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domingo, 8 de abril de 2012

al-Jazira

Hamad bin Khalifa, emir do Catar e dono do país e de tudo o que há nele — pessoa, animal ou coisa —, é tão democrático como qualquer líder da região. Deu um golpe no próprio pai! A emissora Al Jazira, que também é de Hamad, é a verdadeira “alma” daquilo que o cândido Obama chamou de “revolução”!


EUA, CIA e Al-Jazira

Se eu sugerir aqui que essa Al-Jazira não passa, hoje, de um braço do terrorismo fundamentalista islâmico e que deveria levar uma bomba nos cornos, os “democratas” e esquerdistas vão me acusar de estar combatendo a liberdade de imprensa. Afinal de contas, a emissora nada mais faria do que contar o que está acontecendo. Seria mais ou menos como a Globo ficar divulgando mensagens de Marcola — para usar como exemplo a nossa versão do terrorismo. O inocente inútil se perguntaria: “Ué, se ele gravar uma fita, por que não mostrar?” Sim, e se ele começa a fazer da emissora de TV um canal de expressão da sua “luta”? É isso o que o terrorismo faz com a Al-Jazira. Aquilo não é jornalismo, mas terrorismo mitigado.

Mas os “democratas” acreditam que se trata apenas de liberdade de expressão.


- A al-Jazira é realmente independente?


- Al-Jazira, objetividade e imparcialidade

- Al-Jazira e Jornalismo “Ético” – principal jornalista do canal se demite fazendo críticas

- Jornalismo “ético”: Diretor do escritório da Al-Jazira em Beirute se demite acusando a emissora de “incitação”

- A vergonha da Al-Jazira na Síria

- Autoridade Palestina fecha TV Al-Jazira em Ramallah devido a “divulgação de notícias falsas”

- Governo do Iêmen fecha Al-Jazira por “falta de credibilidade” e emissora faz mea-culpa

- Kuwait encerra delegação da al-Jazira

- Al-Jazira, o verdadeiro "Facebook" das revoltas árabes

- Wikileaks: Al-Jazira, ferramenta do governo do Catar

- O que a Al Jazeera diz de si mesma e o que os fatos dizem da Al Jazeera

- Al-Jazira na folha de pagamento de Saddam Hussein

- Observadores Imparciais

- Al Qaradawi, a estrela da al-Jazira

- Al-Jazira e seu funcionário exemplar: El Qaradawi

A al-Jazira é realmente independente?

A rede de TV árabe Al Jazeera emergiu da crise egípcia como a grande força midiática do Oriente Médio e uma das mais importantes do mundo. Ao mesmo tempo, porém, cresce o questionamento sobre sua orgulhosa “independência”.

A principal cobrança é em relação ao Irã: a Al Jazeera é acusada de não se esforçar para cobrir a repressão contra a oposição iraniana do mesmo modo como se esmerou na cobertura do Egito. Para o jornalista saudita Khalaf Al-Harbi, a emissora não tem compromissos com a ética jornalística, mas com uma agenda política. “A Al Jazeera apoiou o levante egípcio porque os rebeldes queriam liberdade ou porque lutavam contra Hosni Mubarak?”, perguntou Al-Harbi no jornal ‘Okaz. Ele apontou as incoerências da emissora, que teria apoiado Saddam e Bin Laden contra os EUA, em nome da unidade árabe, mas fez campanha contra Mubarak, porque a defesa dos direitos humanos era mais importante que a unidade árabe.

Contudo, há um outro detalhe que pode explicar a distância que a Al Jazeera mantém dos protestos no Irã. A emissora é bancada pelo governo do Qatar, emirado árabe que explora gás com os iranianos, em sociedade estratégica. Há quem diga que essa parceria é vital para o Qatar.

Mas os rebeldes iranianos não perdem a esperança: um grupo de opositores criou uma página no Facebook que se chama “Al Jazeera, por favor, noticie o Irã como noticiou o Egito”.

Al-Jazira, objetividade e imparcialidade

A Al-Jazira é uma cadeia de televisão de língua árabe fundada no Qatar e amplamente assistida em todo o mundo árabe. O canal começou em 1996 como um projeto de estimação do emir do Qatar, xeque (e ditador que deu um golpe de Estado no próprio pai!) Hamad bin-Khalifa al-Thani, e ganhou destaque durante a guerra no Afeganistão, por causa de seus antigos contatos com os dirigentes do Talibã e com Osama bin Laden.

