Umas das muitas falhas de nosso sistema educacional é que quem por ele passa não sabe distinguir retórica de realidade. Nele não se aprende nenhuma forma sistemática de analisar idéias, derivar suas implicações e testá-las contra os fatos.
Movimentos pela “paz” estão entre os que aproveitam dessa inabilidade geral de enxergar a realidade por trás da retórica. Apenas poucas pessoas parecem interessadas na história real desses chamados movimentos pela “paz” – isto é, se tais movimentos realmente produzem paz ou guerra.
Tome, como exemplo, o Oriente Médio. Pede-se o cessar-fogo no interesse da paz. Mas, tem havido mais cessar-fogo no Oriente Médio do que em qualquer outro lugar. Se eles realmente promovessem a paz, o Oriente Médio seria a região mais pacífica na face da Terra, em vez de a mais violenta.
A II Guerra Mundial acabou com um cessar-fogo ou com a aniquilação da Alemanha e Japão? Não se enganem, civis inocentes morreram no processo. De fato, prisioneiros americanos morreram quando nós atacamos a Alemanha.
Essa é a razão pela qual o General Sherman disse, há mais de um século atrás, “guerra é inferno”. Mas ele ajudou a acabar com a Guerra Civil com sua marcha devastadora sobre a Geórgia – não por meio de cessar-fogo ou dobrando-se à “opinião mundial”, pois não havia fofoqueiros corruptos como as Nações Unidas a demandar a substituição da força militar por diplomacia.
Houve um tempo em que era suicídio ameaçar, muito menos atacar, uma nação com muito poder militar, pois um dos perigos para o atacante era o prospecto de ser aniquilado.
A “opinião mundial”, a ONU e os “movimentos pela paz” eliminaram esse meio de intimidação. Hoje, um agressor sabe que se sua agressão fracassar, ele será ainda mais protegido do poder retaliador e da fúria dos agredidos, pois haverá os resmungadores de sempre a demandar um cessar-fogo, negociações e concessões.
Tem havido uma fórmula para nunca acabar com os ataques contra Israel. A desastrosa história dessa situação vem de outros tempos e lugares – mas quem se preocupa com a história?
Lembra da Guerra das Malvinas, quando a Argentina enviou tropas para aquelas ilhas para tomar sua pequena colônia britânica no Atlântico Sul?
A Argentina vinha alegando ter o direito de posse daquelas ilhas por mais de um século. Por que eles não atacaram aquelas pequenas ilhas antes? Nunca a Inglaterra teve tropas suficientes no local para defendê-las.
Antes de haver movimentos pela “paz” e a ONU, mandar tropas para aquelas ilhas poderia facilmente significar um encontro desagradável com tropas ou bombas inglesas em Buenos Aires. Agora, a “opinião mundial” condenou a Inglaterra somente por ter enviado as forças armadas para o Atlântico Sul para recuperar suas ilhas.
Vergonhosamente, nosso próprio governo era um dos que se opunham ao uso de força por parte da Inglaterra. Mas, felizmente, a primeira ministra britânica, Margaret Thatcher ignorou a “opinião mundial” e recuperou as Ilhas Malvinas.
O resultado mais catastrófico dos movimentos de paz foi a II Guerra Mundial. Enquanto Hitler estava armando a Alemanha até os dentes, os movimentos pela “paz” na Inglaterra estavam defendendo que seu próprio país se desarmasse como “um exemplo para os outros”.
Os deputados do Partido Trabalhista votaram consistentemente contra os gastos militares e os estudantes universitários ingleses prometeram, publicamente, nunca lutar pelo seu país. Se os movimentos pela “paz” trouxessem a paz, não teria havido a II Guerra Mundial.
Aquela guerra não só levou à morte dezenas de milhões de pessoas, mas ela quase terminou com uma acachapante vitória dos nazistas na Europa e dos japoneses na Ásia. E, agora sabemos, os EUA eram os próximos na lista de Hitler.
Nos primeiros dois anos daquela guerra, as democracias ocidentais perderam virtualmente todas as batalhas, em todos os lugares do mundo, porque os movimentos pela “paz” do pré-guerra as deixaram com um equipamento militar inadequado e, em sua maior parte, obsoleto. Os nazistas e os japoneses sabiam disso. E foi por isso que eles começaram a guerra.
Movimentos pela “paz” não trazem paz, mas guerra.
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