vez, o uso dos bombardeiros
Stealth F-117. Milhares de panamenhos foram feridos e expulsos, e
pelo menos 100 foram mortos. Mais tarde, ele afirmou: “Use toda a
força necessária e não peça desculpas por um grande ataque, se isso
for necessário. Forças decisivas encerram guerras rapidamente e, a
longo prazo, poupam vidas”.38

 *Reagindo a um atentado contra o presidente Bush, em 1993, os EUA
lançaram 23 mísseis Cruise contra os escritórios da inteligência
iraquiana e, nesta empreitada, atingiram um bairro civil. Powell declarou
que esta fora uma resposta “apropriada e proporcional”.39

 *Os Estados Unidos também usaram força total nos Bálcãs e, em 1999,
bombardearam acidentalmente a embaixada chinesa em Belgrado,
causando a morte de três pessoas e ferindo vinte.

 *Os Estados Unidos usaram muito os aviões de caça e bombardeiros
para conduzir sua guerra no Afeganistão após o 11 de setembro.
Posteriormente, foram relatados numerosos incidentes nos quais
morreram civis, incluindo-se o bombardeio de uma festa de casamento
que matou 48 pessoas.40

 *Os Estados Unidos não hesitam em usar uma força avassaladora contra
seus adversários, mesmo quando as ameaças estão distantes e não significam
um risco à existência da nação ou à segurança de seus cidadãos.
Ou seja, enquanto os objetivos militares americanos foram alcançados, ao
mesmo tempo ocorreram erros e danos colaterais que levaram à perda de
vidas civis.

A posição de Israel é diferente. A ameaça enfrentada é imediata, seja no
tempo ou na proximidade física, e representa um perigo direto aos cidadãos
israelenses. No entanto, Israel não tem utilizado todo o seu poder tal como é
ditado pela Doutrina Powell. O uso da força tem sido criterioso e preciso.
Naquelas instâncias em que ocorrem erros – o que é inevitável numa guerra
– os incidentes são investigados.

Na verdade, Israel não teria necessidade de responder com força militar se os
palestinos não atacassem seus os cidadãos e soldados.


MITO
“Arafat é incapaz de controlar os militantes palestinos”.


FATO
A premissa do processo de paz era que, ao se chegar a um acordo com Yasser
Arafat, a violência poderia ser controlada. Se ele é incapaz de controlar a
conduta das pessoas sob sua autoridade, então os acordos têm pouco valor.
Por outro lado, se ele tem o controle, então fica claro que o está usando para
fomentar a violência em vez de impedi-la.

As evidências sugerem que Arafat tem controle sobre a maior parte das
atividades dos palestinos na Cisjordânia e Faixa de Gaza. Ele tem demonstrado
habilidade para eliminar rapidamente os palestinos que desafiam seu governo
prendendo-os e, em alguns casos, executando-os. Quando quer, também prende
membros de grupos terroristas, mas em geral solta-os para que possam continuar
atacando Israel. Arafat tem permitido que as organizações terroristas produzam
explosivos e morteiros, treinem seus membros e recrutem jovens para missões
suicidas. Um dos exemplos mais claros da falta de disposição de Arafat para
agir é o fato de o líder do Hamas, a organização que assume publicamente a
responsabilidade por muitos atentados suicidas, não estar na cadeia. Na verdade,
ele regularmente organiza manifestações públicas em Gaza.


MITO
“Israel tem se recusado a dar qualquer passo em
favor da paz, e seus ataques provocaram a violência
palestina, apesar dos apelos de Yasser Arafat”.

FATO
Em 22 de maio de 2001, o primeiro-ministro Ariel Sharon declarou um
cessar-fogo unilateral, em um esforço para acalmar a situação e na esperança
de que os palestinos respondessem com o fim dos seus violentos ataques
contra israelenses. Em vez disso, eles intensificaram o nível de violência dirigido
contra civis israelenses. Yasser Arafat nada fez para deter ou desestimular os
ataques. Mais de 70 foram registrados nos 10 dias seguintes, durante os
quais Israel manteve o cessar-fogo e não revidou. A campanha do terror
palestino durante o cessar-fogo israelense culminou com o atentado suicida
numa discoteca de Tel-Aviv em1o de junho que matou 20 pessoas e feriu
mais de 90, em sua maioria adolescentes. Diante de uma pressão internacional
fortíssima gerada pelo ataque horroroso e o temor de um contra-ataque
israelense, Arafat finalmente declarou um cessar-fogo, que durou pouco.