Divulgando uma variedade de pontos de vista, incluindo opiniões dos funcionários da administração Bush, a rede buscou criar a impressão de que é uma fonte de notícias objetiva para o mundo árabe. Na realidade, a Al-Jazeera tem ficado conhecida como canal de propaganda de visões extremistas no mundo árabe. Um intelectual muçulmano culpou a rede por incitar as massas árabes contra o Ocidente e por transformar bin Laden e seus asseclas em celebridades. "Há uma diferença entre dar oportunidade para que opiniões diferentes [sejam ouvidas] e colocar no ar assassinos armados para que divulguem suas idéias", disse o Dr. Abd Al-Hamid Al-Ansari, decano de Shar’ia e Direito na Universidade do Qatar. [Al-Raya (Qatar), 6 de janeiro de 2002]

Numa entrevista ao programa "60 Minutos", um correspondente da Al-Jazeera, ao se referir à cobertura de notícias do conflito, disse que os palestinos morrem como mártires. Quando Ed Bradley [o entrevistador] replicou que os israelenses os chamariam de terroristas, ele respondeu: "Esse é um problema dos israelenses. É um ponto de vista". Quando lhe perguntaram como eles descrevem os israelenses que são mortos por palestinos, a resposta foi: "Damos-lhes o nome certo: israelenses mortos por palestinos".

Bradley disse ainda que a cobertura da intifada pela Al-Jazeera foi responsável por incitar manifestações pró-palestinas por todo o Oriente Médio. [60 Minutes, "Inside Al-Jazeera", 10 de outubro de 2001]

Al-Jazira e Jornalismo “Ético” – principal jornalista do canal se demite fazendo críticas

O principal jornalista americano do canal em inglês da rede de TV árabe Al Jazira pediu demissão, alegando censura e antiamericanismo por parte da emissora. Em entrevista à edição de sexta-feira do jornal The New York Times, Dave Marash revelou sua insatisfação com controle editorial exercido pela direção da TV. Segundo ele, as coberturas da emissora são tendenciosas e voltadas apenas para os interesses árabes.

Jornalismo “ético”: Diretor do escritório da Al-Jazira em Beirute se demite acusando a emissora de “incitação”


Ghassan Bin Jeddo, diretor do escritório da Al-Jazira em Beirute, se demitiu em protesto contra a falta de objetividade da emissora na cobertura das revoltas que estão ocorrendo no mundo árabe.


Bin Jeddo, um proeminente jornalista e apresentador de TV da emissora estatal do Catar, pediu demissão alegando o abandono da neutralidade nos conflitos da região por parte do canal.

Essas afirmações foram publicadas no diário libanês Al-Safir.
O jornal citou "fontes confiáveis" que também afirmam que a demissão de Bin Jeddo foi atribuída ao alegado abandono de uma cobertura jornalística profissional e objetiva por parte da Al-jazira, que segundo ele se tornou "um veículo voltado para a incitação e mobilização."

Outra motivo dado foi a "política de provocação, que é inaceitável, sobretudo em razão do momento histórico pelo qual a região está passando", acrescentou o jornal, ainda salientando que a renúncia de Bin Jeddo era moralmente motivada pelo destaque que a Al-Jazira dá as revoltas na Líbia e no Iêmen, enquanto ignora as que ocorrem na Síria e no Bahrein.

Ghassan Bin Jeddo
O jornal Al-Safir também nota que após o assassinato do ex-premiê libanês Rafik Hariri, em 2005, Bin Jeddo foi proibido de entrar na Síria durante um ano e meio por ser "um defensor da reforma e da liberdade nesse país."
Durante as primeiras semanas de motins na Síria, a rede Al-Jazira ignorou completamente os protestos e foi alvo de uma grande quantidade de críticas da oposição em Damasco.

A vergonha da Al-Jazira na Síria

O número de pessoas mortas na repressão do governo sírio aos protestos da oposição chegou a 171 em três semanas (e 757 até o dia 10/05/2011), informa a Anistia Internacional.

