quarta-feira, 28 de março de 2012

Paulo Moreira Leite, Robert Wistrich e o antissemitismo

Marcelo Ninio (Folha de São Paulo) entrevistou Robert Wistrich, um dos principais estudiosos do antissemitismo no mundo. A entrevista acabou por desmacarar alguns medalhões da imprensa brasileira. Que o diga Paulo Moreira Leite...
Em resposta, ele escreveu em sua coluna na Época o texto "Crítica à política de Israel não é antissemitismo".


Concordo com o título - que não traz nada de novo, já que o professor não nega que existam críticas honestas, que nada têm a ver com antissemitismo. Ele claramente se refere as difamatórias, que geralmente se sustentam em libelos e mentiras.
Uma pena que o texto do jornalista seja extremamente desonesto, que negue fatos além de qualquer disputa e que reescreva a história. No fim, Paulo Moreira ainda dá uma piscadela para o terrorismo ao "explicar" as razões que levam a sua utilização.

"Israel confina os palestinos em territórios fechados, de onde não entram nem saem livremente."
Gaza faz fronteira com o Egito e a Cisjordânia com a Jordânia. Israel instala checkpoints e controla a entrada de palestinos no territorio israelense, mas não impede sua entrada, salvo em casos de guerra ou de atentados terroristas. E mesmo que fosse verdade... o país tem direito de fechar suas fronteiras. Não há nada de errado nisso. Que país deixa suas fronteiras abertas e permite que estrangeiros entrem livremente? E mesmo que os palestinos ficassem "confinados", a culpa teria que ser dividida igualmente entre israelenses, egípcios e jordanianos. Então por que razão estes países árabes não são criticados?
"Não permite que os Palestinos formem um Estado nacional, embora isso tenha sido resolvido em 1948, pela Assembléia da ONU."
Proposta que os palestinos recusaram, antes de atacar Israel junto com outros países árabes. Outras chances, inclusive com a divisão de Jerusalém, foram dadas por Olmert e Barak - também recusadas pelos palestinos.



"resoluções internacionais que determinam sua saída dos territórios ocupados em 1967."
As resoluções falam em "saída negociada", assim como os acordos de Oslo (que os palestinos descumpriram) e não 'determinam' nada por não ter esse poder legal. Além do mais, os territórios são considerados "em disputa", e não "ocupados", de acordo com o entendimento de grandes juristas.

Aqui está o video de Danny Ayalon, ministro das relações exteriores de Israel, onde ele desmonta as duas últimas afirmações do jornalista:





"Acho difícil negar que as colonias de cidadãos israelenses em território palestino sejam uma provocação aberta. Mas mesmo os cidadãos palestinos que resistem com pedras são presos, julgados e condenados. Até crianças podem ser perseguidas por causa disso. São centenas de casos, todos os anos."
Aqui, mais um caso de 'dois pesos e duas medidas'.
Na cabeça do jornalista os territórios em disputa não podem ter comunidades judaicas, que seriam uma "provocação aberta" - mesmo as que lá existem há milhares de anos, como as de Hebron -, mas Israel deve aceitar mais de 1 milhao de árabes em seu territorio. A simples presença judaica é uma "provocação"? As vezes penso que sua própria existência seja...


No fim do artigo ele 'explica' a razão do terrorismo palestino.
Cidadãos que "resistem com paus e pedras" e "crianças perseguidas" são parte da mitologia palestina propagada pela imprensa -- Pallywood. Essas "crianças" e os "paus e pedras" são responsáveis por centenas de mortes de civis por ano, além de massacres cruéis, como o de Itamar (onde pais e filhos pequenos, dormindo, foram esfaqueados até a morte aos gritos de "Allah é o maior").

Desde 2002, mais de
12477 foguetes foram lançados pelos palestinos de Gaza (território que foi entregue a eles sem nenhum acordo ou imposição) contra Israel.

MEMRITV - The Middle East Media Research Institute

O instituto de pesquisa Memri traduz horas de programação televisiva árabe/muçulmana. Lá se pode ver o terrorismo islâmico pela ótica dos próprios, e não em sua versão romantizada pelos jornalistas ocidentais onde valentes 'crianças', armadas com 'paus e pedras' enfrentam o opressor exército israelense em busca de um Estado. (ver fim da postagem)


Um dos vídeos mostra a glorificação do terrorismo suicida. Nele, duas crianças órfãs (sua mãe se explodiu para matar civis israelenses) são "entrevistadas" pela TV estatal palestina:



Centenas de videos como esse - ou muito piores! - se encontram no site.

Conclusão
Pela entrevista é facil entender que Wistrich condena os ataques difamatórios, aqueles fora de contexto, que contém distorções e que julgam seu país por padrões diferentes dos aplicados a outros países ou que fazem menções a deicídio, infanticídio e coisas do tipo, como esse de uma organização australiana:




E para provar que nada é tão ruim que não possa piorar, no fim ele ainda cita uma opinião indecente de Ehud Barak que, assim como o jornalista que escreveu essa crítica pouco honesta, tem um perfil típico de esquerda, que justifica o terrorismo e acha que pobreza causa crime e violência. 

