“A criação de Israel foi resultado da pressão americana”.
FATO
Quando as Nações Unidas assumiram a questão da Palestina. o presidente
Harry Truman afirmou explicitamente que os Estados Unidos não “usariam
ameaças ou pressões impróprias de qualquer ordem sobre outras delegações”.1
Não obstante, alguma pressão houve, e os EUA desempenharam um papel
importante na manutenção do apoio à resolução da partilha. Contudo, a
influência dos EUA era limitada, o que ficou claro quando nações alinhadas
aos Estados Unidos, como Cuba (naquela época) e Grécia votaram contra a
partilha, enquanto El Salvador e Honduras se abstiveram.
Muitos membros do Governo Truman eram contra a partilha, entre eles o
secretário de Defesa, James Forrestal, que acreditava que o sionismo constituía
uma ameaça para os estoques de petróleo americanos e sua posição
estratégica na região. O Pentágono temia que os árabes pudessem se alinhar
com os soviéticos no caso de serem marginalizados pelo Ocidente. Esses
opositores internos fizeram um grande esforço para inverter o apoio dos EUA
ao estabelecimento de um Estado judeu.2
Se por um lado muito tem sido escrito sobre as táticas dos defensores da
partilha, a conduta dos países árabes vem sendo ignorada há tempos. Na
verdade, dentro da ONU, eles estavam fortemente engajados numa quedade-
braço com sua própria gente, tentando impedir a partilha.3
MITO
“Os EUA ajudaram Israel contra os árabes
em 1948 devido a pressões do lobby judaico”.
FATO
Truman apoiou o movimento sionista porque acreditava que a comunidade
internacional tinha a obrigação de cumprir a promessa da Declaração Balfour
e porque era o que deveria ser feito humanitariamente a fim de melhorar a
situação dos judeus sobreviventes do Holocausto. Ele não acreditava que os
direitos dos árabes devessem ser ou fossem conciliados. Pode-se ter uma
idéia de sua opinião a partir do seu comentário sobre as negociações quanto
às fronteiras do Estado judeu:
“Toda a região aguarda por desenvolvimento, e se isso fosse feito
do modo como desenvolvemos a bacia do Rio Tennessee, ela
teria condições para acolher entre 20 e 30 milhões de pessoas
ou mais. Conforme uma visão construtiva e humanitária, o que
deveria ser feito de fato seria abrir a porta para esse futuro, o que
também redimiria as promessas feitas à época da Primeira Guerra
Mundial.4
O povo americano apoiou a política do presidente. Segundo pesquisas de
opinião pública, 65% dos americanos apoiava a criação de um Estado judeu.
Só no terceiro trimestre de 1947, 62.850 cartões postais, 1.100 cartas e
1.400 telegramas inundaram a Casa Branca, a maioria pedindo ao presidente
para exercer a influência americana nas Nações Unidas.5
Esse apoio público obteve reflexos no Congresso, onde uma resolução que
respaldava a Declaração Balfour fora adotada em 1922. Em 1944 ambos os
partidos nacionais pediram a restauração de uma nação judaica e, em 1945,
o Congresso adotou uma resolução semelhante.
Em vez de se render às pressões, Truman tendeu a reagir negativamente ao
“lobby judaico”. Ele se queixava constantemente de estar sendo pressionado
e chegou a falar em empilhar a propaganda dos judeus e acender um fósforo
sobre ela. Numa carta a Claude Pepper, Truman escreveu: “Se não fosse pela
interferência injustificada dos sionistas, já teríamos equacionado o problema
há um ano e meio”.6 Dificilmente essa seria a atitude de um político demasiadamente
preocupado com os votos dos judeus.
MITO
“A maioria dos americanos se opõe a
uma relação estreita dos EUA com Israel”.
FATO
O apoio a Israel não está restrito à comunidade judaica. Americanos de todas
as idades, raças e religiões simpatizam com Israel. Esse apoio tampouco é
político-partidário, uma vez que a maioria dos democratas e republicanos
tem favorecido Israel de maneira constante e com grande preponderância
sobre os árabes.