Isso não parece ter sensibilizado a Al Jazira, que costuma ser louvada entre a militância antiamericana como uma TV realmente independente. A cobertura da emissora catariana sobre a violência síria é incomparavelmente menor e menos engajada do que a que acompanhou a queda de Hosni Mubarak no Egito, mostra o jornal libanês Daily Star. O motivo é óbvio: a Al Jazira sempre foi simpática ao ditador sírio, Bashar Assad, e a queda dele pode balançar outros regimes, como o saudita e o do Qatar, emirado que banca a emissora. “Uma vergonha”, resumiu o articulista do Daily Star.

falamos aqui no blog sobre a falsa imparcialidade da Al Jazira – na ocasião, tratava-se de sua omissão em relação ao Irã. Muitos de seus admiradores (que, na verdade, gostam de qualquer coisa que se proponha a “denunciar” EUA e Israel) retrucaram dizendo que ninguém é independente. É a velha estratégia de fazer equivalência moral entre elementos que não são equivalentes.

A CNN, citada no post como exemplo de que não existe mídia “independente”, não é financiada por governos; logo, é livre para escolher sua própria agenda. Já a Al Jazira é financiada pelo governo do Qatar; isso significa que sua agenda é ditada por esse governo, razão pela qual ela não é nem um pouco “independente”, embora se venda como tal – e um bocado de gente compre.

Autoridade Palestina fecha TV Al-Jazira em Ramallah devido a “divulgação de notícias falsas”

Está aí algo que consegue unir até israelenses e palestinos – a parcialidade do canal Al-Jazira, que favorece abertamente todo o tipo de grupos radicais/terroristas e ditaduras aliadas do Catar.


A Autoridade Palestina fechou temporariamente o escritório da TV Al-Jazeera em Ramallah, na Cisjordânia. Segundo o Ministério palestino da Informação, a ação se deve a “divulgação de notícias falsas" pelo canal.

A emissora, sediada no Qatar, informou que o veto tem relação direta com uma declaração de Faruk Kadumi, chefe do departamento político da OLP. Na declaração, veiculada pelo canal, Kadumi acusava o presidente palestino Mahmud Abbas e o dirigente Mohammed Dahlan de participarem de um complô com Israel contra o líder palestino Yasser Arafat, morto em 2004. Kadumi afirmou que as autoridades pretendiam matar Arafat por envenenamento.

O ministério palestino diz que a decisão foi tomada depois que o canal difundiu uma "informação falsa". A Autoridade Palestina também alegou que a Al-Jazeera "consagrou parte importante de sua programação a denegrir a OLP (Organização para a Libertação da Palestina) e a Autoridade Palestina".

O Fatah, partido que governa a Palestina, acusou a Al-Jazeera de parcialidade, por privilegiar a visão de seu opositor, o Hamas.

Governo do Iêmen fecha Al-Jazira por “falta de credibilidade” e emissora faz mea-culpa

O governo do Iêmen fechou nesta quarta-feira o escritório da rede de televisão Al Jazira na capital, Sana’a, e retirou a licença de trabalho de seus correspondentes sob a acusação de "falta de credibilidade e imparcialidade" na cobertura de protestos contra o regime. Uma autoridade, cuja identidade não foi revelada, informou em um comunicado que a emissora "persistiu de maneira flagrante em desvirtuar os fatos e propagar mentiras e rumores sobre o que acontece no Iêmen".

O país é palco de fortes protestos que pedem a saída do ditador Ali Abdullah Saleh desde o dia 27 de janeiro. As manifestações já forçaram Saleh a decretar estado de emergência no Iêmen e a garantir que deixará seu cargo antes do fim deste ano. A fonte disse que "a Al Jazira divulgou notícias sobre demissões fictícias de embaixadores, diplomatas, altos comandantes militares e líderes iemenitas". Além disso, acusou os correspondentes da emissora de "exagerar nos fatos para provocar confusão e caos entre a população iemenita e transmitir uma má imagem aos telespectadores árabes e estrangeiros". O dirigente afirmou também que o governo tem o direito de processar judicialmente a emissora "pela atividade contrária à unidade, à estabilidade e à segurança do Iêmen, ao instigar a intolerância e a violência em uma tentativa de provocar uma guerra civil". Nesse contexto, a mesma autoridade responsabilizou a Al Jazira "pelo sangue derramado nas ruas iemenitas".

