A Arábia Saudita, que é um estado majoritariamente sunita, teme por sua segurança caso o Irã xiita consiga obter armamento nuclear. A monarquia do país tem se mostrado extremamente contrariada [1] [2] com a forma como a administração Obama vem negociando com o Irã -- e, de facto, permitindo que o estado islâmico xiita produza uma bomba atômica.
Hoje, o jornal saudita al-Jazira (que não tem nenhuma relação com o canal de TV do Qatar) publicou um artigo fazendo o que nenhum jornal árabe costuma fazer: defendendo o primeiro-ministro de Israel. O artigo ainda critica Obama de forma virulenta, chegando a chamá-lo de "um dos piores presidentes dos EUA" e acusando-o de apoiar o terrorismo islâmico.
Em um estado onde o ódio aos judeus [1] [2] [3] [4] [5] [6] [7] [8] e a Israel é institucionalizado, e onde a imprensa é tão firmemente regulada e controlada, é impossível não acreditar que esta seja a posição oficial do governo do país.
Trechos do artigo escrito por Ahmed Alfaraj, publicado originalmente no jornal saudita al-Jazira:
"Em um ato sem precedentes na história política dos Estados Unidos, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, recebeu um convite do presidente da Câmara dos Representantes, o republicano John Boehner, para discursar para ambas as casas do Congresso [...] Netanyahu vai discursar para expressar sua forte objeção a assinatura de um acordo entre a administração Obama e o Irã em relação a questão nuclear. Ele espera convencer os membros do Congresso de que está certo, o que pode atrasar o acordo.
"O presidente Obama e seu governo estão nitidamente furiosos. Não porque Netanyahu está intervindo em uma questão importante, a qual Obama espera que lhe traga glória pessoal, mas porque o presidente da Câmara [John Boehner] não consultou Obama antes de convidar Netanyahu, e Obama considera esta uma quebra do protocolo estabelecido. (fato desmentido pelo jornal pro-Obama New York Times)
"Esta tensão sem precedentes entre a administração Obama e Netanyahu é outra em uma longa série de episódios tensos e hostis entre Obama e Netanyahu. Mas a tensão nunca antes atingiu este nível, como refletido nas declarações da Conselheira de Segurança Nacional, Susan Rice, que disse que a conduta de Netanyahu foi inaceitável e até mesmo destrutiva...
"A administração Obama não achou suficiente condenar a visita de Netanyahu. Obama anunciou que ele não vai se encontrar com Netanyahu, alegando que ele não se reune com líderes de estado pouco tempo antes da realização de eleições em seus países de origem, [embora] a eleição em Israel acontecerá semanas após a visita!! (Nota: Obama se encontrou como Angela Merkel e com David Cameron antes de eleições na Alemanha e na Grã Bretanha.) Da mesma forma, o vice-presidente americano Joseph Biden, cuja presença no discurso de Netanyahu no Congresso é esperada em virtude de seu papel constitucional como presidente do Senado, anunciou que estaria em uma viagem ao exterior [no dia do discurso de] Netanyahu!! O Secretário de Estado dos EUA, John Kerry, também disse que estaria na Suíça em reunião com os iranianos sobre a questão nuclear e, portanto, não seria capaz de assistir o discurso de Netanyahu!! O que irrita o governo Obama ainda mais é que Netanyahu recusou um pedido oficial feito por vários congressistas democratas para se encontrar com eles durante a [sua] visita!!
"Vou terminar dizendo o seguinte: já que Obama é o padrinho das revoluções pré-fabricadas no mundo árabe, e uma vez que ele é aliado do Islã político, [que é] a mãe de [todas as] organizações terroristas, e já que ele está trabalhando para assinar um acordo com o Irã que virá às custas dos aliados de longa data dos EUA no Golfo, estou muito contente com a posição firme de Netanyahu e [com sua decisão] de falar contra o acordo nuclear no Congresso americano, apesar da raiva e da fúria do governo Obama. Eu acredito que a conduta de Netanyahu irá servir aos nossos interesses e ao povo do Golfo muito mais do que o comportamento insensato de um dos piores presidentes americanos. Você concorda comigo?"
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