segunda-feira, 19 de novembro de 2012

O que faziam três terroristas da Jihad Islâmica no “prédio da mídia”? Algum sabido consegue explicar?

Por que Israel "ataca centros de imprensa"?

Aos 51 anos, eu ainda me dou ao espanto e ouso fazer algumas perguntas cujas respostas, segundo entendo, alguns dos coleguinhas já sabem. Pô, por que são tão egoístas? Nós todos queríamos conhecê-las! Como já constatamos, israelenses são seres naturalmente malvados, na exata proporção em que palestinos são boas pessoas. E, obviamente, se descarta, como estamos no terreno dos puros, que possa haver bons israelenses e maus palestinos. De jeito nenhum!

Israel, com essa mania de se defender dos inimigos (onde já se viu uma coisa dessas?), atacou pela segunda vez um prédio, informa o mundo, que abriga “escritórios de mídia”. Uma coisa muito feia de se fazer mesmo, né? Neste segundo ataque, vejam que coincidência, morreu Ramez Hamez, que vem a ser, ora que surpresa!, comandante da Jihad Islâmica. Três outros integrantes do grupo foram feridos. A Jihad Islâmica é um bando terrorista financiado pelos companheiros do… Irã. O Irã é aquele país governado por aquele senhor que pretende… varrer Israel do mapa. Entendo! “Era só linguagem figurada…” Claro que era…
Os coleguinhas que já sabem a resposta a sonegam. Eu, como não sei, continuarei a indagar: o que faziam do “prédio da mídia” três membros da Jihad Islâmica, que está operando em parceria com os ditadores do Hamas, que deram um golpe em Gaza e governam a população local debaixo de porrete? Eu faço a pergunta porque não sei a resposta. Quem julga sabê-la prefere não fazer a pergunta.
É de omissões assim que se vai construindo a farsa da luta entre as supostas pombas palestinas e os supostos falcões israelenses. Como é que se pode falar de uma “solução negociada para Gaza” se grupos satélites do Irã operam livremente naquele território, colaborando, parece, com a própria “imprensa internacional”?
Muito cândidoEu ando, claro, muito cândido e ouso perguntar o que não sei na esperança de ouvir respostas daqueles que sabem. Leio também que o presidente do Egito, Mohamed Mursi, um dos chefões da Irmandade Muçulmana — grupo que deu origem ao Hamas, que se considera, em seu estatuto, ainda parte da turma —, é considerado agora o grande negociador de uma eventual trégua entre Israel e o Hamas. Que bom!
Não se imagina, por óbvio, que um judeu pudesse servir de mediador da crise porque lhe faltariam a natural neutralidade e a óbvia legitimidade que tem um representante da Irmandade Muçulmana, certo?
Ignorante que sou em lógica elementar — razão por que espero lições dos mais sabidos do que eu —, indago por que os Hamas intensificou os ataques a Israel (com foguetes um pouco mais potentes do que os habituais, doados pelo Irã) justamente no momento em que a Irmandade chegou ao poder no Egito. Considerando os laços que os unem, Mursi, se gosta de paz, poderia ter servido de interlocutor antes do acirramento da crise, mas aparece para dar a sua contribuição à paz depois dela… Isso deve remeter a alguma sabedoria ancestral que escapa à lógica convencional.
Os foguetes mais potentes de que dispõe hoje o Hamas não chegaram por mar em razão do bloqueio imposto por Israel (que remédio?). Também não chegaram pelo ar. Foram parar nas mãos do Hamas por terra — mais precisamente por meio dos túneis que ligam Gaza ao Egito — a área tem hoje uma das maiores concentrações de terroristas por “buraco quadrado” do mundo…
O Hamas disse que negocia só se Israel suspender o embargo a Gaza. Acho que não vai acontecer, né? Se, com ele, os israelenses já têm de se haver com centenas de foguetes (disparados em nome da paz…), imaginem o que poderia acontecer sem ele.
Nada disso espanta os coleguinhas que já sabem quem é bandido e quem é mocinho nessa história. Lá das fábulas infantis chega um conteúdo moral que dispensa a narrativa em espécie: os bons são sempre os mais fracos, e os maus, os mais fortes… É o fim da picada!
Por Reinaldo Azevedo

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