A melhor indicação da atitude dos americanos quanto a Israel está na
resposta à pergunta mais feita sobre o Oriente Médio: “Sobre a situação do
Oriente Médio, você simpatiza mais com Israel ou com as nações árabes?”
O Instituto Gallup é a organização que conduz a maior parte das pesquisas.
O apoio a Israel em suas pesquisas tem se mantido consistentemente ao
redor de 50% desde 1967.
Em 63 pesquisas Gallup desde 1967, Israel recebeu o apoio médio de 46%
do povo americano contra apenas pouco mais de 12% para os países árabes
e os palestinos. Os americanos nutrem uma simpatia um pouco maior pelos
palestinos em relação aos países árabes, mas os resultados das pesquisas
que pedem aos entrevistados para escolherem entre Israel e os palestinos
não diferem significativamente das demais pesquisas.
Algumas pessoas têm a percepção equivocada de que a simpatia por Israel já
foi muito maior, mas a verdade é que antes da Guerra do Golfo houve um
pico de 56%, o mesmo alcançado logo após a Guerra dos Seis Dias. Em
janeiro de 1991 a simpatia por Israel alcançou um recorde de 64%, segundo
o Gallup. Por outro lado, o apoio aos árabes caiu para 8%, com uma diferença
recorde de 56 pontos percentuais.
A pesquisa Gallup publicada em junho de 2002 verificou que a simpatia por
Israel era de 49% contra apenas 14% em favor dos palestinos, o que excede
o apoio médio a Israel, embora ainda esteja abaixo do recorde de 64% de
apoio durante a Guerra do Golfo.
A maioria dos entrevistados não acredita que os Estados Unidos devem tomar
partido no conflito, mas aqueles que assumem um lado apóiam Israel na
proporção de dez contra um (Gallup, abril de 2002). Mais de 75% dos
americanos também acredita que a paz entre palestinos e israelenses é algo
importante ou muito importante para os Estados Unidos.
As pesquisas também indicam que o público vê Israel como um aliado confiável
dos EUA, sentimento que se tornou mais forte durante a crise do Golfo.
Por exemplo, uma pesquisa do Instituto Harris Poll de 1991 verificou que 86%
dos americanos considera Israel um aliado próximo ou amigável. Esse foi o
nível mais alto jamais registrado numa pesquisa desse instituto. Em maio de
2002, uma pesquisa da ADL (Liga Anti-Difamação) verificou que 64% dos
americanos concordava que “Israel pode ser considerado um aliado leal”.
MITO
“A política dos EUA tem sido sempre hostil aos árabes”.
FATO
Os árabes raramente reconhecem o papel dos Estados Unidos em ajudá-los
a obter a independência. A atitude do presidente Wilson em favor da
autodeterminação de todas as nações e a entrada dos EUA na Primeira
Guerra Mundial ajudaram a provocar a dissolução do Império Otomano e a
estimular o movimento para a independência no mundo árabe.
Os árabes sempre afirmam que a política do Oriente Médio deveria ser
imparcial, enquanto o apoio ao inimigo, Israel, coloca-os necessariamente
em desvantagem. Por isso, tentam forçar os Estados Unidos a escolher entre
eles e Israel. Normalmente os EUA têm se recusado em cair nessa armadilha.
O fato de os Estados Unidos manterem uma estreita aliança com Israel ao
mesmo tempo em que mantêm boas relações com diversos países árabes
comprova que as duas coisas não são incompatíveis.
Há muito que os EUA buscam manter boas relações com os líderes árabes e,
em certas épocas, estiveram em alto nível. Na década de 1930, a descoberta
de petróleo levou as companhias americanas a estreitar relações com os
árabes do Golfo. Na década de 1950, os objetivos estratégicos dos EUA
estimularam um esforço para a formação de uma aliança de países árabes
pró-Ocidente. Nações como Iraque e Líbia eram amigos dos Estados Unidos
antes que alguns líderes radicais se apoderassem de seus respectivos
governos. O Egito, que era hostil aos EUA sob o regime de Nasser, com Sadat
passou para o campo pró-Ocidente.