O pior é que ele usa essa afirmação para chamar a reflexão...




Tradução:
Se os judeus abandonassem a Palestina, iríamos amá-los? Claro que não!
Nós nunca os amaremos. De forma alguma.
Os judeus são infiéis – e não porque eu assim digo, e não porque eles estão matando muçulmanos, mas porque deus (allah) diz: “os judeus dizem que Uzair [Esdras] é filho de deus e os cristãos dizem que Cristo é filho de deus. Essas são palavras de suas bocas. Eles imitam as palavras dos descrentes. Que allah os combata! Como eles são iludidos.”
Se é allah quem diz que eles são infiéis, seu crença a respeito dos judeus deve ser, primeiro: que eles são infiéis, e segundo: que eles são inimigos.
Eles não são inimigos porque ocuparam a Palestina. Eles seriam inimigos mesmo que não tivessem ocupado coisa alguma. Allah disse: “Você deve achar os mais fortes homens em inimizade contra os descrentes (sic), que são os judeus e os politeístas”.
Terceiro: você deve acreditar que os judeus nunca vão parar de lutar e de nos matar. Eles não lutam por segurança ou por terras, como eles afirmam, mas pela religião: “eles não vão parar de lutar contra você até que você vire as costas para sua religião, se eles puderem”. É isso.
Nós devemos acreditar que nossa luta contra os judeus é eterna, e que não terminará até a batalha final, e esse é o quarto ponto: Nós devemos acreditar que vamos lutar contra eles, que vamos derrota-los e aniquila-los, até que não sobre um único judeu na face da terra. E isso não sou eu que digo, é o profeta [Maomé]: “o dia do julgamento não virá até que você lute contra os judeus e os mate. Os judeus irão se esconder atrás de árvores e pedras, e as árvores e pedras dirão: ó muçulmano! Ó servo de allah, há um judeu atrás de mim, venha e mate-o – exceto pela árvore Gharqad, que é a árvore dos judeus”. Eu ouvi que eles estão plantando muitas dessas árvores...
E quanto a vocês, judeus, que a maldição de allah esteja sobre vocês. A maldição dos que tinham como ancestrais os porcos e macacos.
Vocês, judeus, semearam o ódio no nosso coração e nós passamos isso como legado aos nossos filhos e netos. Vocês não sobreviverão mesmo que um único de nós ainda exista.
Ó, judeus, que a maldição de allah recaia sobre vocês, ó judeus...
Ó allah! Traga sua fúria, seu castigo e tormento sobre eles. Allah, nos rezamos para que você os transforme novamente e faça os muçulmanos rejubilarem ao vê-los como macacos e porcos.
Seus porcos da terra! Seus porcos da terra! Seus porcos da terra! Seus porcos da terra!
Vocês matam muçulmanos com esse sangue frio de porcos de vocês.

3 comentários:

Thiago disse...

Acabei de ler na integra.
O artigo desse jornalista nao deixa de ter sua graca, mesmo que de forma involuntaria.

Ele faz praticamente tudo o que o professor critica, ao mesmo tempo em que nega sua tese. Ele flerta com o terrorismo (dando razoes para sua utilizacao, inclusive citando esse comentario bocal do Ehud Barak), passa raspando pelo infanticidio ao comentar a “perseguicao” de criancas arabes pelo estado judeu, mistifica ao comentar a guerra palestino-israelense como "criancas" e pessoas com “paus e pedras” contra o exercito israelense, reescreve a historia ao ocultar as oportunidades oferecidas pelos israelenses e classifica a presenca judaica fora de Israel como “provocacao aberta”, ao mesmo tempo que se cala sobre 1 milhao de arabes dentro de Israel, que tem mais direitos que os palestinos na palestina.

Anônimo disse...

Depois de ler outros artigos do Paulo Moreira, fica claro pra mim que ele usa muitos métodos do anti-semitismo clássico nas suas críticas a Israel. Também não se envergonha em distorcer, mentir e acusar sem provas. Uma pena que Veja e as organizações Globo não se envergonhem de contratar alguém que trabalha dessa forma e ainda sirvam de veículos para propaganda rasteira e mentirosa.
A crítica desse professor israelense bateu fundo nele, pois ele é o exemplpo clássico do que o professor considera anti-semita.

Lucy disse...

Imprensa engajada so desinforma. Esse ultimo video, apesar de repugnante, eh a melhor resposta a esses jornalistas que glorificam, justificam e apoiam o terrorismo. Mao o fato dos arabes dizerem na TV, pra quem quiser ouvir, pq matam israelense/judeus nao vai mudar essas fantasias infantis de militante de faculdade que a maioria desses jornalistas de meia-idade tem.
A ditadura acabou, o sonho morreu e eles nao conseguem largar as ideias toscas da adolescencia