A rede de TV árabe Al Jazeera emergiu da crise egípcia como a grande força midiática do Oriente Médio e uma das mais importantes do mundo. Ao mesmo tempo, porém, cresce o questionamento sobre sua orgulhosa “independência”.
A principal cobrança é em relação ao Irã: a Al Jazeera é acusada de não se esforçar para cobrir a repressão contra a oposição iraniana do mesmo modo como se esmerou na cobertura do Egito. Para o jornalista saudita Khalaf Al-Harbi, a emissora não tem compromissos com a ética jornalística, mas com uma agenda política. “A Al Jazeera apoiou o levante egípcio porque os rebeldes queriam liberdade ou porque lutavam contra Hosni Mubarak?”, perguntou Al-Harbi no jornal ‘Okaz. Ele apontou as incoerências da emissora, que teria apoiado Saddam e Bin Laden contra os EUA, em nome da unidade árabe, mas fez campanha contra Mubarak, porque a defesa dos direitos humanos era mais importante que a unidade árabe.
Contudo, há um outro detalhe que pode explicar a distância que a Al Jazeera mantém dos protestos no Irã. A emissora é bancada pelo governo do Qatar, emirado árabe que explora gás com os iranianos, em sociedade estratégica. Há quem diga que essa parceria é vital para o Qatar.
Mas os rebeldes iranianos não perdem a esperança: um grupo de opositores criou uma página no Facebook que se chama “Al Jazeera, por favor, noticie o Irã como noticiou o Egito”.
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