Desde a Segunda Guerra Mundial os EUA têm prestado ajuda econômica e
militar à região e hoje em dia é o principal parceiro de nações como Jordânia,
Arábia Saudita, Marrocos, Egito e os emirados do Golfo. Embora os países
árabes culpem os Estados Unidos por suas derrotas nas guerras que eles
mesmos iniciaram contra Israel, a verdade é que os Estados Unidos têm dado
ou oferecido ajuda para a maioria dos beligerantes em algum momento.
Numa dada ocasião parecia que os EUA haviam perdoado a agressão de um
país árabe contra outro. Em 1963, por exemplo, reconheceram o regime
fantoche instalado pelos egípcios no Iêmen. Em 1991, enquanto fazia a
agressão de Saddam Hussein no Golfo recuar, o governo Bush fechou os
olhos quando a Síria completou sua virtual anexação do Líbano.
Enquanto Israel só é capaz de contar com a ajuda dos Estados Unidos, os
países árabes sempre puderam contar com uma gama de países ocidentais,
bem como com a União Soviética e seus aliados.
MITO
“Os Estados Unidos apóiam Israel
de maneira automática desde 1948”.
FATO
Os Estados Unidos são o aliado mais próximo de Israel em toda a sua história;
contudo, por muitas vezes já atuaram contra as pretensões do Estado judeu.
O empenho dos EUA em equilibrar o apoio a Israel com o apaziguamento dos
árabes começou em 1948, quando Truman titubeou quanto à partilha e a
defender a custódia. Após a invasão de Israel pelos países árabes ao redor, os
EUA mantiveram o embargo de armas, o que restringiu fortemente a capacidade
dos judeus se defenderem.
“As nações aliadas à concorrência plena de nosso governo e de
nosso povo concordam que devem ser estabelecidas na Palestina
as fundações de uma nação judia”.
- Woodrow Wilson, presidente dos EUA (3 de março de
1919).
Desde a guerra de 1948 os Estados Unidos se mostram dispostos a insistir em
projetos de reassentamento de refugiados árabes, bem como são relutantes
em questionar as violações árabes à Carta da ONU e às suas resoluções.
Assim, por exemplo, os árabes tiveram permissão para seguir adiante com o
bloqueio do Canal de Suez, boicotar Israel e cometer ações terroristas. Na
verdade, os EUA costumam adotar mais atitude contra Israel nas Nações
Unidas do que em seu favor e só usou seu poder de veto no Conselho de
Segurança para impedir uma resolução contra Israel a partir de 1972.
Talvez o exemplo mais dramático de como a política americana pode divergir
da israelense ocorreu durante a Guerra de Suez, quando o presidente
Eisenhower assumiu uma dura atitude contra Grã-Bretanha, França e Israel.
Após a guerra, a pressão americana forçou Israel a se retirar do território que
havia conquistado. David Ben-Gurion confiou em garantias americanas
dúbias, que lançaram as sementes de conflito de 1967.
Presidentes americanos adotaram ações contra Israel em diversas outras
ocasiões. Em 1981, por exemplo, Ronald Reagan suspendeu um acordo de
cooperação estratégica após Israel anexar as Colinas de Golã. Em outra
ocasião, suspendeu a entrega de aviões de combate devido à sua insatisfação
com a incursão israelense no Líbano.
Em 1991, o presidente Bush concedeu uma entrevista pedindo mais tempo
para avaliar um pedido israelense de garantias de empréstimo com fins de
ajudar a absorver judeus soviéticos e etíopes por discordar da política israelense
de assentamentos. Ao apostar o seu prestígio nesse atraso, Bush usou uma
linguagem destemperada que inflamou os ânimos e fez com que a
comunidade judaica temesse por um afloramento do anti-semitismo.