Mea-culpa - Um erro, admitido nesta quarta-feira pela Al Jazira, respaldou a ação do governo. A emissora, que havia divulgado uma fita de vídeo mostrando casos de tortura em um presídio de Sana’a, assumiu que as imagens foram gravadas "em uma prisão de outro país" e pediu desculpas pela falha. Segundo as autoridades, a gravação foi feita no Iraque. No dia 19 de março, o governo iemenita expulsou do país dois correspondentes da emissora que cobriam as manifestações contra Saleh. Os dois jornalistas foram acusados de infringir as normas do ministério de Informação, já que entraram no país com vistos de turista.

Kuwait encerra delegação da al-Jazira

As autoridades do Kuwait deram hoje (03 NOV 02) ordem de encerramento à delegação da televisão al-Jazira no país. O Ministério da Informação kuaitiano alegou a parcialidade das notícias emitidas pela estação do Qatar para justificar a medida..

A notícia foi avançada por um jornalista da televisão do Qatar. Saad al-Enezi afirmou ter recebido um telefonema do Ministério da Informação do Kuwait a ordenar-lhe o encerramento da delegação da al-Jazeera, tendo em conta a parcialidade das notícias reportadas pela televisão.

A notícia do encerramento foi, posteriormente, confirmada por fonte próxima do governo. Já em 1999, a delegação da al-Jazeera no Kuwait foi encerrada, na seqüência de insultos dirigidos por um alto responsável iraquiano ao emir do Kuwait, durante uma emissão em directo.

Al-Jazira, o verdadeiro "Facebook" das revoltas árabes

Venho me estranhando um tantinho com a Al Jazeera, a emissora do tirano do Catar, que é a queridinha dos ocidentais do miolo mole. Já escrevi mais de uma dezena de textos afirmando que é ela, não o FaceBook, a “mãe” das “revoluções”. No dia 1º de março 1º de março, comentando uma reportagem, escrevi o que segue:

A Al Jazeera merece ser acompanhada de perto. Um dos humanistas que têm um programa na emissora, com uma audiência estimada em 40 milhões de pessoas, é o xeque egípcio Yusuf Al Qaradawi, o principal líder da Irmandade Muçulmana no Egito. É aquele que acha que “pode até haver algumas mulheres que não concordem em apanhar do marido e vejam a punição como humilhação.” Segundo ele, no entanto, “muitas mulheres gostam de apanhar e consideram adequado que o marido bata nelas apenas para fazê-las sofrer”.
“Ah, o Reinaldo e o Kadafi não gostam da Al Jazeera!”. Besteira! Quem gosta de Kadafi é Lula. Eu gosto dos fatos.

No dia 21 de março, escrevi um post cujo título era: “A Al Jazeera também vai participar dos ataques?”. Assim:

A ditadura do Catar resolveu se juntar aos esforços de guerra de EUA, França e Grã-Bretanha. Também participará da “expedição civilizadora” à Líbia para “proteger civis”. O emir Hamad bin Khalifa, dono do país e de tudo o que há nele - pessoa, animal ou coisa -, é tão democrático como qualquer líder da região. Deu um golpe no próprio pai! A decisão vem bem a calhar. A emissora Al Jazeera, que também é de Hamad, é a verdadeira “alma” daquilo que o cândido Obama chamou ontem de “revolução”! O Ocidente baba por ela. O Apedeuta deu uma palestra lá na semana passada, num seminário em que se discutiu justamente o levanta árabe - menos, evidentemente, no Catar… A Al Jazeera, dizem, é uma experiência de TV árabe que busca fazer jornalismo. Certo! Ela só está proibida de tratar de assuntos que digam respeito a seu país de origem.

Voltei
Eis que o jornal inglês Guardian revelou que o Catar esta fornecendo armas para os “rebeldes” líbios, fora de qualquer resolução da ONU ou acordo. Perante a comunidade internacional, eles ainda não são o governo do país. Pois Barack Obama, acreditem!, recebeu o tal Khalifa ontem e agradeceu publicamente a colaboração! Este homem é um ogro institucional. Arnaldo Jabor vai fazer mais um poema pra ele…

“O Catar não somente vem apoiando diplomaticamente [os rebeldes líbios] como também militarmente. E nós somos muito gratos ao trabalho excepcional que os cataris vêm fazendo com outros membros da comunidade internacional”, afirmou Obama. Khalifa, um monarca absolutista, agradeceu, a Obama o “processo de democratização” da Líbia. Santo Deus!

Ah, sim: o Catar integra as forças de intervenção do Bahrein para conter [a revolta d]os xiitas.