MITO
“Israel não tem qualquer justificativa para reter
os impostos destinados à Autoridade Palestina”.

FATO
No início de 2001, Israel decidiu reter mais de US$ 50 milhões em impostos
devidos à Autoridade Palestina em resposta à continuidade da violência.
Dirigentes do governo americano e de outros países pressionaram Israel para
que transferisse o dinheiro por conta do aperto financeiro agudo da Autoridade
Palestina e sua incapacidade para pagar a maior parte das despesas. Israel
reconheceu que sua ação era severa, porém considerou-a necessária para
demonstrar aos palestinos que sua falta de vontade em frear a violência
tinha um custo. Israel deve usar tudo o que estiver ao seu alcance para
proteger seus cidadãos e esta sanção econômica foi uma resposta mais suave
do que uma militar.

Embora a ação de Israel tenha sido responsabilizada pelo estado lastimável
da economia palestina, a verdade era que os países árabes suspenderam a
transferência de centenas de milhões de dólares recolhidos como doações e
destinados à OLP. A justificativa para isso foi a preocupação de estes fossem
desviados e estimulassem ainda mais a corrupção dentro da Autoridade
Palestina.41 Por exemplo, um jornal kuwaitiano publicou que Yasser Arafat
havia roubado mais de US$ 5 milhões em ajuda estrangeira destinada a
palestinos carentes.42

Em julho de 2002, Israel concordou em transferir uma parte da renda
proveniente de impostos aos palestinos como uma medida de estabelecer
confiança assim que a violência palestina cessou, e chegou-se a um acordo
para criar um comitê de representantes dos Estados Unidos para supervisionar
a transação. Em outubro, Israel concordou em liberar fundos adicionais
depois que os EUA resolveram monitorar o emprego dos fundos pela Autoridade
Palestina. A partir de dezembro de 2002, Israel passou a fazer pagamentos
regulares dos valores dos impostos para a Autoridade Palestina com as
quantias congeladas desde os primeiros dias de violência.43


Estudo de caso
O então porta-voz do Conselho Legislativo Palestino e atual
primeiro-ministro da AP, Ahmed Qurie, deixou de uma hora
para outra a mansão de US$ 1,5 milhão construída por ele em
Jericó, depois que o presidente Bush, dos EUA, falou em
corrupção na Auroridade Palestina. Foi posto um aviso na porta
de que a mansão havia se tornado uma instituição beneficente
para os parentes de palestinos mortos em ataques terroristas.44


MITO
“Os palestinos atacam as forças israelenses
espontaneamente, por frustração”.

FATO
os palestinos se rebelam espontaneamente por uma série de razões, da
frustração à ira. No entanto, quase sempre a violência palestina é premeditada
e planejada tanto por células terroristas dentro da Autoridade Palestina como
pelos próprios líderes da Autoridade Palestina. No verão de 2001, por exemplo,
comandantes palestinos fizeram circular instruções para o confronto com
tropas israelenses que incluíam a preparação de coquetéis-molotov, granadas
de mão e barricadas. Preparam-se “cintos” explosivos para “centenas de
jovens suicidas que desejam confrontar o avanço dos soldados”. As instruções
também sugeriam que se poupasse munição e tanques fossem atacados
somente com “armamento adequado”, e não com armas leves. “Devem ser
estabelecidas posições avançadas por combatentes que desejem sacrificar
suas vidas para brecar o avanço do inimigo”.45


“Israel está em guerra com um inimigo que, em sua astúcia e
covardia, desiste de atacar soldados israelenses para, em vez
disso, assassinar seus civis, mulheres e crianças”.

