segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Faixa de Gaza, "o campo de concentração a céu aberto"

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Faixa de Gaza


É comum nos dias de hoje ver jornais e emissoras de TV ocidentais se referindo a Faixa de Gaza como um "campo de concentração a céu aberto". Mas jornalistas que tivessem a coragem de fugir do lugar comum e da já obrigatória narrativa vitimista ao noticiar assuntos relacionados aos palestinos esqueceriam a propaganda esquerdista da CNN e do The Guardian e dariam mais importância para os relatos de jornalistas árabes e israelenses.


Um jornalista do diário egípcio Al-Ahram confirmou aquilo que todos os repórteres ocidentais sabem, mas se recusam a revelar: que Gaza não está realmente fechada num cerco e que qualquer opressão sentida pelos palestinos locais é causada pelos outros árabes, e não por Israel.


Crazy Water Park, o parque aquático oficial do 'campo de concentração' de Gaza

(O parque foi interditado pelo Hamas, pois ele permitia que homens e mulheres entrassem em suas piscinas ao mesmo tempo. Alguns meses depois ele foi incendiado por 40 homens mascarados.)


Ashraf Abu al-Houl escreveu ainda: "a visão das mercadorias e dos luxos que enchem as lojas de Gaza espantou-me". Não apenas isso, mas o jornalista também descobriu que a maior parte dos bens pode ser comprada em Gaza a preços muito mais baixos do que no Egito porque em Gaza "a oferta é muito maior que a procura."

Tal como alguns poucos jornalistas ocidentais tiveram coragem de relatar, esse fato levou al-Houl ao reconhecimento de que o limitado embargo israelense a Faixa de Gaza controlada pelo Hamas "é formal ou político, não econ
ômico". Em outras palavras: Israel não está causando uma crise humanitária ou econômica em Gaza.

Há contudo pobreza generalizada em Gaza, mas que é fruto da corrupção, existindo um grande fosso entre "os que têm" e "os que não têm".

Al-Houl entrevistou o activista político Mustafa Ibrahim, que contou que cerca de vinte por cento dos habitantes de Gaza controlam quase toda a riqueza do território, e quase todos eles estão afiliados de perto com o movimento Hamas, que dirige o governo local. Os habitantes ricos de Gaza investem fortemente na indústria do lazer e gastam desordenadamente, ao mesmo tempo que cobram taxas vergonhosamente caras para luxos básicos, como por exemplo frequentar uma praia.

Entre o resto da população, o desemprego atinge aproximadamente os 45%, e esses são os habitantes de Gaza constantemente apresentados pela mídia ocidental como "produtos" da assim chamada "opressão israelense".

A reação mundial a essas imagens transmitidas pela mídia é inundar Gaza com mais ajuda humanitária, que passa pelas mãos dos ricos, acabando por torná-los ainda mais ricos, ao passo que os pobres ficam mais pobres...


As autoridades israelenses têm vezes sem conta aludido a esta situação no passado quando avisavam que não havendo hoje uma crise humanitária em Gaza, a comunidade internacional vai acabar por criar uma ao entregar-se nas mãos da elite corrupta do território.

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