Wikileaks: Al-Jazira, ferramenta do governo do Catar

As revelações da última leva de documentos divulgada pelo site WikiLeaks não param de render assunto. O vazamento de mensagens de embaixadas e consulados dos EUA provocou saias justas com a publicação de opiniões nada elogiosas sobre diversos líderes mundiais – além de apontar indícios da paranóia do governo americano, que não poupou nem as Nações Unidas de suas investigações.

Uma das revelações feitas pelos documentos – são mais de 250 mil deles – é a de que o Catar usaria a rede de TV al-Jazira em negociações com outros países, oferecendo adaptações em sua cobertura jornalística e interrupções de transmissões críticas para agradar a líderes estrangeiros.

Uma mensagem escrita em novembro de 2009 diz que a emissora poderia, nos próximos três anos, ser usada como "ferramenta de barganha para reparar relações com outros países, especialmente aqueles prejudicados pelas transmissões da al-Jazira, incluindo os EUA". A mensagem contradiz as alegações da rede de TV de que é editorialmente independente, apesar de ser em grande parte subsidiada pelo governo do Catar.

A al-Jazira, com sede em Doha, foi lançada em 1996 e desde então se tornou o canal por satélite mais assistido no Oriente Médio. Por diversas vezes, ela foi acusada de parcialidade e de ser porta-voz de terroristas como Osama bin Laden, que tinha lá seus vídeos com mensagens para os EUA divulgados. Com o tempo, a rede foi ganhando notoriedade e, em 2006, lançou seu canal em língua inglesa, o al-Jazira English.

Opinião pública

Para os diplomatas americanos, entretanto, o controle do governo do Catar sobre a al-Jazira é óbvio. Em fevereiro deste ano, a embaixada americana reportou a Washington como as relações entre o Catar e a Arábia Saudita estavam melhorando "depois que o Catar baixou o tom crítico sobre a família real saudita na al-Jazira". Em outro relatório, o embaixador Joseph LeBaron diz que "a habilidade da al-Jazira de influenciar a opinião pública em toda a região" é uma "significativa fonte de poder para o Catar". LeBaron reconhece que a cobertura sobre o Oriente Médio é "relativamente livre e aberta", mas ressalta que, apesar de dizer o contrário, a al-Jazira "continua a ser uma das ferramentas políticas e diplomáticas mais importantes do Catar".

O que a Al Jazeera diz de si mesma e o que os fatos dizem da Al Jazeera

Não tem jeito! Eu não tenho o menor receio que me acusem disso ou daquilo. Meu compromisso é com os fatos. O verdadeiro Twitter e o verdadeiro Facebook da “revolução” do Oriente Médio atendem pelo nome de “Al Jazeera”, a emissora estatal do Qatar. Leiam o que vai abaixo. Volto em seguida:

“Esta revolução é a melhor chance para a paz”, diz diretor da Al Jazeera

Por Fernanda Ezabella, na Folha Online:
Wadah Khanfar nasceu numa cidade palestina, tem 43 anos e se pergunta, desde criança, se teria chance de ver ainda em vida uma mudança real no mundo árabe que não fosse apenas através de intervenções externas. “Eles tiraram Saddam Hussein, mas também tiraram a dignidade do povo [iraquiano]“, disse Khanfar, diretor-geral da rede árabe Al Jazeera, numa palestra que aconteceu ontem no TED, evento que reúne especialistas de várias áreas em Long Beach, Califórnia. “Mas estou aqui para dizer que o futuro que estávamos sonhando está acontecendo. A nova geração, conectada, inspirada por valores universais, criou uma nova realidade para a nós, uma nova confiança, um novo significado de liberdade.”

Para o executivo, a Al Jazeera não é uma ferramenta para criar revoluções. “Amplificamos a voz do povo tunisiano e a levamos para o mundo árabe. Estamos testemunhando uma mudança histórica.” Khanfar entrou para a Al Jazeera em 1997, um ano depois do lançamento da rede, hoje o canal em árabe mais visto no Oriente Médio e com um serviço em inglês que chega a 230 milhões de residências pelo mundo.

Ele foi primeiro correspondente na África do Sul e, em 2001, foi cobrir a guerra no Afeganistão e depois na região curda ao norte do Iraque. Antes de virar diretor-geral, em 2006, foi chefe de redação em Bagdá, maior operação de mídia dentro do Iraque. Para Khanfar, os jovens que tomaram as ruas do Egito, da Tunísia e da Líbia são bem “mais espertos e capazes” do que os políticos e das elites dos velhos regimes ideológicos. “A revolução democrática que está tomando o mundo árabe é a melhor chance para a paz”, completou. “A internet criou uma nova mentalidade no mundo árabe. Uma mentalidade que segue fiel à região [não foi imposta ou importada].”

Ele contou que a rede foi durante anos banida da Tunísia, mas que pessoas comuns que tiveram coragem de sair às ruas viraram seus repórteres, mandando vídeos, fotografias e relatos. “Elas se libertaram do medo de inferioridade”, disse. No Egito, o escritório da Al Jazeera chegou a ser invadido, jornalistas foram presos. Ainda assim, a rede continuou a investir no jornalismo. “Eu me lembro quando me ligaram no meio da noite, direto da praça Tahrir [no Cairo]. E eles diziam: ‘Por favor, não desliguem suas câmeras, caso contrário vai acontecer um genocídio aqui. Vocês estão nos protegendo’.”

A Al Jazeera é uma emissora pública, financiada pelo Estado do Qatar. O TED, que acontece desde os anos 80 na Califórnia, vai até sexta-feira e contará com nomes como Bill Gates, fundador da Microsoft, e Roger Ebert, crítico de cinema.

Comento
Tudo muito bom, tudo muito bem! A Al Jazeera, sem dúvida, excita a imaginação libertária do Ocidente. O que o texto acima não informa — e, obviamente, Wadah Khanfar não toca no assunto — é que, se uma revolução eclodisse no Qatar, a Al Jazeera estaria impedida de cobrir porque é submetida a uma rigorosa censura quando trata dos assuntos do emirado.

A Al Jazeera merece ser acompanhada de perto. Um dos humanistas que têm um programa na emissora, com uma audiência estimada em 40 milhões de pessoas, é o xeque egípcio Yusuf Al Qaradawi, o principal líder da Irmandade Muçulmana no Egito. É aquele que acha que “pode até haver algumas mulheres que não concordem em apanhar do marido e vejam a punição como humilhação.” Segundo ele, no entanto, “muitas mulheres gostam de apanhar e consideram adequado que o marido bata nelas apenas para fazê-las sofrer”.

“Ah, o Reinaldo e o Kadafi não gostam da Al Jazeera!”. Besteira! Quem gosta de Kadafi é Lula. Eu gosto dos fatos.

Al-Jazira na folha de pagamento de Saddam Hussein

Em 2007 o MEMRI blog publicou um documento muito interessante vindo do Iraque. É uma carta datada de setembro de 2002, referente a uma recente decisão do conselho ministerial iraquiano (ainda sob comando de Saddam Hussein), que determinava pagamentos mensais no valor de 50.000 euros a... rede de TV al-Jazira!
Quanto será que ele pagou a outras emissoras? Já sabemos que a CNN agiu quase como seu órgão oficial de propaganda em troca da oportunidade de ter um escritório no Iraque, mas... quantos mais estavam em sua folha de pagamentos?

Mais

Observadores Imparciais

Quem ontem fizesse zapping pela Al Jazzeera, teria visto numerosas vezes ao longo do dia um médico norueguês em serviço num hospital de Gaza, a declarar a sua "imparcial" indignação pelo "massacre" que os israelitas estavam a levar a cabo.

As imagens que a televisão árabe mostra são sempre cruas e quase pornográficas, num apelo ao mais primário voyeurismo, mas não são imagens quaisquer. A Al Jazeera só apresenta imagens de crianças e mulheres. A reportagem típica consiste numa ambulância a chegar em grande velocidade, gente aflita e várias pessoas a correrem para o veículo, de onde sai, ensanguentada, uma criança.
Nunca se vê um homem a sair de tais ambulâncias e as imagens dos hospitais apenas mostram camas com crianças e mulheres. Onde estão a ser tratadas os milhares de feridos do Hamas, não consta em tais reportagens. É como se não existissem.

A intenção é claramente propagandística e visa utilizar o sofrimento das pessoas como instrumento de guerra psicológica, fornecendo matéria prima aos complexos de culpa e à raiva dos tolos que por esse mundo fora,
se manifestam pela "causa palestiniana".
Trata-se de um jogo perverso porque a morte dos civis próprios passa a ser um objectivo desejável pela parte conflitante que justamente alega estar a lutar por eles, e há já numerosos casos documentados, nomeadamente no mundo islâmico, do deliberado morticínio de populações tendo em vista culpar o inimigo e alcançar objectivos estratégicos mediáticos.
O caso da granada que explodiu no mercado de Sarajevo e que precipitou a intervenção da NATO, foi paradigmático, uma vez que aquela granada, tendo caído onde caíu, só por extraordinária bizarria balística poderia ter sido disparada das linhas sérvias.

Em Gaza, o Hamas está, assumida e documentadamente a usar a morte de civis para alcançar objectivos estratégicos e e
stas imagens, em que um drone israelita filma terroristas a disparar morteiros do pátio de uma escola, provam-no à saciedade.
Disparar do pátio de uma escola e fugir logo a seguir, tem como única finalidade atrair o fogo de resposta sobre a escola, de modo a que morram crianças e possa a haver imagens da brutalidade sionista.

E o médico norueguês?
Era o Dr Mads Gilbert e ao passar as suas declarações a Al Jazeera pretende evidentemente transmitir a ideia de que se trata de uma personalidade neutral, uma pessoa boa, um missionário do bem que está ali desinteressadamente a ajudar os que sofrem, e que não toma partido.
Acontece que não é verdade. O
Dr Gilbert é um comunista fanático, activista da "causa palestiniana" há várias décadas e que, a propósito do massacre do 9/11 em Nova York, em vez de correr a oferecer os seus préstimos de bom samaritano, apressou-se a declarar que "os oprimidos tinham o direito moral de lançar o ataque".

Al Qaradawi, a estrela da al-Jazira

Yusuf al-Qaradawi, um dos líderes da irmandade muçulmana e apresentador do programa ash-Shariah wal-hayat ("Sharia e vida"), transmitido pela al-Jazira e que tem audiência de aproximadamente 40 milhões de pessoas mundo a fora


Há poucos dias (18 de Fevereiro) Yusuf Qaradawi, chefe espiritual da Irmandade Muçulmana, arengou às massas e ao mundo, na Praça Tahrir.

Qaradawi, até aqui asilado no Qatar, era protegido pelo autocrata local que lhe garantiu na Aljazeera um excelente megafone a partir do qual espalha aos quatro ventos a mensagem da jihad e do genocídio dos judeus.

Na Praça Tahrir, o palco é agora da Irmandade Muçulmana e os muito louvados activistas ditos seculares, como Wael Ghonim, o homem do Google, não foram sequer autorizados a por lá os pés. Para os islamistas não passam de equivalentes dos idiotas úteis caracterizados por Lenine. Fizeram o seu papel, suscitaram o entusiasmo das naives intelligentsias ocidentais e convenceram o Ocidente, (desejoso de ser convencido), que a revolução era, mais uma vez, doces e bolos e que a democracia liberal já aí vinha. O regime caiu e, agora que já não são necessários, chega a gente que não brinca em serviço e mostra ao que vem: Qaradawi apelou à destruição de Israel e à jihad. Com milhões de adeptos a berrar “Allahu Akhbar,” Qaradawi pediu a conquista de Jerusalém e exigiu ao exército egípcio que abra as fronteiras de Gaza e apoie o Hamas.

O que fez a intelligentsia esquerdista ocidental, que tem incensado Qaradawi como um esteio da democracia e do pluralismo (o homem chegou a ser convidado de honra do ex-Mayor de Londres, Ken Livingstone, que agora é assalariado de Hugo Chavez) e não tem poupado esforços para lavar a imagem da Irmandade Muçulmana?

O que sempre faz, quando o resultado dos seus entusiasmos não é aquele que apregoava: assobia para o ar e faz de conta.

Fê-lo na “Revolução Iraniana”, nos “Gulags”, nos Killing Fields, etc.

Ora a Irmandade, organização fundada em 1928, financiada pelo Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, que em 1939 liderou gigantescos pogroms no Egipto, que apela à jihad, que apoia o terrorismo contra os judeus e o Ocidente, que glorifica os bombistas suicidas, que matou Sadat, etc, é vista como um parceiro respeitável até por altos responsáveis da Adminstração Bobama. James Claper, o homem da National Inteligence, garantiu recentemente ao Congresso que a Irmandade é, pasme-se, essencialmente secular, porque, justificou, se é verdade que tem fundamentalistas islâmicos, também tem profissionais, como médicos, engenheiros, etc.