Embora seja quase sempre descrito como o presidente mais pró-Israel da
história, Bill Clinton também foi muitas vezes um crítico de Israel. O Governo
George W. Bush tampouco hesitou em criticar Israel por ações que considerava
contrárias aos interesses americanos, mas em geral é mais reservado
em suas declarações públicas.
MITO
“Os EUA sempre forneceram armas para garantir
a superioridade militar de Israel sobre os árabes”.
FATO
Antes de 1962, os Estados Unidos proporcionaram apenas uma quantidade
limitada de armas a Israel, inclusive munição e fuzis sem recuo (coice).
Naquele ano, o presidente Kennedy só vendeu mísseis antiaéreos Hawk depois
que a União Soviética forneceu bombardeiros de longo alcance ao Egito.
Em 1965, os EUA se converteram no principal fornecedor de armas para
Israel. Isso ocorreu em parte devido ao fato de a Alemanha Ocidental, cedendo
às pressões dos árabes, ter suspendido a venda de tanques ao Estado judeu.
Todavia, durante quase todo o Governo Johnson a venda de armas a Israel foi
equivalente a transferências do mesmo porte para os árabes. Assim, a primeira
venda de tanques americanos para Israel, em 1965, foi compensada por
uma venda semelhante à Jordânia.7
Os EUA só passaram a fornecer aviões para Israel a partir de 1966. Daí em
diante, foram estabelecidos acordos secretos para fornecer os mesmos aviões
ao Marrocos e à Líbia e foi vendido equipamento militar adicional para Líbano,
Arábia Saudita e Tunísia.8
Assim como em 1948, os Estados Unidos impuseram um embargo de armas
a Israel durante a Guerra dos Seis Dias, ao mesmo tempo em que os árabes
continuaram a receber armas soviéticas. A atitude israelense foi ainda mais
afetada pela decisão francesa de embargar a transferência de armas ao
Estado judeu, encerrando efetivamente seu papel como o outro único principal
fornecedor de armas para Israel.
Só quando ficou evidente que Israel não tinha outras fontes de fornecimento
de armas, ao mesmo tempo em que a União Soviética não tinha interesse em
limitar suas vendas para a região, é que o presidente Johnson concordou em
vender aviões Phantom, que deram ao Estado judeu sua primeira vantagem
qualitativa. “De agora em diante nos tornaremos o principal fornecedor de
armas para Israel”, afirmou o secretário assistente de Defesa, Paul Warnke,
ao embaixador israelense Yitzhak Rabin, “e nos comprometeremos ainda
mais intimamente com a situação de segurança de Israel e mais diretamente
com a dos Estados Unidos”.9
Daí em diante, os EUA passaram a seguir uma política graças à qual a vantagem
qualitativa de Israel foi mantida. Contudo, também continuaram
comprometidos em armar as nações árabes, fornecendo mísseis sofisticados,
tanques e aviões a Jordânia, Marrocos, Egito, Arábia Saudita e países do
Golfo. Assim, quando Israel recebeu caças F-15 em 1978, a Arábia Saudita
também os recebeu (e o Egito recebeu caças F-5E). Em 1981 a Arábia
Saudita recebeu pela primeira vez um sistema de armamentos que lhe deu
uma vantagem qualitativa em relação a Israel: os aviões-radar AWAC.
Atualmente Israel compra equipamentos americanos de ponta, porém muitos
países árabes também recebem alguns dos melhores tanques, aviões e mísseis
dos EUA. A margem de vantagem qualitativa, embora permaneça intacta,
sem dúvida é estreita.
MITO
“A ajuda dos EUA ao Oriente Médio é sempre
unilateral, com os árabes recebendo praticamente nada”.
FATO
Após a vitória de Israel em sua Guerra de Independência, os EUA
responderam a um apelo por auxílio econômico para ajudar a absorver
imigrantes ao aprovar um empréstimo de US$ 135 milhões pelo Banco de
Importação e Exportação e pela venda de bens excedentes. Tanto nos
primeiros anos do Estado de Israel como hoje em dia, o auxílio americano é
visto como um meio de promoção da paz.