- Michael Kelly 46



MITO
“Os palestinos têm respeitado o cessar-fogo
negociado com George Tenet, diretor da CIA”.

FATO
Em junho de 2001, o diretor da CIA, George Tenet, viajou ao Oriente Médio
em um esforço para consolidar um cessar-fogo entre Israel e a Autoridade
Palestina e assentar as bases para uma retomada das conversações de paz. O
Plano Tenet exigia que cessassem todos os atos de violência. Contudo, nas
seis semanas seguintes à sua visita, os palestinos realizaram 850 ataques
terroristas que causaram 94 baixas israelenses, 17 delas fatais.47


“O Presidente Arafat, da Autoridade Palestina, deve condenar
este ataque terrorista horroroso, agir já para prender os
responsáveis e levá-los à justiça, e adotar ações imediatas e
sustentadas para evitar futuros ataques terroristas”.

- Presidente George W. Bush, depois que um homem-bomba
matou 15 pessoas, entre elas 6 crianças, e feriu 90 quando se
explodiu em um restaurante no centro de Jerusalém
48


MITO
“A política de Israel de assassinar terroristas
palestinos é imoral e contraproducente”.


FATO
Israel se defronta com uma situação difícil na tentativa de proteger sua
população civil de palestinos dispostos a morrer para poderem matar pessoas
inocentes. Uma estratégia para lidar com este problema tem sido o processo
de paz. Desde 1993 Israel acreditava que a negociação era o caminho para
alcançar a paz com os palestinos, mas após devolver grande parte da
Cisjordânia e Faixa de Gaza e oferecer virtualmente tudo o que restava, os
palestinos rejeitaram suas concessões e optaram por usar a violência para
tentar forçar Israel a capitular a todas as suas exigências.
Uma segunda estratégia para Israel é “exercitar a contenção”, ou seja, não
responder à violência palestina. A comunidade internacional costuma elogiar
Israel quando este simplesmente dá a outra face após ataques hediondos.
Enquanto recebia o elogio dos líderes do mundo, a contenção foi incapaz de
atenuar a dor das vítimas ou evitar ainda mais ataques. Mais do que isso, as
mesmas nações que pedem que Israel se contenha em geral reagem com
violência em situações semelhantes. Por exemplo, os britânicos assassinaram
nazistas após a Segunda Guerra Mundial e eliminaram terroristas do IRA na
Irlanda do Norte. Quando terroristas perpetraram o ataque assassino ao World
Trade Center e ao Pentágono, revelou-se que o governo Clinton tentara
assassinar o terrorista saudita Osama bin Laden, em 1998, em retaliação ao
seu papel nos bombardeios às embaixadas americanas na Tanzânia e no
Quênia. O governo de George W. Bush diz que também não iria hesitar em
matar bin Laden e tem atingido uma série de outros ativistas da Al-Qaeda.49

Em 4 de novembro de 2002, por exemplo, os Estados Unidos mataram seis
supostos membros do Al-Qaeda no Iêmen com um míssil Hellfire disparado
de uma base remota da CIA contra o carro em que eles viajavam.50



“Se você descobre uma organização que planejou ou esteja
planejando algum tipo de ataque com um homem-bomba suicida,
por exemplo, e (os israelenses) têm fortes evidências de quem
são e onde se encontram, creio que fica justificada a sua tentativa
de proteger-se preventivamente”.
- Dick Cheney, Vice-Presidente dos EUA52


Em abril de 1986, após se convencerem de que a Líbia havia dirigido o
atentado terrorista a uma discoteca em Berlim Ocidental que matou um
americano e feriu outros 200, os Estados Unidos atacaram uma série de
alvos líbios, inclusive a casa do presidente Muamar Kadafi, o que foi criticado
mundialmente como uma tentativa de assassinato. Kadafi escapou, mas
sua filha pequena foi morta e dois de seus outros filhos foram feridos. Além
disso, um míssil saiu de sua trajetória e provocou baixas em um bairro civil.

