domingo, 8 de abril de 2012

Jornalismo “ético”: Diretor do escritório da Al-Jazira em Beirute se demite acusando a emissora de “incitação”


Ghassan Bin Jeddo, diretor do escritório da Al-Jazira em Beirute, se demitiu em protesto contra a falta de objetividade da emissora na cobertura das revoltas que estão ocorrendo no mundo árabe.


Bin Jeddo, um proeminente jornalista e apresentador de TV da emissora estatal do Catar, pediu demissão alegando o abandono da neutralidade nos conflitos da região por parte do canal.

Essas afirmações foram publicadas no diário libanês Al-Safir.
O jornal citou "fontes confiáveis" que também afirmam que a demissão de Bin Jeddo foi atribuída ao alegado abandono de uma cobertura jornalística profissional e objetiva por parte da Al-jazira, que segundo ele se tornou "um veículo voltado para a incitação e mobilização."

Outra motivo dado foi a "política de provocação, que é inaceitável, sobretudo em razão do momento histórico pelo qual a região está passando", acrescentou o jornal, ainda salientando que a renúncia de Bin Jeddo era moralmente motivada pelo destaque que a Al-Jazira dá as revoltas na Líbia e no Iêmen, enquanto ignora as que ocorrem na Síria e no Bahrein.

Ghassan Bin Jeddo
O jornal Al-Safir também nota que após o assassinato do ex-premiê libanês Rafik Hariri, em 2005, Bin Jeddo foi proibido de entrar na Síria durante um ano e meio por ser "um defensor da reforma e da liberdade nesse país."
Durante as primeiras semanas de motins na Síria, a rede Al-Jazira ignorou completamente os protestos e foi alvo de uma grande quantidade de críticas da oposição em Damasco.

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