Em 1951, o Congresso americano aprovou uma ajuda para Israel enfrentar
os encargos econômicos impostos pela chegada maciça de refugiados
judeus provenientes dos campos de refugiados na Europa e dos guetos dos
países árabes. Os árabes então se queixaram que os EUA os estava
negligenciando, embora na época não tivessem qualquer interesse no
auxílio americano ou necessidade disso. A Síria recusou ofertas de ajuda
dos EUA em 1951. Iraque e Arábia Saudita, países ricos em petróleo, não
precisavam da assistência econômica americana, e a Jordânia era colônia
britânica até a década de 1950. Depois de 1957, quando os Estados Unidos
se responsabilizaram por manter a Jordânia e retomaram o auxílio econômico
ao Egito, a assistência aos países árabes disparou. Os Estados Unidos
também eram de longe os maiores contribuintes da ajuda aos palestinos
por meio da UNRWA (Agência de Auxílio e Trabalho das Nações Unidas),
status que se mantém até os dias de hoje.
Desde a Segunda Guerra Mundial, Israel tem recebido mais ajuda direta
dos Estados Unidos do que qualquer outro país, mas os montantes recebidos
na primeira metade desse período foram relativamente pequenos. Entre
1949 e 1973, os EUA auxiliaram Israel com uma média de US$ 122 milhões
ao ano, num total de US$ 3,1 bilhões (na verdade, mais de US$ 1 bilhão
desse montante foram empréstimos para equipamento militar entre 1971
e 1973). Antes de 1971, Israel recebeu apenas US$ 227 milhões em ajuda
militar, tudo na forma de empréstimos ou vendas a crédito. O volume de
ajuda econômica a Israel também veio na forma de empréstimos. Em
contrapartida, os países árabes receberam quase o triplo antes de 1971:
US$ 4, 4 bilhões, ou US$ 170 milhões ao ano. Além disso, diferentemente
de Israel, que recebe praticamente toda a sua ajuda dos Estados Unidos, as
nações árabes vêm recebendo assistência de Ásia, Europa Oriental, União
Soviética e Comunidade Européia.
“Nossa sociedade é iluminada pelas reflexões espirituais dos
profetas hebreus. Estados Unidos e Israel têm em comum o
amor pela liberdade humana e a convicção pela forma democrática de vida”.
- Lyndon Johnson, presidente dos EUA, em discurso à Bnai Brith (10 de setembro de 1968).
Israel só passou a receber grandes valores em assistência a partir de 1974,
após a guerra de 1973 e os montantes aumentaram drasticamente depois dos
acordos de Camp David. Israel recebeu desde 1949 mais de US$ 90 bilhões em
ajuda. Apesar de ser um número impressionante, tem sido erodido pela inflação.
Os países árabes que assinaram acordos com Israel também têm sido
recompensados. Desde a assinatura do tratado de paz com Israel, o Egito tem
sido o segundo beneficiado pela ajuda externa americana (US$ 2 bilhões em
2002; Israel recebeu US$ 2,8 bilhões). A Jordânia também tem sido beneficiária
de altos níveis de ajuda desde que assinou um tratado com Israel
(passando de menos de US$ 40 milhões para mais de US$ 225 milhões).
Além disso, também foram perdoadas dívidas multibilionárias dessas duas
nações árabes com os Estados Unidos.
Após os acordos de Oslo, os Estados Unidos também passaram a fornecer
fundos aos palestinos. Atualmente, eles recebem US$ 80 milhões em ajuda
humanitária por meio da Agência Americana para o Desenvolvimento
Internacional (Usaid). A ajuda não é feita diretamente à Autoridade Palestina
porque esta é vista como corrupta. O presidente Bush advertiu especialmente
os palestinos que deveriam trocar seus líderes e aceitar reformas a fim de
obter assistência futura. “Posso lhes garantir”, declarou Bush, “que injetaremos
dinheiro numa sociedade corrupta e sem transparência”.10
3 comentários:
Por que os EUA apóiam Israel?