Reagan justificou a ação como de autodefesa contra o terrorismo líbio. “Por
uma questão de autodefesa, qualquer nação que seja vítima do terrorismo
tem o direito inerente de responder com a força para evitar novos atos de
terror. Achei que deveríamos mostrar a Kadafi que ele iria pagar um preço por
aquele tipo de conduta e que não o deixaríamos escapar disso”.52

Recentemente, George W. Bush ordenou o “ataque” à liderança política
iraquiana durante a guerra no Iraque em 2003. Israel escolheu uma terceira
opção: eliminar os mentores dos ataques terroristas. Esta política vem
causando um grande debate em Israel, mas é defendida por uma ampla
maioria da população (70% numa pesquisa do jornal Haaretz de agosto de
2001). Esta política também é apoiada pela população americana, conforme
uma pesquisa da America Middle East Information Network (Rede de
Informações da América sobre o Oriente Médio) de agosto de 2001, que
descobriu que 73% dos entrevistados acreditavam que Israel tinha motivos
para matar terroristas caso provasse que estes estavam planejando atentados
a bomba ou outros com o objetivo de matar israelenses.53

O vice-chefe de Estado, general-de-divisão Moshe Yaalon, explicou esta
política do seguinte modo:


“Não há execuções sem julgamento. Não se trata de uma
vingança contra quem perpetrou um ataque um mês atrás.
Estamos atuando contra aqueles que estão levando o terror contra
nós. Preferimos prendê-los e já detivemos mais de mil. Contudo,
se não conseguimos e os palestinos não querem, então não
temos outra opção a não ser nos defendermos.54
O governo israelense também enfrentou um processo jurídico antes de adotar o
plano de ação de assassinatos seletivos. O secretário de Justiça de Israel revisou
e determinou que esta política é legal conforme as leis israelense e internacional.55

A eliminação de terroristas traz uma série de benefícios. Em primeiro lugar,
coloca um preço no terror: Os israelenses não podem mais ser atacados
impunemente porque os terroristas sabem que se têm outros como alvo, eles
próprios se convertem em alvos. Segundo, é um método de autodefesa: os
ataques preventivos eliminam as pessoas que iriam, de outro modo, assassinar
judeus. Embora seja verdade que há outros para ocupar o seu lugar, estes só
o fazem sabendo que também se tornarão alvos. Terceiro, desestabiliza os
terroristas, que já não podem planejar tranqüilamente uma operação; em
vez disso, têm que se manter em movimento, olhando o tempo inteiro por
cima dos ombros e trabalhar muito mais duro para alcançar seus objetivos


“Entendo que quando se você é atacado por um terrorista, sabe
quem ele é e é capaz de detectar a causa do terror, você deve
responder”.
- Colin Powell, Secretário de Estado dos Estados Unidos56


Obviamente esta política também tem custos. Além da condenação
internacional, Israel se arrisca a revelar os informantes que costumam passar
a informação necessária para encontrar os terroristas. Os soldados também
precisam se envolver em operações de alto risco que eventualmente causam
trágicos danos colaterais à propriedade e às pessoas.


“Penso que sempre que um povo produz homens-bomba que
explodem em pontos de ônibus e restaurantes, você com certeza
não pode ficar sentado e tolerar”.

- Donald Rumsfeld, Secretário de Defesa dos EUA58


A crítica mais comum aos “assassinatos seletivos” é que não trazem qualquer
benefício porque perpetuam um ciclo de violência dentro do qual os
terroristas buscam vingança. Este é provavelmente o argumento menos
convincente contra esta política, porque pessoas que se explodem a fim de
se tornarem mártires sempre poderiam encontrar uma justificativa para
suas ações. Eles estão determinados a atirar os judeus para fora do Oriente
Médio e não irão parar até que o seu objetivo seja alcançado.


Estudo de caso
Um artigo do Washington Post sobre o “ciclo de morte” na Cisjordânia
incluiu uma entrevista com Raed Karmi, um membro da Fatah,
a facção dominante da Organização pela Libertação da Palestina
de Yasser Arafat. Este começa com a observação de que Karmi,
empunhando uma metralhadora M-16, está planejando integrar
uma batalha contra soldados israelenses. O que não se conta é que,
supostamente, apenas policiais palestinos podem estar armados. O
artigo considera que as violências israelense e palestina são equivalentes
neste “ciclo” porque Karmi disse que estava agindo para
vingar a morte de um palestino que os israelenses assassinaram
por organizar ataques terroristas. Karmi admite que participou do
seqüestro e assassinato por execução de dois israelenses que
estavam almoçando em um restaurante de Tulkarm. Karmi foi preso
pela Autoridade Palestina, mas foi solto após quatro meses e em
seguida matou outros quatro israelenses, entre eles um homem
que fazia compras numa mercearia e um motorista que foi emboscado.
“Irei continuar a atacar israelenses”, declarou ao Post.58


MITO
“Israel assassina indiscriminadamente
terroristas e civis palestinos”.

FATO
É sempre uma tragédia quando civis inocentes morrem numa operação
contra-terrorista. Todavia, estes não correriam riscos caso a Autoridade
Palestina prendesse os terroristas, os assassinos não se escondessem entre
não-combatentes e os civis se recusassem a protegê-los.

Israel não ataca áreas palestinas indiscriminadamente. Pelo contrário, as FDI
têm muito cuidado em ter como alvo aqueles que planejam ataques terroristas
contra civis israelenses. Embora as forças israelenses exibam um histórico
de precisão nestes ataques, algumas vezes cometem erros. Enquanto os
terroristas não se desculpam por seus ataques a civis, atingindo-os deliberadamente,
Israel sempre investiga as razões de qualquer erro e adota as medidas
necessárias para evitar que ocorram novamente. Israel não está sozinho no
uso de força militar contra terroristas nem em, inadvertidamente, causar
danos a pessoas que não são alvos. Por exemplo, no mesmo dia em que membros
do governo americano condenavam o número de civis mortos junto ao
assassinato, por Israel, do líder do braço militar do Hamas, novas informações
revelavam que os Estados Unidos bombardearam um povoado no Afeganistão,
numa operação dirigida contra um líder talibã que, ao invés disso, matou 48
civis afegãos presentes a uma festa de casamento. Em ambos casos, o
equívoco dos serviços de inteligência exerceu um papel em falhas trágicas.


“Na semana passada em Gaza, multidões de crianças se divertiam
e cantavam enquanto os adultos as enchiam de docinhos. Motivo
da celebração: o assassinato a sangue-frio de pelo menos sete
pessoas – cinco delas americanas – e a mutilação de outras 80
por uma bomba terrorista no campus da Universidade Hebraica
de Jerusalém”.
- Michael Oren, historiador 59



MITO
“O uso que Israel faz de armas de fabricação americana
em ataques de retaliação contra os palestinos é ilegal”.

FATO
Os Estados Unidos têm monitorado de perto as ações israelenses. O representante
John Conyers (democrata, Michigan) escreveu uma carta ao secretário
de Estado Colin Powell perguntando se Israel estava violando as leis dos
Estados Unidos ao usar armamentos americanos em seus ataques contra
terroristas palestinos. Powell respondeu, em carta datada de 17 de agosto de
2001, que as ações de Israel não violavam as leis dos EUA. A lei em questão
é o Ato de Controle de Exportação de Armas (AECA – Arms Export Control Act)
que estipula que os artigos de defesa devem ser usados unicamente para
fins específicos, onde se inclui a segurança interna e o direito legítimo à
autodefesa. Israel tem sustentado que age em autodefesa, com o que o
governo Bush concorda.60


MITO
“Israel massacrou refugiados no
acampamento de Jenin em abril de 2002”.

FATO
O secretário de Estado Colin Powell refutou de maneira concisa as alegações
palestinas de que Israel era culpado de atrocidades em Jenin. “Não vejo
evidências que possam sustentar a ocorrência de um massacre”.61 A opinião
de Powell foi confirmada em seguida por Nações Unidas, Human Rights
Watch e uma investigação da União Européia.62

Os palestinos alegaram repetidas vezes que havia sido cometido um massacre
nos dias seguintes à batalha. O porta-voz Saeb Erekat, por exemplo, disse à
CNN em17 de abril que pelo menos 500 pessoas foram massacradas e 1.600,
inclusive mulheres e crianças, estavam desaparecidas. Os palestinos rapidamente
voltaram atrás quando ficou claro que não poderiam apresentar qualquer
evidência que sustentasse uma calúnia tão grosseira; o seu próprio comitê
de monitoramento informou um saldo de 56 mortos, entre os quais 34 eram
combatentes. Nenhuma mulher ou criança foi dada como desaparecida.63
Israel não escolheu atacar o acampamento de refugiados de Jenin arbitrariamente.

Havia poucas alternativas depois que uma série de atentados suicidas
aterrorizara civis israelenses nos 18 meses anteriores. As forças israelenses
entraram em Jenin para desmantelar uma das principais bases terroristas.

Os próprios documentos da Autoridade Palestina chamam Jenin de “capital
dos suicidas”. O acampamento tem uma longa história como base de extremistas
e pelo menos 28 dos ataques suicidas partiram deste ninho do terror durante
a onda de violência que precedeu a ação israelense. Estes terroristas violaram
o cessar-fogo proposto por Israel e prejudicaram os esforços israelenses de
retomar as negociações políticas na direção de um acordo de paz definitivo.

Franco-atiradores palestinos atingiam soldados acantonados numa escola
para mulheres, numa mesquita e em um edifício da UNRWA (Agência de
Auxílio e Trabalho das Nações Unidas) e, em meio à retaliação e perseguição
aos terroristas, alguns não-combatentes eram atingidos. Qualquer baixa
civil é uma tragédia, mas algumas foram inevitáveis porque os terroristas
palestinos usavam os civis como escudos. A maioria das baixas foi de atiradores.

Israel também manteve o hospital de Jenin em funcionamento. O tenente-coronel
Fuad Halhal, comandante druso do órgão de coordenação distrital
para as FDI, entregou pessoalmente um gerador para o hospital debaixo de
fogo durante a operação militar.64

Embora Israel pudesse ter optado por bombardear o acampamento inteiro –
que foi a estratégia empregada pelos Estados Unidos no Afeganistão – as FDI
escolheram deliberadamente um caminho mais arriscado para reduzir a
probabilidade de colocar a vida de civis em perigo. Os soldados foram de casa
em casa e 23 deles foram mortos em um combate com terroristas palestinos
munidos de bombas, granadas, armadilhas explosivas e metralhadoras para
transformar o acampamento em um campo de guerra.

As imagens na televisão também deram uma perspectiva distorcida dos
danos no acampamento. Jenin não foi destruída. A operação israelense
ocorreu numa área limitada do acampamento de refugiados, que por sua vez
compreende uma pequena fração da cidade. A destruição ocorrida foi causada
em grande parte pelas bombas palestinas. Os palestinos têm aprendido da
fabricação de fatos no passado que uma denúncia falsa contra Israel recebe
a atenção imediata da mídia e atrai simpatia à sua causa. As correções
inevitáveis vêm em seguida a estas mentiras infames e raramente são vistas,
lidas ou noticiadas.


MITO
“Israel se opôs a uma investigação pela ONU porque
queria ocultar os crimes que cometeu em Jenin”.

FATO
Israel não tem nada a esconder e convidou uma equipe de investigação
imparcial para visitar Jenin.65 Entretanto, a animosidade histórica dos
organismos da ONU com relação a Israel levantou dúvidas sobre a lisura de
seus representantes. Estas foram reforçadas quando as Nações Unidas se
recusaram a incluir na equipe proposta qualquer militar ou especialista em
contra-terrorismo que pudesse avaliar a ameaça terrorista que Jenin
representava para Israel. Um delegado indicado para a equipe da ONU
comparou antecipadamente a estrela de Davi a uma suástica.66 A hipocrisia
das Nações Unidas e outros interessados em Jenin fica evidente a partir do
fato de eles nunca condenarem ou investigarem os massacres repetidos
perpetrados por homens-bomba palestinos.


MITO
“Israel impede que ambulâncias transportem
palestinos doentes ou feridos para hospitais”.


FATO
Um dos lamentáveis resultados da violência durante a Intifada de Al-Aksa
tem sido os supostos abusos israelenses contra ambulâncias palestinas do
Crescente Vermelho que, segundo se alega, têm causado situações inconvenientes,
complicações médicas e até mesmo a morte dos doentes transportados.
Estes relatos tendem a retratar as retenções como atos deliberados
de crueldade por parte dos soldados israelenses contra palestinos necessitados
de atenção médica.


Estas alegações estão corretas em um ponto: as ambulâncias são retidas e
verificadas nos postos de controle israelenses. Todavia, as denúncias falham
ao não colocar os fatos em um contexto mais amplo. A razão pela qual as
ambulâncias são retidas e verificadas se deve à ameaça que representam
para Israel e seus cidadãos, pois têm sido usadas com freqüência como meio
de transporte de homens-bomba e muitos dos militantes que se explodiram
em Israel tiveram acesso ao país ao guiar ou viajar em ambulâncias do
Crescente Vermelho. Por exemplo:

 *Em outubro de 2001, Nidal Nazal, um agente do Hamas em Kalkilia, foi
preso pelas FDI. Ele era motorista de ambulância do Crescente Vermelho
palestino e havia informações de que explorava a sua permissão
irrestrita para atuar como mensageiro entre os centros de operação do
Hamas em diversas cidades da Cisjordânia.67

 *Em janeiro de 2002, Wafa Idris se explodiu na movimentada Jaffa
Street em Jerusalém, convertendo-se na primeira mulher-bomba
suicida. Tal como o motorista do Crescente Vermelho palestino, e da
mesma forma que Mohamed Hababa, o agente do Tanzim que a enviou
para sua missão, ela partiu da Cisjordânia numa ambulância.68

 *Em 27 de março de 2002, um membro do Tanzim que trabalhava
como motorista do Crescente Vermelho foi capturado com explosivos
em sua ambulância, com uma criança disfarçada de paciente e sua
família. Os explosivos foram encontrados sob a maca onde a criança
“enferma” estava deitada.69

 *Em 17 de maio de 2002, foi encontrado um cinturão de explosivos
numa ambulância do Crescente Vermelho palestino detida em um
posto de controle próximo a Ramalá. A bomba, do mesmo tipo
geralmente usado nos atentados suicidas, estava escondida sob uma
maca onde estava deitada uma criança enferma. O motorista, Islam
Jibril, era procurado pelas FDI e admitiu que não era a primeira vez que
usava uma ambulância para transportar explosivos ou terroristas. A
bomba foi removida da ambulância e detonada na presença do Comitê
da Cruz Vermelha Internacional. Numa declaração publicada no mesmo
dia, o comitê afirmou que “compreende as preocupações com a
segurança por parte das autoridades israelenses e reconhece o seu
direito de verificar as ambulâncias, desde que isso não provoque
retiradas médicas indevidas”. Os passageiros doentes da ambulância
foram conduzidos por soldados a um hospital nos arredores.70

 *Em 30 de junho de 2002, soldados israelenses encontraram dez supostos
terroristas palestinos escondidos em duas ambulâncias em Ramalá.
Eles foram presos quando os soldados detiveram os veículos para uma
inspeção de rotina.71

As acusações contra Israel baseiam-se freqüentemente em documentos de
direito internacional como a Quarta Convenção de Genebra. É verdade que
esta dá uma ênfase particular à imunidade e neutralidade das ambulâncias
e da equipe médica de urgência. Entretanto, concluir que Israel deve ignorar
um perigo evidente e presente para seus cidadãos, caso contrário estará
violando leis internacionais, é uma distorção. Os terroristas palestinos que
usam ambulâncias para contrabandear explosivos para dentro de Israel é
que comprometem a imunidade e neutralidade do Crescente Vermelho.

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