terça-feira, 20 de novembro de 2012

Tática do Hamas: forçar Israel a provocar perdas dentre os civis


hamasrocketsEmbora Israel faça grandiosos esforços para reduzir as perdas dentre os civis, a tática do Hamas está projetada para maximizá-las.
Como disse Richard Kemp, um ex-comandante das forças britânicas no Afeganistão, o exército israelense faz “mais para salvaguardar civis do que qualquer exército já fez na história das guerras”.




À medida que os foguetes continuam a cair em Israel e em Gaza, é importante entendermos a tática do Hamas e como a comunidade e a mídia internacionais estão estimulando-a. A tática do Hamas é tão simples quanto criminosa e brutal. Seus líderes sabem que, ao dispararem repetidamente foguetes contra as áreas civis israelenses, eles não darão escolha a Israel a não ser revidar. A resposta de Israel vai ter como alvo os foguetes e aqueles que os dispararam. A fim de maximizar suas próprias perdas dentre os civis e, portanto, ganhar a simpatia da comunidade e da mídia internacionais, os líderes do Hamas deliberadamente disparam foguetes a partir de áreas civis densamente habitadas. Os atiradores do Hamas se escondem em bunkers subterrâneos, mas o Hamas se recusa a proporcionar qualquer tipo de abrigo para seus próprios civis, a quem usa como “escudos humanos”. Esta tática ilegal coloca Israel diante de uma escolha trágica: simplesmente permitir que os foguetes do Hamas continuem a alvejar cidades e vilarejos israelenses ou responder aos foguetes com inevitáveis perdas de civis dentre os “escudos humanos” palestinos.
Toda democracia se decidiria pela última alternativa se lhe fosse apresentada a escolha. Embora Israel faça grandiosos esforços para reduzir as perdas dentre os civis, a tática do Hamas está projetada para maximizá-las. A comunidade e a mídia internacionais devem entender isto e começar a culpar o Hamas, em vez de culpar Israel, pelos civis que são mortos pelos foguetes israelenses, mas cujas mortes são claramente parte da tática do Hamas.
Qualquer analista razoável concorda com o presidente Obama de que o Hamas começou esta batalha ao disparar milhares de foguetes contra civis israelenses. Qualquer analista razoável também concorda com o presidente Obama de que Israel tem o direito de defender seus cidadãos. Mas muitos comentaristas culpam Israel por causar perdas dentre os civis palestinos. No entanto, qual seria a opção de Israel a não ser simplesmente permitir que os foguetes sejam voltados para as suas próprias mulheres e filhos? Como observou o presidente Obama, quando foi a Sderot como candidato:
A primeira tarefa de qualquer nação é proteger seus cidadãos. Assim, posso assegurar-lhes que, se (...) alguém estiver atirando foguetes dentro da minha casa, onde minhas duas filhas dormem à noite, farei tudo o que estiver em minhas forças para parar com isso. E eu esperaria que os israelenses fizessem a mesma coisa.
Israel deveria continuar a fazer todos os esforços para reduzir as perdas dentre os civis, tanto porque isso é algo humano de se fazer quanto porque serve aos seus interesses. Mas, enquanto o Hamas continuar a disparar foguetes a partir de áreas densamente habitadas por civis, em vez de usar as muitas áreas abertas fora da Cidade de Gaza, esta tática cínica - que constitui um duplo crime de guerra - garantirá que algumas mulheres e crianças palestinas sejam mortas. E a liderança do Hamas se prepara para essa repulsiva certeza ao organizar a exposição dos bebês mortos diante da mídia internacional. Em um desses casos, os radicais palestinos postaram um vídeo de um bebê que, na verdade, havia sido morto na Síria pelo governo Assad; e, em outro caso, eles mostraram o corpo de um bebê que havia sido morto por um foguete do Hamas que detonou no lançamento, afirmando falsamente que ele havia sido vítima de um míssil israelense.
Como disse Richard Kemp, um ex-comandante das forças britânicas no Afeganistão, o exército israelense faz “mais para salvaguardar civis do que qualquer exército já fez na história das guerras”. Isto inclui espalhar folhetos, dar telefonemas e outros tipos de avisos aos civis residentes na Cidade de Gaza. Mas o Hamas se recusa a fornecer abrigo a seus civis, expondo-os deliberadamente aos riscos associados à guerra, enquanto abriga seus combatentes em bunkers subterrâneos.
A tática do Hamas também é projetada para impedir Israel de fazer a paz com a Autoridade Palestina. Mesmo os pacifistas israelenses estão preocupados porque, se Israel encerrar sua presença na Margem Ocidental, o Hamas tomará posse daquele território, assim como fez com Gaza logo depois que Israel retirou-se daquela área. A Margem Ocidental está muito mais próxima dos principais centros populacionais israelenses do que Gaza. Se o Hamas disparasse foguetes da Margem Ocidental para Jerusalém e Tel Aviv, Israel teria que responder militarmente, como tem feito em Gaza. Novamente, civis seriam mortos, provocando protestos internacionais contra Israel.
O que estamos vendo hoje é uma reprise do que aconteceu em 2008 e 2009, quando Israel entrou em Gaza para impedir o disparo de foguetes. O resultado foi o Relatório Goldstone, que colocou a culpa diretamente em Israel. Esse relatório simplório - condenado pela maioria das pessoas pensantes e, finalmente, também pelo próprio Goldstone - tem estimulado o Hamas a voltar à tática que resultou na condenação internacional de Israel. Esse procedimento persistirá enquanto a comunidade e a mídia internacionais continuarem culpando Israel pelas mortes de civis causadas por uma tática deliberada do Hamas. (Alan M. Dershowitz -www.gatestoneinstitute.org)

Alan M. Dershowitz
 é advogado, jurista e comentarista político. Desde 1967 é professor titular da Escola de Direito da Universidade Harvard.

Fathi Hamad, ministro do interior do Hamas:

[Os inimigos de Alá] não sabem que o povo palestino tem desenvolvido seus métodos de morte e de busca da morte. Para o povo palestino, a morte tornou-se uma indústria na qual as mulheres se destacam, assim como todos que vivem nesta terra. Os idosos se destacam nisso, assim como os mujahidin (guerreiros santos) e as crianças. É por isso que formam escudos humanos com mulheres, crianças, idosos e com os mujahidin, a fim de desafiar a máquina de bombardeio sionista. É como se estivessem dizendo ao inimigo sionista: "Nós desejamos a morte assim como vocês desejam a vida."

Nenhum comentário: