Quem ontem fizesse zapping pela Al Jazzeera, teria visto numerosas vezes ao longo do dia um médico norueguês em serviço num hospital de Gaza, a declarar a sua "imparcial" indignação pelo "massacre" que os israelitas estavam a levar a cabo.
As imagens que a televisão árabe mostra são sempre cruas e quase pornográficas, num apelo ao mais primário voyeurismo, mas não são imagens quaisquer. A Al Jazeera só apresenta imagens de crianças e mulheres. A reportagem típica consiste numa ambulância a chegar em grande velocidade, gente aflita e várias pessoas a correrem para o veículo, de onde sai, ensanguentada, uma criança.
Nunca se vê um homem a sair de tais ambulâncias e as imagens dos hospitais apenas mostram camas com crianças e mulheres. Onde estão a ser tratadas os milhares de feridos do Hamas, não consta em tais reportagens. É como se não existissem.
A intenção é claramente propagandística e visa utilizar o sofrimento das pessoas como instrumento de guerra psicológica, fornecendo matéria prima aos complexos de culpa e à raiva dos tolos que por esse mundo fora, se manifestam pela "causa palestiniana".
Trata-se de um jogo perverso porque a morte dos civis próprios passa a ser um objectivo desejável pela parte conflitante que justamente alega estar a lutar por eles, e há já numerosos casos documentados, nomeadamente no mundo islâmico, do deliberado morticínio de populações tendo em vista culpar o inimigo e alcançar objectivos estratégicos mediáticos.
O caso da granada que explodiu no mercado de Sarajevo e que precipitou a intervenção da NATO, foi paradigmático, uma vez que aquela granada, tendo caído onde caíu, só por extraordinária bizarria balística poderia ter sido disparada das linhas sérvias.
Em Gaza, o Hamas está, assumida e documentadamente a usar a morte de civis para alcançar objectivos estratégicos e estas imagens, em que um drone israelita filma terroristas a disparar morteiros do pátio de uma escola, provam-no à saciedade.
Disparar do pátio de uma escola e fugir logo a seguir, tem como única finalidade atrair o fogo de resposta sobre a escola, de modo a que morram crianças e possa a haver imagens da brutalidade sionista.
E o médico norueguês?
Era o Dr Mads Gilbert e ao passar as suas declarações a Al Jazeera pretende evidentemente transmitir a ideia de que se trata de uma personalidade neutral, uma pessoa boa, um missionário do bem que está ali desinteressadamente a ajudar os que sofrem, e que não toma partido.
Acontece que não é verdade. O Dr Gilbert é um comunista fanático, activista da "causa palestiniana" há várias décadas e que, a propósito do massacre do 9/11 em Nova York, em vez de correr a oferecer os seus préstimos de bom samaritano, apressou-se a declarar que "os oprimidos tinham o direito moral de lançar o ataque".
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