Uma primeira causa desse apoio: os Estados Unidos têm a maior comunidade judaica no mundo, maior do que toda a população do Estado de Israel, com mais dinheiro do que todo o Estado de Israel. Assim, não erra quem disser que o verdadeiro país dos judeus, desde o início do século 20, são os Estados Unidos.
O Israel que conhecemos hoje, desde 1948, é um projeto do sionismo (uma ideologia criada no fim do século 19 por alguns judeus em reação à perseguição de judeus em diversos países do mundo, que dizia que os judeus só deixariam de ser perseguidos quando tivessem seu próprio país).
Ele se concretizou por decisão da ONU em 1947, pressionada pelos EUA e por diversos países europeus, em grande medida como uma forma de compensar e evitar um Holocausto como o cometido por alemães (e não só, mas também croatas, franceses, poloneses, italianos, tchecos, húngaros, búlgaros etc.) durante a Segunda Guerra Mundial. Assim, os Estados Unidos apóiam Israel por serem, também, um país de judeus.
Uma segunda causa: Israel é a única democracia de todo o Oriente Médio, cercado por monarquias absolutistas, teocracias ou regimes autoritários por todos os lados, cada um deles com vínculos tradicionais com potências européias e, por razões diversas, com a Rússia. Durante toda a Guerra Fria, Síria, Egito, Iraque e Líbia, por exemplo, tinham vínculos diretos com a Rússia comunista.
Ao final da Guerra Fria, o Egito buscou apoio americano (e para isso, fez a paz com Israel), mas Iraque, por exemplo, continua ligado à Rússia apesar de esta deixar se ser comunista. Assim, durante toda o período da Guerra Fria, o único país alinhado diretamente às diretrizes norte-americanas na geopolítica regional era Israel.
Esses vínculos tradicionais predominam mesmo perante divergências (que não são poucas) entre os dois países e também perante os vínculos novos dos Estados Unidos com outros países da região, como Egito, Arábia Saudita e Kuwait.
O comentário acima está cheio de erros.
A população judaica dos EUA não é maior que a de Israel.
Grande número de ‘judeus’ americanos são convertidos através de movimentos reformistas, que não são aceitos pelo governo israelense e pelo conselho rabínico, e outros têm alguma ascendência judaica, mas não o bastante para sequer se enquadrar na “lei do retorno”.
O sionismo é um conceito bíblico. Não foi ‘criado’, sempre existiu na religião judaica.
Judah Halevi, poeta e filósofo serfardita, já era um sionista nos moldes modernos apesar de ter nascido quase mil anos antes de Herzl.
http://www.eretzyisroel.org/~peters/oriental.html
Israel, quando criado, não era uma democracia como os EUA e outros países ocidentais. Os fundadores eram fortemente influenciados pela ideologia socialista, sendo que o país, na época de sua criação, era muito mais próximo da Rússia que dos EUA.
Judeus já habitavam a “Palestina” há milhares de anos, sendo que eram a maioria da população em Jerusalém (inclusive de acordo com o censo do império turco-otomano) mesmo antes de criação do sionismo moderno (laico). Até árabes, como o rei Faisal, do Iraque, eram a favor da criação de um estado judaico na Palestina. Os alauítas (pequeno grupo muçulmano da Síria) e os cristãos maronitas do Líbano também apoiaram. Assim como os drusos da Palestina, que se aliaram aos grupos armados judeus mesmo antes da criação do Estado.
http://en.wikipedia.org/wiki/Faisal%E2%80%93Weizmann_Agreement
http://israelxxpalestina.blogspot.com/2010/08/relations-between-first-jewish-settlers.html
O atual apoio americano não é tão dependente da influência de grupos judaicos (que têm muito menos poder que grupos de influência muçulmanos, com seus petrodólares). São vários os motivos: Interesses geopolíticos, ideológicos (pro-democracia) e até religiosos, caso dos evangélicos, que são muito mais atuantes em defesa de Israel que os próprios judeus americanos.
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