sexta-feira, 16 de novembro de 2012

O delírio dos "direitos humanos"


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Estúpidos? Definitivamente imbecis? Ou só se trata de constatar um fato irrefutável: que algumas destas organizações definem-se mais nitidamente por seu ódio a Israel que pela defena dos direitos humanos.

Extraio a informação de um artigo de David Bernstein, no The Wall Street Journal, de poucos dias atrás. Nele, o professor da George Mason University e especialista em direitos civis, expressa sua indignada surpresa ante a viagem que o Human Rights Watch acaba de fazer à Arábia Saudita.

David Bernstein tenta entender os motivos que levaram Sarah Leah Whitson, a diretora do Human Rights Watch, para o Oriente Médio, no país dos Saud. E as perguntas acumulam-se em seu artigo: Ser
á que ela "viajou para abordar o tema dos maltratos a mulher sob a legislação saudita? Para fazer campanha a favor dos direitos dos homossexuais, que são castigados com a pena de morte? Para protestar contra a falta de liberdade religiosa no reino saudita, ou sobre a situação dos presos políticos..."

E ele mesmo explica que não, que nenhuma destas humilhantes questões motivaram a viagem de Sarah a um dos países que mais impunemente destroem os direitos fundamentais. O passeio de Sarah Leah teve a intenção de obter dinheiro das grandes fortunas sauditas para, segundo ela própria, "lutar contra os grupos de pressão pró-israelenses dos Estados Unidos, da União Européia e das Nações Unidas".

Assim explicava a viagem uma agência saudita de notícias: "O Human Rights está ganhando reconhecimento e apoio no mundo árabe e na Arábia Saudita. Entre outros grandes encontros, foram recebidos pelo proeminente empresário Emad bin Jameel Al-Hejailan, e outros membros da alta sociedade do Reino". E acrescenta que a obsessão antiisraelense do Human Rights era uma garantia de simpatia e acordo.

Pergunta-se Bernstein, e eu me pergunto com o mesmo entusiasmo, se esta graciosa Sarah Leah manteve seus encontros com uma bela burqa, se dirigiu ela própria o carro, se se atreveu a mostrar um tornozelo ou se seu avião voou diretamente de Nova York ao palácio de seus anfitriões, sem ter que passar por este paraíso das liberdades femininas.

A única coisa certa é que sua viagem -- de volta com dinheiro na mão -- foi um êxito.

Estúpidos? Definitivamente imbecis? Ou só se trata de constatar um fato irrefutável: que algumas destas organizações definem-se mais nitidamente por seu ódio a Israel, que pela defesa dos direitos humanos.

Não 
é "bom-mocismo" ou ingenuidade suicida, e sim algo pior: é a prática de uma solidariedade vulgar, abertamente reacionária, cuja finalidade é a obsessão ideológica que a define. Tudo vale contra Israel, inclusive o "dinheiro limpo" de uma ditadura brutal. 

A partir de agora, que neutralidade aspira vender o Human Rights Watch? E, sobretudo, que credibilidade espera ter? Terá que buscá-la na Arábia Saudita, onde sabem muito sobre direitos humanos.

Pilar Rahola
La Vanguardia. Barcelona. 

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