Como se os detentores de graus académicos fossem “moderados” por definição.

Como se Al-Zawari não fosse médico. Como se Mohamed Ata não fosse engenheiro. Como se Louçã não fosse professor universitário.

Secular, uma organização que tem como lemas “o Islão é a solução; Alá é o nosso guia; o Profeta é o nosso líder; o Corão é a nossa Lei; a jihad é o nosso caminho; morrer no caminho de Alá é o nosso objectivo.”

A cegueira ideológica é a pior cegueira.

O clérigo radical Yusuf-al-Qaradawi foi banido nos EUA e ficou conhecido por ser o mais emérito pregador do bombismo suicida, o qual abençoa com o glorioso epíteto de heróica operação de martírio”.
O mesmo Sr Qaradawi respaldou a eventual morte da Drª Wafa Sultan. O mesmo Sr Qaradawi afirma que “as mulheres e crianças sionistas podem e devem ser atacadas porque não são como as nossas”.


Wafa Sultan:
http://youtu.be/ilrV--_4nAI

Al-Jazira e seu funcionário exemplar: El Qaradawi

“Muitas mulheres gostam de apanhar e consideram adequado que o marido bata nelas apenas para fazê-las sofrer”


Al Qaradawi, o chefão da Irmandade no Egito: o que pensa este santo homem, com ar de intelectual? Parte do jornalismo ocidental o chama de "moderado"
Al Qaradawi, o chefão da Irmandade no Egito: o que pensa este santo homem, com ar de intelectual? Parte do jornalismo ocidental o chama de "moderado"

Abaixo, escrevo sobre o que poderia chamar de “Ilusão Democrática”, que toma alguns analistas, certos de que, ao derrubar ditaduras, os povos optam necessariamente por democracia, como se ela fosse um valor que se impõe por gravidade. Operação intelectual correlata a essa é tentar fazer da Irmandade Muçulmana um grupo de cordeiros, eventualmente interessados em se manter longe do Lobo Mau imperialista — os Estados Unidos —, mas por métodos pacíficos, pela via do convencimento.

E começa, então, o jogo do contente, num esforço para tentar preservar a Irmandade de si mesma. Elbaradei, o egípcio que é Prêmio Nobel da Paz, juntou-se ao grupo. Segundo ele, Hosni Mubarak usava a organização como bicho-papão para justificar a própria tirania. É claro que o ex-ditador fazia isso. Mas pergunto: não será mesmo a Irmandade bicho-papão da civilidade? A reportagem da VEJA a que me refiro traz uma seleção de frases do xeque Yusuf Al Qaradawi, o principal líder da Irmandade no Egito. Ele revela as suas utopias. Leiam:

“Depois da libertação do Iraque, faltará conquistar Roma. Isso significa que o Islã vai retornar à Europa pela terceira vez. Vamos conquistar a Europa. Vamos conquistar a América”.
(Discurso a jovens muçulmanos feito em Toledo, nos EUA, em 1995)

“Foi com enorme pesar que ouvi o grande imã de Meca dizer que é proibido matar civis mesmo em Israel”
(Debate sobre ataques suicidas promovido pela revista Middle East Quarterly, em 2003)

“Pode até haver algumas mulheres que não concordem em apanhar do marido e vejam a punição como humilhação. Muitas mulheres, porém, gostam de apanhar e consideram adequado que o marido bata nelas apenas para fazê-las sofrer”.
(Artigo escrito em 2007 para o site IslamOnline.net)

“A obediência e a cooperação da mulher são um direito do homem. À mulher, é proibido se rebelar contra a autoridade masculina”
(do seu livro “O Permitido e o Proibido no Islamismo”)

“A circuncisão feminina (mutilação genital) não é obrigatória, mas os pais devem submeter suas filhas a ela se quiserem. Pessoalmente, sou favorável a isso”
(Artigo no IslamOnline.net, em 2007)

Encerro
Ninguém colocou essas palavras na boca de Al Qaradawi. Ele as pronunciou ou escreveu porque quis. É o principal representante da Irmandade Muçulmana no Egito e está de volta ao país. Também é uma das estrelas da emissora Al Jazeera — esta, sim, o verdadeiro “Facebook” da “revolução”.